CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Regis Ricardo Assad
SAÚDE MENTAL (pág. 4)
Estresse, isolamento social e falta de diálogo podem estar na origem das tentaivas de pôr fim à própria vida
INSTITUCIONAL (pág. 5)
Parceria com Proesq visa promover a qualidade da saúde mental do médico, baseada no acompanhamento clínico e prevenção
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág. 6)
Coren-SP é uma das instituições que passou a apoiar a campanha do Cremesp contra a proposta do MS
TRABALHO DO MÉDICO (pág. 7)
Anamnese/exame físico e exames laboratoriais ou de imagem são complementares e nunca excludentes
DATAFOLHA (pág. 8 e 9)
Pesquisa realizada pelo Datafolha identifica expectativas dos profissionais e indica bandeiras a ser encampadas pelo Cremesp
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (pág. 10)
Instituição conta com cerca de 7 mil revisões sistemáticas, sendo 70% do conteúdo disponibilizado gratuitamente no País
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Nova edição, adaptada à realidade da prática médica, inclui módulo sobre assédio sexual e revisão de termos teóricos
EU, MÉDICO (pág. 12)
Médico desenvolveu aplicativo sobre o enfrentamento da violência feminina para o movimento "Bem Querer Mulher"
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Hospital das Clínicas da FMUSP passa por por um de seus momentos mais graves
EDITAIS (pág. 14)
Convocações
BIOÉTICA (Pág. 15)
Facebook, por lazer ou motivos pessoais, só deve ser acessado por médicos fora do expediente
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp
Meu Caro Colega
Passaram-se os anos. Quantos sofrimentos passaram por nós e silenciosas súplicas nos olhos, interpelando-nos a ciência, o interesse, a empatia, a capacidade de dar. Digo melhor: a experiência que tudo reconhece e tudo provê. Decerto, não a vida eterna (que esta é coisa de Deus), mas a vida sem dor. Ao menos, vida compartilhada, de lenitivos fugazes.
Essa e outras edições recentes do Jornal do Cremesp evidenciam os vários obstáculos que permeiam a nosssa realidade e que podem nos afastar desse virtuoso percurso.
Laboramos, em média, 10 horas diárias ou mais; em dois ou três postos de trabalho; muitos de nós, em Santas Casas do interior paulista, entregues a gestões terceirizadas ou “quarteirizadas”, contratados como pessoas jurídicas e, após três ou mais meses sem recebimentos, não temos como parar sem prejuízos aos pacientes, ou fazer valer direitos trabalhistas, viáveis apenas em regime CLT. Sete em cada dez médicos pertencem ao SUS, vilipendiado pelas autoridades, mais interessadas na introdução dos planos de baixa cobertura, mediante o sorrateiro estrangulamento do setor público.
Todas essas formas de violência afetam a nós e àqueles em fase de formação na Medicina. Estes são jovens confrontados pelas próprias desmesuras e, ainda mais, por aquelas que se lhes impõem: pouco convívio social externo à faculdade e ao hospital; muita bebida, com drogas nas festas; o iniciar-se defronte ao sofrimento e à morte; a luta contínua por méritos e louros acadêmicos; a opressão institucionalizada mediante os maus usos da hierarquia.
É fato que o suicídio de médicos e estudantes é mais prevalente que em outros labores; e, em sendo mulheres, mais que os homens colegas.
Um dia escolhemos a Medicina para salvar. Por vezes, não salvamos a nós próprios.
Tudo, no país em que nascemos e amamos, conspira para que sejamos cínicos, indiferentes às dores do outro, mentirosos, falsários. Contudo, é preciso deter-se. Violência não se exaure com violência.
É preciso retomar as promessas que fizemos e sermos, mais ainda, o que um dia sonhávamos ser.
A radiologia do futuro
André Scatigno*