CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Wilson Pollara
INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 4)
Hospital do Homem é referência na rede pública em doenças do rim e próstata
ALERTAS ÉTICOS (pág. 5)
Serviço que expunha profissionais que atrasavam consultas é retirado do ar
SAÚDE PÚBLICA (pág. 6)
Febre amarela
PERÍCIA (pág. 7)
Cremesp orienta médicos sobre curatela a pacientes com doenças mentais graves
DEMOGRAFIA MÉDICA PAULISTA (págs. 8 e 9)
Número de médicos em SP cresce mais do que o da população em geral
TRABALHO (pág. 10)
Cremesp intensifica fiscalização de hospitais públicos do Interior
EVENTOS (pág. 11)
Agenda
EU, MÉDICO (pág. 12)
Dermatologista é referência no atendimento de pele negra
CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO (pág. 13)
Novas regras darão mais agilidade aos trâmites judicantes
EDITAIS (Pág. 14)
Convocações
BIOÉTICA (pág. 15)
Divulgação de dados de pacientes
GALERIA DE FOTOS
ENTREVISTA (pág. 3)
Wilson Pollara
“A questão da Saúde não é tanto de orçamento, mas de gestão”
Nomeado pelo prefeito João Dória Jr. para assumir, a partir de janeiro, o comando da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, o médico Wilson Modesto Pollara tem pela frente uma série de desafios para melhorar o atendimento à saúde da população. “Temos filas gigantescas para a marcação de exames, falta de remédios nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e de vagas nos hospitais”, disse. Nesta entrevista ao Jornal do Cremesp, Pollara – que deixou o posto de secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Saúde do Governo Alckmin – fala sobre sua estratégia no enfrentamento desses problemas. Entre as propostas apresentadas – e já em andamento – em sua gestão, ele destaca o Programa Corujão, uma parceria com hospitais particulares para desafogar as filas de exames nas unidades públicas.
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com livre docência em Cirurgia Geral na mesma instituição, Pollara já exerceu a função de Coordenador Geral de Cirurgia no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e de diretor executivo do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Quais os maiores entraves que encontrou ao assumir a pasta da Saúde no município de São Paulo?
Os maiores gargalos foram filas para exames. Há em torno 475 mil pacientes aguardando o agendamento. Além disso, nos deparamos com a falta de remédios e de vagas hospitalares.
Tendo em vista esses desafios e o orçamento previsto para este ano, quais serão as prioridades?
A questão não é tanto de orçamento, mas de gestão. Trata-se mais de organizar melhor as ações do que na realidade arrecadar mais dinheiro. Estamos fazendo um chamamento para que os hospitais privados ajudem na realização dos exames, que é o Programa Corujão. Ao todo são 43 hospitais privados envolvidos, alguns serviços do Estado e também hospitais da Prefeitura, nos quais fizemos um aditamento para que eles atendam mais pacientes. A expectativa é que em 90 dias todos pacientes tenham marcado os exames no período de 30 dias. Estamos elaborando também outro programa para que possamos distribuir os remédios para a população nas farmácias normais, e não mais nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), como é hoje o Farmácia Popular.
Por que foi tomada essa decisão?
Porque a gente não consegue fazer compras, a licitação é difícil, e a empresa que ganha, depois não entrega. A logística necessária envolve 802 pontos de venda, sendo que temos 3.200 farmácias à disposição, ou seja, é bem melhor distribuir remédios gratuitamente por esse canal do que criar uma logística paralela à que já existe. Mas ainda não há previsão para a implantação desse programa.
O Ministério da Saúde (MS) anunciou mil novas vagas para profissionais brasileiros no âmbito do programa Mais Médicos, visando à substituição de médicos cubanos. Quantas são as vagas reservadas para o município? Elas atendem à demanda de profissionais?
Nós temos 264 médicos do programa Mais Médicos, sendo que 143 são cubanos. Também estamos no mesmo processo de substituição desses profissionais por médicos brasileiros ainda neste ano. À medida que eles forem ingressando, iremos dispensando os cubanos, que têm contrato de um ano. Temos um concurso aberto em andamento, e já estamos chamando os aprovados. Ao todo, iremos admitir mais 800 médicos no município, incluindo estrangeiros. Há ainda algumas unidades administradas por OSs, nas quais podemos contratar diretamente o médico.
Haverá mudanças no plano de carreira médica do município?
Quando eu estava no Estado, fizemos o plano de carreira lá, e planejamos fazer a mesma coisa no município para valorizar o profissional médico, mas ainda estamos na fase de estudos do plano e dos percentuais para os diferentes tipos de contrato, capacitação por mestrado ou doutorado, ou ainda em função da distância em relação ao local de trabalho.
Em 2016, diversos distritos da Capital apresentaram altos índices de infestação pelo Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya. Como está a situação hoje? Haverá alguma mudança nos programas de combate a essas epidemias?
A situação está bem melhor. Chegamos a registrar 3.600 casos de dengue no passado, e estamos com 30 casos, no máximo. Caiu muito. Em relação ao zika vírus, não tivemos nenhum registro neste ano; e à chikungunya, foram seis casos. Haverá intensificação das ações contra o mosquito. Faremos o tratamento biológico com a bactéria Bacillus thuringiensis, como medida antilarvária, nas cabeceiras dos rios e nas margens dos rios Tietê e Pinheiros.
Há risco de epidemia da febre amarela na cidade? Quais as orientações da Secretaria para conter o avanço dessa doença? Quem deve se vacinar?
Por enquanto, não há risco algum, porque, em primeiro lugar, a febre amarela é silvestre e, em segundo, ela não está infectando o Aedes aegypti. O mosquito que está transmitindo a doença é o Haemagogus. A orientação da nossa secretaria é para que pessoas que forem viajar para as áreas consideradas de risco sejam vacinadas. Há vacinas suficientes para quem precisar. As pessoas que estão na Capital não precisam se preocupar.