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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Wilson Pollara


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 4)
Hospital do Homem é referência na rede pública em doenças do rim e próstata


ALERTAS ÉTICOS (pág. 5)
Serviço que expunha profissionais que atrasavam consultas é retirado do ar


SAÚDE PÚBLICA (pág. 6)
Febre amarela


PERÍCIA (pág. 7)
Cremesp orienta médicos sobre curatela a pacientes com doenças mentais graves


DEMOGRAFIA MÉDICA PAULISTA (págs. 8 e 9)
Número de médicos em SP cresce mais do que o da população em geral


TRABALHO (pág. 10)
Cremesp intensifica fiscalização de hospitais públicos do Interior


EVENTOS (pág. 11)
Agenda


EU, MÉDICO (pág. 12)
Dermatologista é referência no atendimento de pele negra


CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO (pág. 13)
Novas regras darão mais agilidade aos trâmites judicantes


EDITAIS (Pág. 14)
Convocações


BIOÉTICA (pág. 15)
Divulgação de dados de pacientes


GALERIA DE FOTOS



Edição 344 - 01-02/2017

SAÚDE PÚBLICA (pág. 6)

Febre amarela


Os médicos e profissionais de saúde devem realizar um diagnóstico detalhado na avaliação de supostos casos de febre amarela. “Ao receber um paciente em estado febril e com icterícia, o médico precisa sempre suspeitar de febre amarela”, recomenda Marcos Boulos, diretor de Comunicação do Cremesp e coordenador do Controle de Doenças do Estado de São Paulo.

A febre amarela, em seu quadro típico, simula hepatite fulminante e, muitas vezes, pode ser confundida com doenças como leptospirose, malária e septicemias. Além disso, em muitos casos, apresenta formas pouco sintomáticas. Boulos acredita que identificar a doença corretamente é o primeiro passo para o controle, inclusive por ser de notificação obrigatória, e para ma­pear possíveis regiões endêmicas.


Campanha contra a febre amarela, do início do século 20, mostrava o temor da população em relação ao mosquito

Mesmo sendo uma doença antiga, a febre amarela ainda está presente no cenário brasileiro e deve ser estudada constantemente pelos profissionais da área da Saúde, já que não é possível prever novos surtos. Para isso, existem diversos guias técnicos, como o Manual de Vigilância Epidemiológica de Febre Amarela, do Ministério da Saúde, disponível no link: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epid_febre_amarela.pdf.


Histórico

A febre amarela acontece por meio de surtos após uma epizootia. No Estado de São Paulo, neste ano, foram encontrados vírus da febre amarela em 31 macacos e também em três humanos (casos em São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Batatais), até o fechamento desta edição do Jornal do Cremesp, em 14 de fevereiro. No cenário nacional, foram achados mais casos de epizootia em Minas Gerais e no Vale do Rio Doce. A vacinação em humanos está sendo ampliada nas regiões de fronteira com o Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.

Boulos acredita ainda que os casos de febre amarela não estão acontecendo em maior quantidade porque, nas regiões de transmissão do Estado de São Paulo, a cobertura vacinal é considerada alta, de 70% a 80%.

O Brasil registrou, até o último dia 13 de fevereiro, 79 mortes  por febre amarela, sendo 69 em Minas Gerais, segundo o Ministério da Saúde (MS).

Prevenção

A vacina para a febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle, pois não existe tratamento específico para a doença. A imunização tem eficácia acima de 95%. Além de ser ofertada no Calendário Nacional do SUS nas regiões endêmicas, a vacina é enviada, mensalmente, para todo o País, de acordo com o MS.

Todos os moradores de áreas com recomendação da vacina contra febre amarela e pessoas que irão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata devem ser imunizadas. Segundo o MS, os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe estão fora da área de recomendação para a vacina.

Os anticorpos protetores aparecem entre o sétimo e décimo dias após a aplicação, razão pela qual a imunização deve ocorrer dez dias antes de o paciente ingressar em área de transmissão. Segundo indicações do MS, a vacina é contraindicada para crianças com menos de seis me-

ses de idade, pacientes com imunossupressão e baixa imunidade, gestantes, pessoas acima de 60 anos e indivíduos com história de reação alérgica relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados).


Ministério orienta profissionais sobre cuidados e notificação da chikungunya

A expectativa de que o número de notificações do chikungunya aumente em 2017 levou o Ministério da Saúde (MS) a editar um manual online para consulta dos profissionais da Saúde na avaliação dos casos. A publicação aborda as três fases de evolução da doença: aguda, subaguda e crônica, além das formas de intervenção para cada etapa. Após o período de incubação, inicia-se a fase aguda ou febril, que dura até o 10º dia. Alguns pacientes evoluem com persistência das dores articulares após a fase aguda, o que já caracteriza o início da fase subaguda, com duração de até três meses. Quando os sintomas persistem além dos três meses, atinge-se a fase crônica.

Para a coordenadora geral dos Programas de Controle e Prevenção da Malária e das Doenças Transmitidas pelo mosquito, Ana Carolina Santelli, os profissionais de saúde precisam prestar atenção no risco de se utilizarem anti-inflamatórios, aspirina e corticoide na fase aguda, nos primeiros catorze dias, já que isso pode agravar o quadro da doença. O guia também ajuda a diferenciar a doença de outros casos suspeitos, assim como traz informações sobre o tratamento da chikungunya e notificações de casos e óbitos.

Segundo o boletim epidemiológico volume 47 da Secretaria de Vigilância em Saúde, o Estado de São Paulo registrou 4.233 casos da doença até setembro de 2016.

Alguns tópicos do manual:

A triagem deve estar atenta para a identificação da presença dos sinais de gravidade, dos critérios de internação e grupos de risco;

Não há ainda tratamento antiviral específico para chikungunya. A terapia utilizada é de suporte sintomático, hidratação e repouso;

Os óbitos suspeitos são de notificação imediata. Os profissionais devem comunicar às Secretarias Municipais de Saúde em até 24 horas.

Para consultar o manejo clínico completo para chikungunya, acesse o site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br).


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