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CAPA
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EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp
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ENTREVISTA (pág. 3)
Suzanne T. Anderson
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INSTITUIÇÃO DE SAÚDE (pág. 4)
A prioridade do hospital pela humanização ajuda na recuperação dos pacientes
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TRABALHO DO MÉDICO (pág. 5)
O debate trouxe para pauta a campanha Violência não resolve, iniciada em 2015 em conjunto com o CorenSP
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INSTITUCIONAL (pág. 7,8,9 e 10)
O Jornal do Cremesp mostra as funções e responsabilidades do órgão
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ENSINO MÉDICO (pág. 10)
O objetivo é dar orientações de como montar uma boa prova para os estudantes
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AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Mauro Aranha, presidente do Cremesp, comentou a situação em debate
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EU,MÉDICO (pág. 12)
Sidnei Epelman
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JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
A cartilha tem o objetivo de montar grupos de apoio sobre questões que envolvam a atenção médica
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BIOÉTICA (pág. 15)
Estudo aponta excesso de solicitações e erros de interpretação em testes genéticos
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EDITAIS (pág. 14)
Convocações
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BIOÉTICA (pág. 15)
Estudo aponta excesso de solicitações e erros de interpretação em testes genéticos
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GALERIA DE FOTOS
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EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp
Cracolândia(s)
Que relação e compromisso a Medicina e, em especial, a Psiquiatria têm com as cracolândias, senão o diagnóstico e tratamento de condições clínicas mais prevalentes nestes cenários, como o uso nocivo ou dependente de drogas (em geral, álcool e crack), de aquisição barata ou por escambo, mediante prostituição e pequenos delitos; ou doenças supervenientes, como sífilis, hepatites B ou C, tuberculose, Aids e um sem número de outros agravos físicos e mentais?
Que relação e compromisso a Medicina pode ter com o número crescente de pessoas em situação de rua no município de São Paulo: em 1991 (ano da introdução do crack nas ruas paulistanas), menos de 4 mil pessoas; e hoje, 16 mil?
Que relação e compromisso devemos ter com a origem multifatorial dessa miséria e indignidade humanas: histórico prisional sem cometimento de crimes; desemprego; fome; rupturas familiares (por abandono, mortes, violência doméstica e outros); transtornos mentais prévios, e tantos outros fatores desencadeantes?
A relação e compromisso a que me refiro e nos proponho é, no mínimo, a percepção e consciência do trágico ponto a que chegamos, enquanto (des)humanidade e barbárie.
Desigualdade social é o nome que resume a dessemelhança entre semelhantes; a solidão, o mau cheiro e a morte cronicamente anunciada dos “viciados” ou “loucos” ou “mendigos”, aqueles que, no fundo, julgamos radicalmente diferentes de nós. E já não era um acontecimento vê-los assim, tão perto. Bastava-nos somente não passarmos pelas cracolândias. Melhor que isso seria vê-los afastados das ruas (nos albergues, nos hospitais, nas comunidades terapêuticas).
Nós, que escolhemos ser médicos, não podemos não vê-los. Não fosse por isso, pelo reiterado sofrimento que sofrem, eles nos olham; a consciência nos vê.
Mas não vos trago uma consciência culpada. Em meu derradeiro editorial, como presidente do Cremesp, trago-lhes a lembrança do que somos, a esperança do que fomos e, que um dia, nos é viável voltarmos a ser. Quando sofrem, não vemos apenas os olhos e a alma de homens, mulheres, crianças. Vemos nossas próprias raízes: Apolo, Hipócrates, Avicena, Maimônides, Albert Schweitzer, Médicos Sem Fronteiras e tantos outros. Essa, a nossa real e melhor identidade. E como queria Sartre, seria ainda preciso dizer: não tenho direitos, porque o amor me cumula; não tenho deveres, porque dou por amor.
Um novo caminho ético
Paulo Mariani*
A crise ética e moral pela qual passamos nos faz refletir a respeito das consequências sociais e os exemplos que transmitimos para as gerações futuras. Quais serão os resultados após a explicitação de situações das quais já tínhamos conhecimento, mas que sempre eram tratadas de forma natural, como se estivessem dentro da normalidade? A própria punição a essas atitudes é um exemplo do que está por vir. Por meio de subterfúgios jurídicos, tenta-se justificar e inocentar atitudes que, do ponto de vista racional e moral, seriam inadmissíveis.
Todos nós, anestesiados, vislumbramos, dia após dia, um crescente número de denúncias e delações premiadas que, na verdade, premiam somente os infratores, diga-se de passagem. Enquanto isso, a educação, a saúde e a segurança se encontram em um verdadeiro caos. E sem previsão de melhoras, uma vez que as quantias financeiras desviadas servem apenas para o deleite de alguns. Sempre pensei que esse tipo de crime devesse ser combatido com pena de cunho financeiro, isto é, recupera-se tudo o que foi retirado da população, com as devidas correções, mesmo que esse dinheiro tenha sido receptado por terceiros.
Esses transgressores da lei, que não honram o cargo que ocupam, assim como os “amigos” que os patrocinam, deveriam ser mais bem vigiados e severamente punidos. Porém, essa utopia ficará somente no nosso espírito de justiça, visto que, mais uma vez, presenciaremos o nocivo “jeitinho brasileiro” – amparado na Justiça – vencer a lógica do bom senso e da ética.
Esperamos que este triste momento do cenário político brasileiro nos traga um novo caminho ético, no qual a saúde e a educação em nosso País sejam respeitadas enquanto garantias constitucionais, duramente conquistadas pelo povo brasileiro. Nós, do Cremesp, continuaremos a trabalhar para que essa meta seja alcançada em toda sua plenitude.
(*) Paulo Mariani é conselheiro do Cremesp