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Nesta Edição
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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Regis Ricardo Assad


SAÚDE MENTAL (pág. 4)
Estresse, isolamento social e falta de diálogo podem estar na origem das tentaivas de pôr fim à própria vida


INSTITUCIONAL (pág. 5)
Parceria com Proesq visa promover a qualidade da saúde mental do médico, baseada no acompanhamento clínico e prevenção


SAÚDE SUPLEMENTAR (pág. 6)
Coren-SP é uma das instituições que passou a apoiar a campanha do Cremesp contra a proposta do MS


TRABALHO DO MÉDICO (pág. 7)
Anamnese/exame físico e exames laboratoriais ou de imagem são complementares e nunca excludentes


DATAFOLHA (pág. 8 e 9)
Pesquisa realizada pelo Datafolha identifica expectativas dos profissionais e indica bandeiras a ser encampadas pelo Cremesp


MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (pág. 10)
Instituição conta com cerca de 7 mil revisões sistemáticas, sendo 70% do conteúdo disponibilizado gratuitamente no País


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Nova edição, adaptada à realidade da prática médica, inclui módulo sobre assédio sexual e revisão de termos teóricos


EU, MÉDICO (pág. 12)
Médico desenvolveu aplicativo sobre o enfrentamento da violência feminina para o movimento "Bem Querer Mulher"


JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Hospital das Clínicas da FMUSP passa por por um de seus momentos mais graves


EDITAIS (pág. 14)
Convocações


BIOÉTICA (Pág. 15)
Facebook, por lazer ou motivos pessoais, só deve ser acessado por médicos fora do expediente


GALERIA DE FOTOS



Edição 347 - 05/2017

EU, MÉDICO (pág. 12)

Médico desenvolveu aplicativo sobre o enfrentamento da violência feminina para o movimento "Bem Querer Mulher"


Psiquiatra utiliza tecnologia para desenvolver ações na Saúde Pública

 

Machado: "participar de projetos sociais trouxe um sentido maior para a minha vida pessoal e profissional"
 
Em busca de inovação na área da Saúde Pública e cria­ções no campo tecnológico, o médico Felipe Machado, de 34 anos, dedica-­se à coordenação de ações de impacto social e no desenvolvimento de projetos na área da Psiquiatria. 

O interesse nos projetos sociais começou cedo. Ainda na Faculdade de Medicina de Catanduva, onde se formou em 2007, Machado começou a se envolver no movimento estudantil e a desenvolver projetos, como a iniciativa junto ao Núcleo de Assistência à População Ribeirinha da Amazônia (Napra), que buscava auxiliar o atendimento médico à população da região.

“Foi o meu primeiro contato com um projeto social. Era um grupo que, todo mês de julho, ia até a Amazônia implantar projetos de desenvolvimento das comunidades. Devido à escassez de médicos na região, criamos um sistema de telemedicina (quando a tecnologia ainda era precária) e fazíamos teleconsultas durante os outros meses do ano. Participar desse projeto me motivou a buscar por mais iniciativas assim. Trouxe um sentido maior, tanto na minha vida pessoal quanto profissional”, explica.
 
Novas esferas
Nascido em Petrópolis, no Rio de Janeiro, mudou-se para São Paulo com a família aos três anos de idade. Filho de mãe psiquiatra e pai pediatra, o médico conviveu desde cedo com a Medicina no ambiente familiar. “A Psiquiatria me encantou desde pequeno com a ideia de desvendar as questões do ser humano, como funcionamos e por que agimos de tal maneira”, relata.

Após a faculdade, Felipe concluiu a residência em Psiquiatria, no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) e fez especialização em Psiquiatria da Infância e Adolescência, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mas foi ao final de seu MBA em Liderança e Gestão Pública, no Centro de Liderança Pública, em parceria com a Harvard Kennedy School, que aliou sua paixão pela Saúde Pública com a tecnologia.

Com a curiosidade sobre o mundo tecnológico, criou o projeto Saluz, uma plataforma de participação social que ensina os usuários a utilizarem o Sistema Único de Saúde (SUS), ainda em vias de viabilização. 

“O MBA foi um grande divisor de águas para mim. Comecei a trabalhar com outras esferas fora do trabalho do médico tradicional, o que resultou em algo totalmente gratificante. Sempre tive um interesse grande por tecnologia, e foi a partir desse primeiro projeto que comecei a me envolver mais com plataformas digitais”, explica.
Iniciativas sociais

Após criar a sua primeira plataforma digital, Machado percebeu que podia avançar mais e começou a se envolver em outros projetos sociais. Junto com um colega, o psiquiatra desenvolveu um aplicativo sobre o enfrentamento da violência feminina, após conhecer o trabalho do Movimento Bem Querer Mulher (BQM). O app BQM, disponível para Android e iOS, foi criado para auxiliar vítimas de violência, conectando-as a uma rede de agentes que orientam sobre questões legais, psicológicas, indicam serviços de atendimento capacitado, abrigos, assistentes sociais e centros de atendimento à vítima.
 
Já o RedePsico, desenvolvido também pelo médico, é um aplicativo que permite ao usuário localizar serviços de Psiquiatria do SUS. “É uma plataforma de Saúde Mental estendida”, explica, já que a rede é composta por serviços como Acupuntura, Neurologia, Psiquiatria, Terapia Ocupacional e Psicologia. A ideia é ter uma rede com informações e serviços, facilitando o trabalho do profissional e do paciente, além de combater a questão do estigma, trazendo informação confiável dentro do tema da Saúde Mental.
 
 

Novo projeto envolve inclusão para dependentes químicos

Atualmente, Felipe trabalha na Direção Clínica do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (Caism) Philippe Pinel, em Pirituba, na Capital, onde pretende concentrar suas atividades e novos projetos. “Meu foco é trazer mais propostas para a área da Psiquiatria, com uma ideia de renovação e trabalho mais diversificado dentro dos hospitais psiquiátricos, com mais ações para melhorar o projeto terapêutico desses pacientes”.
 
A dificuldade de implantar tais programas, entretanto, encontra-se principalmente no cenário público. Segundo o psiquiatra, trazer qualquer proposta mais inovadora de saúde, envolvendo o SUS, tem um entrave maior mas, mesmo assim, é possível ter uma visão otimista sobre as iniciativas.
 
Dentro dessas inovações está o novo projeto do Núcleo da Infância e Adolescência, que será reaberto no Caism Pinel — em parceria com a Secretaria de Assistência Social do Estado, a Prefeitura Municipal de São Paulo e o Instituto Jatobás —, voltada ao atendimento a crianças e adolescentes dependentes químicos da Cracolândia.
 
A ideia da clínica é promover um modelo de reabilitação para a dependência química, com ações diversificadas de inclusão, em articulação com a rede.

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