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EDITORIAL (pág. 2)
Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Pedro Caetano Sanches Mancuso


TRABALHO MÉDICO (pág. 4)
Atuação profissional


CONTEÚDO DIGITAL (pág. 5)
JC na versão digital


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)
Combate ao câncer


FÓRUM (pág. 7)
A Saúde do Brasil


CRISE NA SAÚDE (págs. 8 e 9)
SUS


HISTÓRIA (pág. 10)
Genocídio Armênio


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
4º Lide Saúde e Bem-Estar


EU, MÉDICO (pág. 12)
Trabalho e Humanização


JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Plantão Regulador


CONVOCAÇÕES (pág. 14)
Editais e desagravo público


BIOÉTICA (pág. 15)
Saúde Mental em Pediatria


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Edição 325 - 05/2015

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)

Combate ao câncer


Alta tecnologia é aliada do atendimento humanizado no Icesp

Centro de referência no Estado, hospital concentra alta tecnologia e atendimento multidisciplinar no combate ao câncer


Icesp repassa sua cultura a outras instituições do SUS
 

Para quem entra no saguão do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), em São Paulo, chama a atenção o imenso painel de 130 mil pastilhas de vidro do artista plástico Romero Britto. Cheio de cores, flores e gente, o mosaico pretende transmitir alegria, segundo seu autor. Na verdade, é o primeiro sinal do atendimento humanizado que o Icesp oferece a seus pacientes, acompanhantes e colaboradores. Nos seus 28 andares, o instituto concentra alta tecnologia e atendimento multidisciplinar a pacientes com câncer. Com sete anos comemorados no início de maio, o Icesp anuncia a marca de 3 milhões de procedimentos realizados. Tudo isso exclusivamente pelo SUS e sem filas.

O Icesp coordena o Comitê Estadual de Oncologia Clínica, órgão que assessora a Secretaria da Saúde nas suas questões técnicas desse setor. Um dos desafios é o trabalho em colaboração com outros centros de tratamento, de forma a compartilhar e dividir aprendizados, práticas, tecnologias, pesquisa e ensino. No ano passado, o Icesp realizou o 1º Congresso Estadual de Oncologia do SUS e elaborou manuais de oncologia clínica e cirúrgica para diferentes profissionais da área.

“Com nossa expertise e todo o conhecimento em realizar uma assistência humanizada, com fortes bases no ensino e na pesquisa, podemos repassar também nossa cultura a outras instituições do sistema SUS”, afirma Paulo Hoff, diretor geral do Icesp.

“A ideia é que se consiga um padrão de qualidade semelhante ao nosso em todos os centros do Estado, pelo menos para os tipos de câncer mais comum”, afirma a médica Maria Del Pilar Estevez Diz, coordenadora de Oncologia Clínica do Icesp. “É também uma maneira de humanizar o serviço, evitando grandes deslocamentos.”
 

Simulação realística

Esse papel de referência é facilitado por diversos recursos do instituto voltados para treinamento e ensino. É o caso dos “pacientes” João e Maria. Eles não se queixam, mesmo quando submetidos a procedimento invasivos e de alta complexidade, como intubação, ressuscitação pulmonar ou mesmo uma traqueostomia. João e Maria são nomes que os profissionais em treinamento costumam dar aos bonecos do Centro de Simulação Realística em Saúde, um dos maiores e mais inovadores do País. O mais “humano” dos bonecos imita todos os sinais vitais de um paciente, abertura ocular espontânea, sons cardíacos, movimento pulmonar. Eles reagem à medicação e a procedimentos, transpirando, tossindo, vomitando e manifestando vontade de urinar.

Inaugurado há quatro meses, o Centro de Simulação Realística se insere em uma das vocações mais importantes para o Icesp, a de se estabelecer como referência para a SUS na área de oncologia, dentro e fora do Estado de São Paulo. Os treinamentos do Centro de Simulação, no caso, são monitorados por câmeras e podem ser acom­panhados à distância. Outro exemplo, a Sala de Cirurgia Inteligente, uma das 22 salas de operação do Icesp, permite videoconferências durante os procedimentos sem nenhum equipamento adicional. Imagens em telões dentro das salas permitem a projeção de exames de imagem, os parâmetros fisiológicos dos pacientes e dados gerados por aparelhos de vídeocirurgia e endoscópio. Além da própria cirurgia, que pode ser acompanhada de qualquer lugar da sala.

Um robô, único em hospitais públicos paulistas, realiza cirurgias mais precisas e menos invasivas, com tempo de recuperação mais rápido e menos dor aos pacientes. Uma pesquisa com 1.070 pacientes e que se estenderá por três anos, estuda os benefícios da robótica e a efetividade da técnica.

Ao lado do ensino, a pesquisa é diferencial do instituto. O Centro de Investigação Translacional em Oncologia, por exemplo, é um superlaboratório com 20 grupos atuantes em pesquisa básica e aplicada em oncologia. São investigados novos medicamentos e formas de tratamento e a pesquisa é feita no ambiente do hospital, de maneira que o pesquisador trabalhe junto com o médico que atende o paciente. O objetivo, segundo o hospital, é transformar o Instituto em um centro de pesquisa de referência em nível internacional na área do câncer, inclusive no estudo de novos fármacos e tratamentos inovadores.
 


Curta espera
 

Equipamentos de ponta e uma equipe preparada – 4.704 profissionais, sendo 525 médicos – resultam em uma produção recorde. “Nossa média de sobrevida é comparável a taxas europeias e americanas”, diz Pillar. O hospital realiza 39.900 atendimentos por mês entre consultas, terapias não médicas, cirurgias, sessões de quimioterapia, de radioterapia e intercorrências oncológicas. São 45.600 pacientes ativos e 1 mil pacientes novos por mês. Na sua estrutura, o Icesp conta com 499 leitos – 85 deles de UTI –, 139 consultórios médicos, 16 salas cirúrgicas, 107 poltronas para quimioterapia.

Como hospital terciário, o Icesp atende pacientes encaminhados por um sistema referenciado que inclui cerca de 20 hospitais secundários da Grande São Paulo, além de UBSs e AMEs da Capital. Uma vez no sistema, o hospital garante que o paciente consegue sua primeira consulta em até 14 dias, espera bastante curta para uma instituição do SUS. O problema, diz Pillar, é que os métodos de rastreamento nem sempre são eficientes e os “sinais de alarme” nem sempre são percebidos. “O resultado é que o diagnóstico tardio é um dos principais desafios em todo o Estado”, diz a médica. Cerca de 30% dos pacientes chegam ao Icesp já com doença metastática.

O Icesp realiza 78 ações de caráter “humanizador”, de forma a melhorar a qualidade de vida e o conforto dos pacientes. Entre elas estão contadores de histórias, sessões de cinema e o cantinho da beleza, onde pacientes aprendem dicas sobre co­mo amarrar lenços na cabeça. Uma das iniciativas para relaxar o paciente foi a instalação de pontos de fibra ótica no teto das seis salas de radioterapia, simulando um céu estrelado.

 


 


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