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Ensino Médico
Exame do Cremesp de 2017 aprova mais da metade dos recém-formados em Medicina
Bráulio Luna Filho, Lavínio Nilton Camarim, Renato Françoso e
Reinaldo Ayer apresentam resultados em coletiva de imprensa
Pela primeira vez nos últimos anos, os resultados do Exame do Cremesp 2017 apontam que mais de 60% dos recém-formados em escolas médicas do Estado de São Paulo foram aprovados na avaliação. Do total de 2.636 participantes, 64,6% acertaram mais de 60% das 120 questões da prova. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa realizada no dia 22 de fevereiro, na sede do Conselho. O índice de aprovação neste ano foi 21% maior do que em 2016 (Quadro 1). A 13ª edição da avaliação foi realizada em 22 de outubro de 2017, nos municípios de Botucatu, Campinas, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São Paulo e Taubaté.
Para Bráulio Luna Filho, 1º secretário do Cremesp e coordenador do Exame, a melhora pode estar relacionada à importância que a prova vem ganhando. Embora não seja obrigatória, a participação na avaliação do Cremesp passou a ser critério para acesso a importantes programas de Residência Médica (RM) no Estado e, também, para participação em concursos públicos e contratação no setor privado. Além disso, desde o
início do Exame, as escolas participantes recebem um relatório pormenorizado de desempenho de seus alunos, preservando-se a identidade dos mesmos. “Em 2017, realizamos, pela primeira vez, um simulado, o que também pode ter contribuído para a melhora de desempenho”, completou.
“O Exame do Cremesp é uma importante ferramenta para que os recém-formados testem seu conhecimento, para que as escolas possam ter parâmetros de desempenho por áreas, e, também, para garantir uma Medicina de qualidade para a população assistida”, destacou Lavínio Nilton Camarim, presidente do Conselho.
Aplicada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), a prova foi composta por 120 questões
referentes a nove áreas da Medicina.
Melhora o desempenho em escolas privadas
Como em anos anteriores, a reprovação foi menor entre escolas médicas públicas do que privadas. No entanto, houve aumento de aprovação entre os egressos de instituições particulares, em comparação ao ano de 2016, passando de 33,7% para 56,8%. Já entre os cursos públicos, 79,7% dos alunos foram aprovados em 2017, também superando o resultado de 2016, que foi de 62,2%. (Quadro 2).
Média de acertos por área
Para o grupo de participantes de escolas do Estado de São Paulo (2.636) no Exame de 2017, a média de acertos para o conjunto de conteúdo foi de 62,9%. Abaixo de 60% de acertos, o resultado por conteúdo é considerado insatisfatório, o que aconteceu com três das nove áreas que abrangem a prova: Clínica Cirúrgica, 59,4; Bioética, 58,1; e Ciências Básicas, 52,2. Entre as que obtiveram maior número de acertos, estão: Saúde Mental, 72,3; Pediatria, 67,7; Ginecologia, 67,0; Obstetrícia, 64,1; Clínica Médica, 63,1; e Saúde Pública/Epidemiologia, 63,0.
Iniciativa recebe amplo apoio da comunidade médica e sociedade
Dráuzio Varella manifesta apoio ao exame,
em reunião com Camarim e Pereira Filho
Presidente da OAB-SP assina petição
A defesa de um exame nacional obrigatório vem recebendo boa aceitação da comunidade médica, de representantes da sociedade organizada e de formadores de opinião.
O tema já foi pauta de editorial da Folha de São Paulo e de artigos
de opinião de médicos renomados, como o oncologista e escritor, Dráuzio Varella; o psiquiatra e escritor, Augusto Cury; e o professor da Faculdade de Medicina da USP
e cirurgião do Hospital Sírio-Libanês, Raul Cutait, entre outros (veja boxes ao lado). Varella também participou de reunião com o presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, e com o diretor de Comunicação, Antonio Pereira Filho, na qual manifestou apoio ao exame de proficiência aos recém-formados em Medicina.
O secretário da Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, também defende a inciativa. “Sou totalmente a favor do exame. Sempre fui contrário à abertura desenfreada de escolas médicas no País”, declarou.
Recém-formados
Dos recém-formados inscritos no Exame do Cremesp 2017, 83% declararam ser favoráveis a uma avaliação obrigatória para o exercício da Medicina.
OAB-SP
Em 9 de fevereiro, o presidente da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Marcos da Costa, tornou-se signatário da campanha do Cremesp.
Se todos concordam que um exame de suficiência semelhante ao que o Cremesp realiza ajudaria a proteger a sociedade da incompetência de médicos mal formados, quais interesses políticos e financeiros impedem que uma lei com essa exigência seja aprovada?”
Drauzio Varella
Trecho de artigo publicado na Folha de S.Paulo,em 6/01/2018.
O que vem acontecendo em relação à abertura indiscriminada de escolas médicas pelo país afora é um verdadeiro tiro no pé no futuro das atenções médicas.”*
“O exame pode ser uma das armas para se lutar pela qualidade do ensino, que é o ponto central do problema. Mas ainda tenho dúvidas se deveria ser realizado apenas no final do curso ou a cada dois anos”.**
Raul Cutait
*Trecho de artigo na Folha de S.Paulo,
em 17/01/2018;
**Entrevista ao Jornal do Cremesp.
Cada paciente, por mais humilde social e financeiramente que seja, não é mais uma doença a ser tratada ou um número de protocolo a ser analisado, mas um ser humano único e insubstituível no teatro da existência.”
“Mesmo os que discordam do exame nacional obrigatório – o que é um direito, e eu o respeito – agradecerão muito no futuro se ele for implantado!”
Augusto Cury
Trechos de entrevista ao Jornal do Cremesp.
... o quesito das deficiências na formação pode resolver-se mais facilmente, sem intervenções sobre o funcionamento do mercado: basta tornar o exame de proficiência obrigatório para emissão do diploma. Os alunos e seus pais saberão evitar o investimento de seis anos de estudos em escolas com baixos índices de aprovação.”
Trecho de editorial da Folha S.Paulo,
em 10/01/2018.
Conselho lança campanha por avaliação obrigatória em nível nacional
Com o slogan Pela boa Medicina, apoie o exame obrigatório para recém-formados, o
Cremesp lançou, em janeiro, uma campanha que defende uma avaliação para o exercício da Medicina no País. Veiculada nas principais emissoras de rádio e TV, mídia impressa, internet e redes sociais, a campanha tem por objetivo alertar a população para a má qualidade da formação médica e suas consequências para o atendimento à população. A iniciativa também inclui um abaixo-assinado, que visa alcançar 500
mil assinaturas. Além disso, quer conscientizar os profissionais sobre a importância do exame para o futuro da Medicina.
Abaixo-assinado
A petição está disponível no site do Cremesp e pode ser acessada pelo link www.exameobrigatorio.com.br. É possível acompanhar, por meio das redes sociais do Cremesp (Facebook, Instagram e Linkedin) as novidades sobre o abaixo-assinado. Assine e repasse aos amigos.
Projeto de Lei tramita no Senado
Camarim esteve em Brasília para discutir o PL com os senadores Marta Suplicy e Pedro Chaves
O Projeto de Lei (PL) nº 165, de 2017, de autoria do senador Pedro Chaves, que institui o exame nacional de proficiência em Medicina, constituindo requisito para a inscrição em Conselho Regional de Medicina, encontra-se em tramitação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Em 7 de fevereiro, o presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, reuniu-se em Brasília com os senadores Pedro Chaves e Marta Suplicy, presidente da CAS, para discutir o avanço do PL no Legislativo. Em novembro, Camarim havia visitado o gabinete do senador Airton Sandoval para entregar ofício, solicitando o seu apoio e contribuição para acelerar a apreciação do PL pelo Senado.
Cremesp reúne sociedades de especialidades
Representantes de mais de 30 sociedades de especialidades participaram de encontro para discutir apoio ao projeto de lei que institui o exame obrigatório, com o presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, e o 1º secretário, Bráulio Luna Filho.