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11-12-2024 |
Prática da Medicina |
Evento sobre gestão de carreira para jovens médicos lota auditório do Cremesp |
Angelo Vattimo, Roberta Carbonari e Alexandre Kataoka foram os palestrantes do primeiro bloco do evento Os cuidados éticos e legais da Medicina no início da carreira, a publicidade e o marketing na profissão, o papel da Residência Médica e os processos para abertura de consultório, foram alguns dos temas tratados no evento “Gestão de Carreira para Jovens Médicos”, promovido pelo Cremesp em 7/12. Realizado de forma híbrida, com público presencial e online, o evento lotou o auditório da sede e contou com palestras de representantes do Conselho e outros especialistas, com o objetivo de orientar estudantes e recém-formados sobre a prática da Medicina. A mesa de abertura teve a participação do presidente do Cremesp, Angelo Vattimo; da 1ª-secretária Irene Abramovich; e do coordenador da Assessoria de Comunicação e conselheiro responsável pela Câmara Técnica de Cirurgia Plástica, Alexandre Kataoka. “Como todos os que entram em qualquer profissão, os que se iniciam na Medicina estão perdidos, o que é normal e esperado”, afirmou Kataoka, destacando o empenho do Cremesp em se aproximar dos estudantes e dos médicos jovens para promover o exercício ético e adequado da profissão. Abramovich lembrou que “ ninguém aprende sobre a gestão da carreira durante o curso de Medicina”, sendo também relevante que o Conselho discuta esses aspectos com os jovens médicos. Vattimo ressaltou que as funções de fiscalizar o exercício da Medicina e de julgar infrações éticas são atividades importantes do Cremesp para salvaguardar os médicos que praticam a boa Medicina. Entretanto, o seu papel pedagógico, de transmissão de experiências e acolhimento também são significativos para prevenir sindicâncias e processos junto ao órgão. “Ao longo dos últimos seis anos, o Conselho tem sido um órgão que busca trazer o médico a esta Casa, para mostrar como funciona e quais são os seus preceitos éticos, porque não queremos que os profissionais sejam processados, ainda mais em se tratando de jovens médicos”, afirmou. Mudanças na Medicina Vattimo discorreu ainda sobre as mudanças ocorridas na Medicina desde que ele concluiu sua formação, época em que os profissionais tinham apenas as opções de atender em consultório particular ou em serviços públicos – e, neste último caso, somente se aprovados em concurso. “Atualmente, os planos de saúde são os grandes empregadores; porque já não existem concursos públicos para médicos. O Estado falhou, não soube gerir o setor público de saúde e o entregou às Organizações Sociais (OSs); enquanto a Medicina estritamente particular praticamente desapareceu”, explicou ele. Por fim, reiterou seu compromisso de mandato em relação à defesa da Lei do Ato Médico e do combate ao exercício de não médicos que exercem atividades privativas do solo médico. “Não iremos dar nenhum minuto de descanso e vamos manter o alto nível de ativismo administrativo, jurídico e institucional no que consideramos um dos maiores movimentos de defesa do ato médico no Estado”, afirmou. A mesa 2, Publicidade e Marketing na Medicina, teve como palestrantes o coordenador de Comunicação do Cremesp, Alexandre Kataoka; e Roberta Carbonari, formada em Nutrição, além de Administração e Marketing, com MBA em gestão de negócios. Ela explanou sobre conceitos de marketing, como um conjunto de atividades que envolvem o processo de criação, planejamento e desenvolvimento de produtos e serviços; e suas estratégias de comunicação e vendas. Falou também sobre aspectos do marketing em Medicina, vinculado a valores como competência e confiança. “Médicos não vendem um produto, mas entregam um serviço que é um direito: o direito à saúde”, destacou. “Médicos, não conseguem se separar do que entregam. O serviço é inseparável de quem o entrega. Portanto, se quem o entrega não for tão bom, seu serviço jamais será bem avaliado”, completou. Kataoka, que é cirurgião plástico, falou sobre o período precedente à Resolução nº 2.336/2023, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que atualizou a divulgação de assuntos médicos e, finalmente, regulamentou a atuação dos profissionais em redes sociais. Ele lembrou que havia muitas críticas sobre o médico ser influenciador digital, assunto que era tratado como um tabu, mas que precisava ser debatido e mudado, inclusive para preservar as prerrogativas exclusivas dos médicos e consolidar a Lei do Ato Médico. “Na época, eu já defendia que o médico tem competência e deve ser influenciador digital, sim, porque quem deve falar sobre Medicina é aquele que estudou para isso. Mas, era necessário ter uma regulamentação sobre como fazer isso de maneira ética e adequada”, lembrou. Ele também comentou alguns tópicos do Guia de Boas Práticas na Divulgação Médica, publicação do Cremesp que pontua as principais mudanças trazidas pela resolução. Na mesa 3, o palestrante Paulo Cavalcante Muzy, especialista em Ortopedia e Traumatologia, além de Medicina Esportiva, apresentou o case Como gerir sua carreira e conquistar seu público. Muzy, que conta 7,9 milhões de seguidores no Instagram, falou sobre o seu trabalho como influenciador digital, a abordagem em relação aos assuntos de saúde e Medicina e os cuidados referentes às normativas. De acordo com ele, pesquisas apontam que 25% da população mundial busca informações sobre saúde na internet; e cerca de 40% dos dados divulgados em plataformas como o TikTok são incorretos. Segundo o médico, a Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciou uma parceria com a plataforma para combater a desinformação nessa área. Muzy destacou que, em redes sociais, é importante mostrar o que a pessoa faz, e não o que pensa sobre si mesmo. “Temos que compreender que a atual gestão do Cremesp transformou isso aqui na casa do médico, nunca antes tivemos essa consideração e oportunidade”, completou ele, reconhecendo. Michaelis fez questão de explicar aos participantes todos os departamentos (seções) do Cremesp e suas atividades. Ele também comentou sobre a percepção das iniciativas do Conselho paulista, atualmente com forte atuação em defesa das prerrogativas médicas em todo Estado, no prazo de 24 horas, em situações de assédio, violência sofridas por profissionais, más condições de trabalho e calote de pagamento, entre outras. Visão do formando e abertura de escolas médicas O 2º Tesoureiro do Cremesp, Daniel Kishi e o integrante da equipe da Seção de Registro de Empresas, Igor Rodrigo Gomes Appolinario, foram os palestrantes da mesa 6, sobre o tema Como Montar Consultório e Registrar Empresa Médica no Cremesp. Appolinário apresentou um passo a passo sobre como inscrever uma empresa médica no Cremesp, abordando também as modalidades de registro. O Conselho paulista tem mais de 93 mil empresas médicas registradas, das quais 88 mil são privadas; e as demais, públicas. Kishi discorreu sobre alguns pontos que devem ser observados para o médico abrir um consultório, tais como seu diferencial na região e o valor que pode agregar ao seu público. “Muitos colegas entram e permanecem atuando em plantões; e não abrem consultório. No entanto, o consultório é importante não apenas para ele se libertar dos plantões, mas para ter um lugar que seja seu”, afirmou. “Uma forma de reduzir os custos de um consultório é começar dentro de um espaço coworking, que conta com estrutura sanitária, diretor técnico e cadastro de convênios, entre outros benefícios”, concluiu. Na mesa 7, Irene Abramovich falou sobre A importância da Residência Médica na formação profissional, criticando a abertura indiscriminada de cursos de Medicina e a falta de critérios sobre as necessidades na distribuição de vagas de residência. “Aumentaram brutalmente o número de escolas, mas não expandiram o de residências. Além disso, temos uma distorção completa da Residência Médica, porque não há nenhuma análise correta sobre que o País precisa”, destacou ela. Na mesa 8, o conselheiro eleito por São Paulo e vice-corregedor do Conselho Federal de Medicina (CFM), Francisco Eduardo Cardoso Alves, falou sobre as preocupações em relação à abertura indiscriminada e sem critérios de cursos de Medicina e seus impactos na qualidade do ensino. De acordo com Cardoso, somente entre julho e agosto de 2024, o Ministério da Educação (MEC) autorizou 30 novos cursos de Medicina no País. “A proposta central que o CFM tem para tentar mitigar o dano dessa explosão de abertura de escolas médicas é a criação do chamado exame de proficiência médica”, revelou ele, acrescentando que esta é a “meta zero do CFM para 2025”. Segundo Cardoso, a Comissão de Saúde do Senado deve votar, ainda este ano, um parecer sobre um projeto de lei nesse sentido. A íntegra do evento está disponível em vídeo . Fotos: Osmar Bustos e Marina Bustos |