CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Lavínio Nilton Camarim - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Albertina Duarte Takiuti
INSTITUIÇÃO DE SAÚDE (pág. 4)
Hospital de Prudente oferece excelência em alta e média complexidade 100% SUS
SAF (pág. 5)
Resolução torna obrigatório alerta em clínicas e hospitais sobre risco de consumir álcool na gravidez
SUS (pág. 6)
Cremesp convoca entidades a defender gestão pública da Saúde
ENTIDADES MÉDICAS (pág. 7)
Eleições da APM e AMB serão de 21 a 31 de agosto
SAÚDE PÚBLICA (pág. 8 e 9)
Prescrição médica de anorexígenos é autorizada no País
TESTAMENTO VITAL (pág. 10)
Diretivas de Vontade encontram resistência por falta de informação
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Conselhos apresentam dossiê ao MS sobre más condições em unidades de saúde pública
EU, MÉDICO (pág. 12)
Médico socorrista construiu carreira na PM prestando atendimento pré-hospitalar
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Médico que atende convocatória do Conselho evita infração ética
EDITAIS (pág. 14)
Convocações
BIOÉTICA (pág. 15)
Médicos podem delegar à Justiça decisões clínicas?
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL (pág. 2)
Lavínio Nilton Camarim - Presidente do Cremesp
O Cremesp que queremos e defendemos
Agradeço a confiança de todos os delegados, conselheiros e, acima de tudo, dos médicos do Estado de SP, por me delegar a importante missão de conduzir, durante os próximos 15 meses, o Conselho de Medicina de maior importância e expressão do Brasil, o Cremesp. Sou sabedor de minhas responsabilidades e de meus compromissos com a classe médica e com a população.
Seria preciosismo de minha parte acreditar que conduzir a Medicina desse Estado seria uma tarefa fácil. Não tenho dúvida de que exigirá muito trabalho, dedicação e competência. As demandas envolverão conhecimento, agilidade e habilidade política e administrativa no trato da “coisa pública”. Teremos que ser imparciais e éticos nas análises e julgamentos.
Teremos importantes batalhas no caminho, as quais enfrentaremos com a humildade de um servo, mas com a galhardia de um guerreiro em um campo de batalha.
Nossa gestão terá como foco, internamente, a valorização da equipe, assim como a melhoria dos serviços públicos prestados pelo Cremesp. Externamente, lutaremos pela defesa das prerrogativas dos médicos, pela prestação de uma saúde baseada nos princípios éticos e com qualidade, além da defesa do ato médico e da proteção da sociedade. São inadmissíveis as precárias condições de trabalho e atendimento, assim como a retenção sistemática dos honorários e dos pagamentos dos profissionais. Não vamos tolerar o descaso nos atendimentos aos pacientes, assim como não sucumbiremos às invasões que a Medicina vem sofrendo. Defendemos um trabalho multiprofissional de qualidade, mas não permitiremos que outros profissionais não habilitados exerçam atos médicos, colocando em risco a saúde da população.
Não mediremos esforços em investir na busca, resgate e consolidação de parceiros institucionais para representarmos com dignidade a classe médica e manter uma saúde de qualidade para o povo.
Defenderemos um SUS viável e sustentável, com financiamento e modelo de gestão adequados, como forma de verdadeira inclusão social. Manteremos vigília na formação médica e na revalidação dos diplomas de profissionais formados no exterior e investiremos nos Programas de Educação Médica Continuada e nas publicações institucionais do Cremesp.
Contamos com a participação de todos, para que possamos influenciar de forma propositiva nos rumos da Nação.
Brasil ainda engatinha em cuidados paliativos
Antônio Pereira Filho*
Cuidados paliativos visam, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), à qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, com tratamento implacável da dor e outros sintomas físicos, psicossociais e espirituais.
Na Idade Média, e até antes, foram criados abrigos, hospedarias para peregrinos e viajantes, muitos deles fracos e doentes. As igrejas na Idade Média expandiram os cuidados para doentes pobres e crianças órfãs. A médica e assistente social Cicely Saunders criou dois hospices (em português: clínica de cuidados paliativos) de caráter histórico: o primeiro, de meados do século passado, o St. Lukes Home; e o segundo, o St. Christopher Hospice, de 1967, ambos em Londres (Inglaterra). Nos anos 1980 e 1990, os hospices multiplicaram-se por toda a Europa e América Norte.
O Brasil tem mais de 40 anos de atraso em relação a essas regiões no que diz respeito aos cuidados paliativos e ainda engatinha nessa área. Para quem atua administrando assistência à saúde, a falta de pessoal e de estrutura física para esse tipo de tratamento leva ao pior dos mundos, que é o altíssimo custo assistencial com qualidade não desejada.
Vemos nossos doentes fora de possibilidade terapêutica curativa terminar seus dias de vida em unidades de internação sofisticadas do ponto de vista tecnológico, muitas vezes uma terapia intensiva, porém despreparada para o alívio da dor e do sofrimento físico e psicológico.
Ao contrário, poderia estar em uma unidade de terapia muito mais barata e preparada para oferecer a tecnologia adequada para o combate aos sofrimentos físicos e recursos humanos competentes para tal. O apoio da família e amigos ao lado do doente, dando-lhe sustentação emocional, e a presença do agente religioso, dando-lhe amparo espiritual, são importantíssimos e insubstituíveis.
O Cremesp tem tido, há anos, protagonismo nessa discussão. Temos uma das melhores publicações nacionais sobre o tema, no livro Cuidado Paliativo (disponível no www.cremesp.org.br), e uma Câmara Técnica com grandes profissionais especializados.
Nosso desafio é divulgar o tema, para que tenhamos cada vez mais e melhores unidades de cuidados paliativos.