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CAPA

EDITORIAL
Editorial de Desiré Callegari - Parcerias e Interesse Público


ENTREVISTA
Nesta edição, um papo informal com a presidente do Conselho Regional de Psicologia


ATIVIDADES DO CREMESP 1
A ação do Cremesp frente às condições do trabalho médico no interior


ATIVIDADES DO CREMESP 2
Educação Continuada: iniciativa do Cremesp celebra 1 ano de muito sucesso


ÉTICA
O diretor de Comunicação, Antonio Pereira Filho, escreve para a coluna Opinião de Conselheiro


CIDADANIA
Violência em SP: concluída 1ª etapa da análise dos laudos sobre mortes no Estado


ESPECIAL
Estudo mostra doenças e procedimentos mais excluídos pelas operadoras


TRANSPLANTE DE FÍGADO
Acompanhe a opinião de dois especialistas sobre a Portaria MS nº 1.160


TRABALHO MÉDICO
Cremesp fixa remuneração dos médicos em plantão à distância


ATUALIZAÇÃO
Vem aí Campanha do Ministério da Saúde para incentivar o parto normal e reduzir o índice de cesarianas


AGENDA
Acompanhe a participação do CRM em eventos relevantes para a classe médica


TOME NOTA
Alerta Ético aborda o tema "Responsabilidade no Atendimento"


NOTAS
Destaque para a adoção da CBHPM pelo município de Indaiatuba


HISTÓRIA
Hospital Samaritano: a volta ao passado de uma instituição ecumênica


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Edição 226 - 06/2006

HISTÓRIA

Hospital Samaritano: a volta ao passado de uma instituição ecumênica


Samaritano, um hospital ecumênico

Há mais de um século a instituição promove profissionalização da saúde e atendimento humanizado

Uma instituição ecumênica, que atende a pacientes de todas as raças, credos ou posições sociais. É esta a principal marca legada ao Hospital Samaritano por um de seus idealizadores, o imigrante José Pereira Achao. Natural da província chinesa de Macau, ele contraiu febre tifóide durante a viagem de navio que o trazia ao Brasil, na segunda metade do século XIX, quando a higiene e a saúde no país eram muito precárias. Internado, Achao, que era protestante, foi pressionado a se converter ao catolicismo.

Do episódio embaraçoso nasceu a vontade de estabelecer no Brasil um hospital que acolhesse, sem distinções, pessoas de qualquer religião, origem ou nacionalidade. Membro da Igreja Presbiteriana de São Paulo, antes de morrer Achao decidiu doar 2 contos de réis (cerca de 40 mil dólares em valores atuais) à igreja, para levar sua idéia adiante. Mas, como o catolicismo era a religião oficial do Império, o valor ficou retido, “congelado” pelo poder público.

Em 1890, um grupo de imigrantes britânicos, norte-americanos e alemães, ligados a igrejas protestantes da cidade, uniram-se a tradicionais famílias paulistas para fundar a Sociedade Hospital Evangélico, que teve suas primeiras instalações inauguradas em 1894, com o nome oficial de Hospital Samaritano. “O chinês deu o impulso inicial. Mais importante foi sua atitude, de mostrar que a cidade estava se desenvolvendo e não poderia deixar os novos imigrantes sem atendimento médico”, conta o superintendente geral do Hospital Samaritano, José Antônio de Lima, também presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados.

A mudança do nome, de Hospital Evangélico para Hospital Samaritano, se deu ainda em 1894, porque melhor traduz o ecumenismo pretendido pela instituição. Refere-se a Samaria, antiga cidade da Palestina, onde vivia uma população de características culturais bem diversificadas. Em sentido figurado, significa caridoso, bom, beneficente, por alusão ao personagem bíblico “O Bom Samaritano”, modelo de caridade. 

Hoje o hospital oferece também ações especiais para a comunidade judaica, de forte presença no bairro de Higienópolis, onde fica o hospital. “Estamos em um bairro onde vive metade da comunidade judaica da cidade e o judaísmo não é apenas uma religião; envolve costumes específicos”, explica José de Lima. Assim, desde 2001, há voluntários da comunidade judaica trabalhando no hospital.


Vista lateral do Hospital Samaritano, em foto de 1933


Enfermagem profissional
O terreno, na rua Conselheiro Brotero, coração de Higienópolis, foi doado pelo engenheiro e construtor G. Krug. A edificação e o projeto urbano do hospital foram considerados modernos para a época, embora fosse um modesto edifício de dois pavimentos com uma sala de administração, uma enfermaria geral de 16 leitos, para homens, e duas enfermarias pequenas, além de algumas dependências necessárias ao seu funcionamento. O primeiro centro cirúrgico foi construído em 1896 e, em 1898, a enfermaria para mulheres.

Em 1895 foi contratada a primeira matron (enfermeira profissional), que veio da Inglaterra para dirigir os serviços de enfermagem, uma inovação, porque até meados de 1900, apenas religiosas trabalhavam nos hospitais do Estado. No Samaritano surgiram os primeiros cursos de enfermagem de São Paulo, por conta da Escola de Enfermagem Job Lane, fundada em 1948. Até essa época, a enfermagem era tida como um ofício despretensioso, caridoso, ligado à religiosidade. O caráter de competência profissional na enfermagem foi também uma contribuição do hospital. Hoje, entre 30 e 40% dos profissionais de enfermagem do Samaritano têm curso de pós-graduação, lembra José Lima.

Em 1930, foi edificada a nova enfermaria infantil, reiterando uma forte tradição do hospital: a pediatria. Entre os anos 30 e 40, foram construídos outros edifícios: a Ala Central, que abriga grande parte do centro cirúrgico, as UTIs adulto e semi-intensiva e o pronto-socorro. Em 1954, foi concluído o projeto da ala hospitalar “Lane”.

O hospital mantém o Centro de Estudos e Pesquisas, que realiza e divulga conhecimentos entre seus profissionais para todo o país, e integra o projeto Conexão Médica de Telemedicina – ensino médico à distância utilizando recursos de informática e telecomunicação. “O Samaritano foi um dos pontos de apoio do 2º Congresso Internacional de Cirurgia Endovascular, em abril passado. Os procedimentos foram realizados por 23 médicos estrangeiros, no centro cirúrgico do Samaritano, e transmitidos para o Hotel Meliá, onde estavam os congressistas”, orgulha-se Lima.

Em 1962, médicos do corpo clínico da instituição criaram a Associação Médica do Hospital Samaritano, com o objetivo de integrar os profissionais e tratar dos interesses de seus associados. A Associação reúne hoje cerca de 800 médicos e seu dirigente, Renato Azevedo Jr., é também diretor e 2º secretário do Cremesp.
Em 2004, a Joint Commision International (JCI), a mais importante entidade mundial de acreditação em saúde, certificou a qualidade dos serviços de saúde prestados pelo Hospital Samaritano. “Somos um dos três hospitais gerais do Brasil acreditados pela JCI. Para nós, foi um marco, o reconhecimento do trabalho desenvolvido quatro anos antes, de resgate da cultura de qualidade do hospital em uma forma moderna, reestruturada. Estamos conseguindo, dentro de nossos parâmetros, manter e melhorar a qualidade”, diz Lima.

À frente do Hospital
O Samaritano é presidido por Jairo Eduardo Loureiro e administrado, há seis anos e meio, por José de Lima. Ele explica que antes de fazer parte da administração do Samaritano foi médico nefrologista da instituição. “Completarei 27 anos aqui, mas não atuo mais como médico, me dedico agora à gestão”.

Lima diz: “Desde o primeiro momento, quando tive de escolher a profissão a seguir, pendi também para a administração; e depois de formado, cursei Administração, na Fundação Getúlio Vargas, o que complementou bastante minha atividade médica”. Lima também foi conselheiro do Cremesp, de 1988 a 1993. “Foi uma boa experiência, fiz a minha parte”, sorri.

O hospital iniciou neste ano uma obra de cerca de 30 mil metros quadrados. O novo prédio irá permitir a realocação de serviços como o Centro de Diagnóstico – que será centralizado – e do Setor de Pesquisa. Contará com garagem, restaurante e outras facilidades para o usuário. “O público atual espera que o hospital ofereça o padrão de um hotel cinco estrelas”, brinca Lima. A previsão de conclusão é para o final de 2008.

Projetos
Entre suas atividades, o Samaritano promove e apóia programas de responsabilidade social, filantropia, qualidade de vida e do meio ambiente. É iniciativa da entidade o Projeto AMA (Atendimento Multi Assistencial), que desde 2001 leva informação e atendimento a crianças carentes da Pastoral da Criança, por profissionais voluntários. Além de outros projetos, o hospital realiza exames de ressonância para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e desenvolve trabalhos em escolas, com ações de educação, palestras sobre doenças, prevenção para alunos, professores e funcionários.


Hoje - Entrada principal do complexo hospitalar,
no bairro de Higienópolis, em São Paulo


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