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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
A difícil comparação entre os serviços da rede privada de saúde e o SUS. Para médicos e a população


ENTREVISTA (JC pág. 4)
O financiamento público da Saúde na visão de docentes em Políticas de Saúde da USP


ATIVIDADES CRM (JC pág. 4)
Acompanhe as novas datas dos Fóruns de Publicidade Médica do Cremesp e participe!


ATIVIDADES CRM (JC pág. 5)
TISS: operadoras devem fornecer os formulários impressos, avisa a ANS


MOBILIZAÇÃO (JC pág. 6)
A luta dos médicos do Nordeste por melhores condições de trabalho e de atendimento à população


ATIVIDADES CRM (JC pág. 7)
Exame do Cremesp: primeira fase acontece dia 23 de setembro


ESPECIAL (JC págs. 8 e 9)
Especial: mais de 90% dos médicos do Estado aprovam a atuação do Cremesp


ENSINO MÉDICO (pág. 10)
Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP): 10 anos deste método de sucesso na FAMEMA


GERAL 1 (JC pág. 11)
Psicocirurgia: Ministério Público recomenda fiscalização no tratamento de transtornos mentais


HISTÓRIA (JC pág. 12)
Sta. Casa de S. José do Rio Preto - capacidade para receber 700 pacientes/dia


GERAL 2 (JC pág.13)
Em Opinião do Conselheiro, Isac Jorge nos brinda com o texto "O médico como corretor"


ALERTA ÉTICO (JC pág. 14)
Acompanhe questões relacionadas ao treinamento médico, no Alerta Ético desta edição


GERAL 3 (JC pág.15)
Acompanhe Nota da SBPC que repudia o financiamento de procecimentos médicos


GALERIA DE FOTOS



Edição 240 - 08/2007

HISTÓRIA (JC pág. 12)

Sta. Casa de S. José do Rio Preto - capacidade para receber 700 pacientes/dia


SANTA CASA DE
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


Uma lição de sobrevivência

“A Santa Casa de São José do Rio Preto tem uma importância marcante na região, com reflexos em nível nacional”, garante Renato Ferreira Silva, conselheiro do Cremesp. “É uma instituição que formou uma geração de importantes cirurgiões, inclusive criando técnicas cirúrgicas reconhecidas em todo o país, como a chamada Seradoria-Domiac, para resolver o problema do megaesôfago chagásico”, revela Silva.

Em termos de estrutura de atendimento, a Santa Casa está bem aparelhada, com modernos equipamentos para a realização de exames de raio-X e tomografia. “Trocamos os equipamentos; a única coisa que ainda está faltando é o aparelho de ressonância magnética e a reforma da lavanderia”, afirma o atual provedor da Santa Casa, José Nadim Cury que, embora formado em Medicina, dedica-se à administração de empresas.

O hospital tem capacidade para receber, em média, 700 pessoas/dia entre internações, atendimentos clínicos em otorrinolaringologia, ginecologia e obstetrícia, além de urgências e emergências, que funciona 24 horas. Para tanto, possui 196 leitos e conta com um corpo clínico que inclui, em média, 180 médicos. “Estamos preparados para atender as demandas da população de São José, as de outras regiões são de responsabilidade do Hospital de Base”, diz Nadim.

Superando limites
Em dezembro de 2002, a Santa Casa estava quebrada, conta Nadim.  “O hospital estava praticamente falido por causa da má administração e por problemas de remuneração do SUS”, avalia. “A dificuldade era tão grande que mal conseguíamos pagar os salários dos médicos. Foi nesse momento que decidi assumir a Santa Casa”, conta. “Embora tenha sido um pouco tumultuado no começo, acredito que conseguimos atingir nosso objetivo”, revela Nadim.

A mesa diretora da Santa Casa é composta hoje por sete membros; e o corpo administrativo, por 21 integrantes. Para dar andamento a seus projetos, conta também com o apoio de uma irmandade de mais de 100 pessoas, entre médicos e leigos. “Hoje o hospital está equilibrado. Mas ainda temos dívidas antigas, que estamos tentando quitar por meio de empréstimo no BNDES”, declara Nadim. “Decidi assumir a Santa Casa porque sou médico formado na casa. Apesar de nunca ter trabalhado na profissão, sempre tive muito amor por esse lugar”, relembra.

Projetos
Um dos projetos que a Santa Casa tem atualmente é a expansão da parte física, incluindo a ampliação da UTI, que hoje possui 15 leitos, em mais oito ou 10. Além disso, a Santa Casa faz questão de manter sua equipe sempre atualizada, orientando plantonistas e intensivistas a participar de cursos e workshops.

“É importante salientar que a Santa Casa de Rio Preto, assim como todas as outras, estão praticamente abandonadas pelo governo do Estado, que não lhes dá a devida atenção”, observa Silva. Apesar das dificuldades, o conselheiro do Cremesp acredita que a Santa Casa de São José do Rio Preto tem condições de investir na melhoria de seu atendimento. “Estamos muito esperançosos com a gestão de Nadim, que é um homem que tem grande experiência em administração, além de ser um profissional muito competente. Temos certeza de que, nas suas mãos, a instituição vai se reerguer e voltar a ocupar o seu lugar de destaque na história da cidade e do país”, conclui Silva.

Crescendo com a cidade

A história da Santa Casa se confunde com a do surgimento e crescimento de São José do Rio Preto, município fundado em meados do século XIX, quando mineiros se fixaram na região e deram início à exploração agrícola e à criação de animais domésticos.

Em 1852, Luiz Antônio da Silveira doou parte de suas terras ao seu santo protetor, São José, para que, desse patrimônio, se originasse uma cidade, sonho que se transformou em realidade em 1894: um território, limitado pelos rios Paraná, Grande, Tietê e Turvo, foi então denominado São José do Rio Preto. A origem do nome do município vem da junção de seu padroeiro – São José – e do rio que corta a cidade, o Rio Preto. Hoje o município abrange uma área de 434 quilômetros quadrados, com uma população estimada em 415 mil pessoas.

A idéia da construção da Santa Casa nasceu em 1908, por iniciativa de maçons rio-pretenses, sendo concretizada em 1º de janeiro de 1909. Reunidos na Câmara Municipal, sua instalação foi discutida e uma diretoria eleita, com o objetivo de obter verbas municipais para o projeto. Outro obstáculo que precisava ser transposto era a falta de um prédio adequado para seu funcionamento. Foi quando, em 1911, a Liga Operária – fundada pelo professor José Palma, com tendências socialistas – decidiu prestar serviços à comunidade e reuniu pedreiros e carpinteiros para ajudar nas obras, sem nada cobrar pelos serviços. Entretanto, apesar dos esforços, em 1915, a Santa Casa fechou suas portas por falta de recursos. Em 1918 uma epidemia de gripe espanhola fez com que ela fosse reaberta, mas depois de seu término a instituição teve novamente suas atividades paralisadas.

Uma nova epidemia, a de varíola, invadiu a cidade e transformou a Santa Casa – que  se encontrava fechada –, em local de atendimento emergencial para tratar os doentes, sob a coordenação do então médico José Mendes Pereira – episódio denominado isolamento municipal, que perdurou de 1920 a 1921. Em decorrência disso, a Câmara Municipal votou e aprovou um projeto de lei – de autoria do vereador Manoel Jorge de Medeiros e Silva – autorizando o prefeito Presciliano Pinto a desapropriar um terreno destinado à construção da Santa Casa. Com a venda do lote, a prefeitura adquiriu outros dois terrenos, totalizando mais de 23 mil metros quadrados. Além disso, recebeu doação de todos os móveis e utensílios dos maçons da Loja Cosmos.

Finalmente, em 12 de março de 1922, foi lançada a pedra fundamental para a construção do prédio da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto. Mas novamente aconteceu uma paralisação em suas obras. Com isso, em 1924, Feliciano Salles Cunha – vereador de 1936 a 1937 – e Cenobelino de Barros Serra – prefeito por seis vezes – recorreram à Loja Cosmos para pedir a cessão do prédio onde funcionava a Santa Casa de Caridade, no período de 1909 a 1921. Em 1925 as obras são retomadas e, apesar de todas as dificuldades, em 5 de julho de 1928, a diretoria passa a se reunir na sede própria da Santa Casa.




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