

CAPA

PONTO DE PARTIDA (pág.1)
Bráulio Luna Filho

ENTREVISTA (págs. 4 a 9)
Göran Hansson

CRÔNICA (págs. 10 a 11)
Sady Ribeiro*

EM FOCO (págs. 12 a 15)
Oliver Sacks

DEBATE (págs.16 a 21)
Ética e Bioética

SINTONIA (págs. 22 a 24)
Tudo em excesso é veneno!

CARTAS & NOTAS (pág. 25)
Espaço dos leitores

DEPOIMENTO (págs. 26 a 29)
Por dentro de um CAPSad

GIRAMUNDO (págs. 30 a 31)
Curiosidades da Medicina

PONTO.COM (págs. 32 a 33)
Ciência no mundo digital

HISTÓRIA DA MEDICINA (págs. 34 a 37)
Stefan Cunha Ujvari*

CULTURA (págs. 38 a 42)
Coleção de arte

+CULTURA (págs. 42 a 43)
Galeano & Grass

TURISMO (págs. 44 a 47)
Ouro Preto e Diamantina

FOTOPOESIA (pág. 48)
Eduardo Galeano

GALERIA DE FOTOS

CARTAS & NOTAS (pág. 25)
Espaço dos leitores
Depressão e acidentes aéreos
Em decorrência da repercussão do acidente de um avião da empresa alemã Germanwings sobre pacientes portadores de depressão, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) divulgou nota oficial. A Lufthansa, empresa que controla a Germanwings, afirmou que o copiloto da aeronave – acusado de derrubá-la intencionalmente – era vítima de depressão. O Airbus A320, que ia de Barcelona, na Espanha, a Düsseldorf, na Alemanha, chocou-se contra os Alpes franceses no dia 24 de março deste ano, provocando a morte de 150 pessoas.
Com o objetivo de informar a opinião pública e prevenir a ocorrência de medo injustificado e preconceito contra as pessoas portadoras de depressão, o Cremesp esclareceu na nota:
1. Com exceção de casos de terrorismo, o uso de aviões comerciais de passageiros como instrumento de suicídio é raro. Até hoje são conhecidos apenas três casos, incluindo o incidente do voo 4U9525 da Germanwings.
2. Embora seja inequívoca a participação de transtornos mentais em geral e da depressão em particular, como fatores de risco para suicídio, aspectos sociais, culturais e ocupacionais, e fatores psicológicos individuais, devem ser considerados como contributivos ou protetores contra a ocorrência de comportamentos suicidas. No caso específico de acidentes aéreos fatais devidos a suicídio, em menos da metade dos casos foi reconhecida de maneira inequívoca a participação de um episódio depressivo.
3. Políticas de prevenção de acidentes aéreos fatais provocados por atos voluntários (incluídos aí o terrorismo, assassinato em massa, abuso de drogas e suicídio) devem considerar a complexidade envolvida nesses atos e o conhecimento científico já existente. Gestores públicos, agências reguladoras e as companhias aéreas devem se pautar, sobretudo, em políticas de promoção de saúde, acesso qualificado e sigiloso à prevenção primária e secundária de transtornos mentais em pilotos e trabalhadores aeroportuários, com ênfase ao incremento de boa e digna condição de trabalho oferecida aos mesmos.
4. Por último, vale lembrar que a depressão ocorre ao longo da vida em aproximadamente 17% das pessoas da população brasileira. O suicídio pode ocorrer em 15% dos pacientes deprimidos. A prevenção e o tratamento precoce da depressão estão entre as medidas mais importantes para a prevenção do suicídio. Pacientes deprimidos suicidas com frequência são vítimas de sentimentos de não pertencimento e se sentem um peso para os outros. A sociedade não deve acrescentar a isto o peso do preconceito.
Trotes violentos
O Cremesp recomenda aos docentes, preceptores e médicos que se abstenham de participar de trotes universitários ou eventos organizados por estudantes de Medicina que, de forma direta ou indireta, possam violar direitos básicos e essenciais, como a dignidade, o direito à vida, à liberdade, à integridade física e moral e à segurança.
A iniciativa levou em conta o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que visou investigar as violações dos direitos humanos e demais ilegalidades ocorridas no âmbito das universidades paulistas.
O Cremesp recomenda, ainda, a difusão do chamado “trote solidário” ou evento similar que desperte para consciência social e a importância da solidariedade, de forma a integrar, interagir e exercer a cidadania, a ética e o trabalho voluntário.