CAPA
EDITORIAL
A Saúde no Brasil. Como evitar os constantes "apagões" no setor?
ENTREVISTA
Antonio Carlos Lopes faz um RX da Residência Médica no país
ATIVIDADES DO CREMESP 1
Exame para recém-formados em Medicina: é hora de começar a discussão sobre o ensino médico no país
EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA
Módulos de Educação Médica Continuada agora podem ser acessados pela internet
ATIVIDADES DO CREMESP 2
Acompanhe os temas abordados no Encontro Nacional dos CRMs, realizado em Brasília
MOVIMENTO MÉDICO
Oficinas de trabalho preparam questões para o próximo ENEM
ATIVIDADES DO CREMESP 3
Encontrar respostas... este foi o maior desafio do II Congresso Paulista de Ética Médica
ATUALIZAÇÃO
Hepatite C: 3 a 4 milhões de brasileiros estão infectados
GERAL 1
Moacyr Scliar abrilhanta evento que homenageou as médicas do Estado
GERAL 2
Em destaque, a posse da nova diretoria da Sociedade Brasileira de Radiologia
ACONTECEU
Confira a participação do Cremesp em eventos relevantes para a classe
ALERTA ÉTICO
Dúvidas relacionadas ao plantão? Veja respostas a duas perguntas comuns...
GERAL 3
Financiamento p/o setor da Saúde é pauta de reunião na Câmara
HISTÓRIA
Complexo Hospitalar do Mandaqui: considerado um centro de formação médica
GALERIA DE FOTOS
HISTÓRIA
Complexo Hospitalar do Mandaqui: considerado um centro de formação médica
REFERÊNCIA NA ZONA NORTE
Fachada do hospital nos anos 60
Complexo do Mandaqui quer chegar aos 70 anos como o “Hospital das Clínicas” da zona norte paulistana
O amplo bosque é a principal referência para a localização do Complexo Hospitalar do Mandaqui, na zona norte de São Paulo. É também uma lembrança dos tempos da criação do Hospital Sanatório para Tuberculosos, em 1939, quando a região era uma densa mata cortada apenas pelo trilhos do trem da Cantareira. A pedra fundamental do complexo foi lançada em pleno Estado Novo, por Getúlio Vargas e seu interventor em São Paulo, o médico Adhemar Pereira de Barros.
Os cem leitos iniciais logo foram ampliados para 450 e abriram caminho para a instalação do Hospital Infantil de Tuberculose. No início, os pacientes enfrentavam um forte preconceito e, quando recebiam alta, não conseguiam empregos dignos. Às mulheres restava a prostituição e aos homens, a mendicância. Assim, muitos dos ex-pacientes preferiam permanecer no hospital e se tornavam funcionários. Com o passar do tempo e a adequação dos espaços e equipamentos, o Mandaqui se tornou o maior centro cirúrgico especializado e de referência no Estado de São Paulo. O centro manteve-se especializado em doenças respiratórias até 1982, quando o governo do Estado iniciou sua transformação para hospital geral. Da fase pioneira, restam o belo parque que abriga os edifícios e o fantasma de uma freira, que – dizem – circula pelos corredores.
A entrada atual do complexo hospitalar
Hoje, o Mandaqui é o hospital de referência na zona norte para pacientes politraumatizados. “São quase 1.000 pessoas atendidas diariamente no pronto-socorro e mais de 350 crianças atendidas a cada dia no pronto-socorro pediátrico”, contabiliza Magali Vicente Proença, a diretora técnica do complexo. Parte dessa clientela é assistida no ambulatório de especialidades, unidade capaz de atender 40 modalidades, além de oferecer mais de 20 tipos de exames e realizar tratamentos de reabilitação. O ambulatório também é dotado de um centro cirúrgico, no qual são realizados procedimentos de pequeno e médio porte. Para apoiar esse trabalho, uma área técnica realiza exames diagnósticos, incluindo radiografias, ultra-sonografias, tomografias helicoidais, ecocardiogramas, endoscopias, broncoscopias e colonoscopias.
Pediatria e Ginecologia
Na opinião da pediatra Maria Teresa Torgi Alves, o atendimento infantil é um dos pontos fortes do complexo, pelo número de crianças atendidas e pela qualidade desse serviço. Além do pronto-socorro, de uma UTI pediátrica e de uma enfermaria especializada, o Mandaqui mantém uma série de ações para humanizar o atendimento aos pequenos.
No PS, por exemplo, funciona o Espaço Lúdico, onde as crianças brincam e relaxam enquanto aguardam o atendimento. Há também atividades como o Programa Familiar Participante, os Doutores da Alegria, Contadores de História, Brinquedoteca e uma emissora interna de TV, que transmite filmes especialmente selecionados.
Na área de Ginecologia e Obstetrícia, o Mandaqui trabalha referenciado com várias UBS da região. “O atendimento ao parto está muito bem organizado nesta região da cidade. As futuras mães realizam o pré-natal nos postos próximos de suas casas e, quando se aproxima o momento do parto, são chamadas a conhecer o hospital, para se familiarizarem com o local”, explica a médica Leny Blois, gerente desse serviço.
Psiquiatria e idosos
O Mandaqui é um dos locais de referência em São Paulo para a assistência em saúde mental, e para isso conta com leitos de psiquiatria e de emergência psiquiátrica. O centro presta assistência integral na especialidada para pacientes agudos e mantém um ambulatório para pacientes internados nas demais clínicas da instituição, atendidos na forma de interconsultas.
No Complexo também funciona o Centro de Referência do Idoso (CRI), área que oferece atendimento em geriatria, ortopedia, oftalmologia, ginecologia, cardiologia, psiquiatria, urologia, neurologia, odontologia, psicologia e audiometria, além de setores com terapia ocupacional e assistência social. Há também atividades de lazer, como sala de leitura, coral, pintura, teatro, crochê, cursos e um tradicional baile.
Formação
O corpo clínico tem quase 700 médicos, incluindo cerca de 80 residentes, em várias especialidades. O hospital é também considerado um centro de formação médica e, por isso, mantém um Centro de Estudos, com biblioteca, sala de aulas e espaços para leitura. Além da residência, há ainda programas de estágios para médicos e outros profissionais de saúde, como psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas, explica Clóvis Constantino, conselheiro do Cremesp e responsável pela implantação da residência médica em pediatria no hospital. “O Mandaqui é referência em atendimentos complexos, em nível terciário e quaternário, para uma população de três milhões de pessoas”, completa Constantino.
Para o futuro, a diretora Magali Proença espera que o Complexo receba mais investimentos, para adequar sua infra-estrutura às necessidades de um hospital geral. “Queremos ser o Hospital das Clínicas da zona norte de São Paulo. Temos tudo para isso, nosso corpo clínico é de altíssimo nível e, por isso esperamos que a Secretaria da Saúde continue a investir para a melhoria das instalações e dos equipamentos”, conclui a diretora.
Espaço lúdico: sala de espera no PS pediátrico