CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Stefan Cunha Ujvari
SAÚDE PÚBLICA (pág. 4)
Suspeitas de dengue podem ser chikungunya
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA (pág. 5)
Normatização para atendimento
ANUIDADE 2015 (pág. 6)
Desconto deve ser solicitado online
EXAME DO CREMESP (pág. 7)
Avaliação em nível nacional
SAÚDE SUPLEMENTAR (págs. 8 a 9)
Suspensão de atendimento
VETERANOS (pág. 10)
Reconhecimento
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Acessibilidade & Cidadania
CONSULTA (pág. 12)
Revalidação de diplomas
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Prontuário eletrônico
PROCESSO SELETIVO (pág. 14)
Bolsas de pesquisa
HOMENAGEM (pág. 15)
Adib Jatene
BIOÉTICA (pág. 16)
Ebola: atender ou não?
GALERIA DE FOTOS
HOMENAGEM (pág. 15)
Adib Jatene
Medicina perde Jatene
Jatene: pioneiro na cirurgia de ponte de safena no Brasil
O Cremesp manifesta extremo pesar pela morte do médico e ex-ministro da Saúde, Adib Domingos Jatene, profissional e ser humano admirado por sua luta incansável em prol de uma assistência à Saúde de qualidade. “O Brasil perdeu um grande homem, aliás, não só o Brasil, mas a humanidade em geral”, declara Renato Azevedo Junior, conselheiro e 2° secretário. Em sua trajetória, Jatene foi conselheiro do Cremesp, durante a gestão 1988-1993.
Cirurgião torácico, cardiologista e inventor de métodos e equipamentos, seu falecimento ocorreu no dia 14 de novembro, em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Ele deixa quatro filhos – os também médicos Ieda, Marcelo e Fábio e arquiteta Iara – e a mulher Aurice Biscegli Jatene.
Em 2012, Jatene recebeu do Conselho Federal de Medicina a “Comenda Sérgio Arouca”, outorgada àqueles que se destacam por suas relevantes contribuições à Medicina e à Saúde Pública ao longo de suas trajetórias pessoais e profissionais.
Médico e ministro
Jatene nasceu em Xapuri (AC), mudando-se posteriormente com a família para Uberaba (MG) e São Paulo (SP). Na capital paulista, estudou na Universidade de São Paulo (USP), formando-se aos 23 anos pela Faculdade de Medicina. A residência e pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade, sob a orientação do professor Euryclides de Jesus Zerbini (1912-1993), pioneiro dos transplantes de coração no País.
Com mais de 20 mil cirurgias no currículo, destacou-se por ter sido o primeiro a realizar cirurgia de ponte de safena no Brasil. Em Uberaba (MG), lecionou Anatomia Topográfica, na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Neste período, construiu seu primeiro modelo de coração-pulmão artificial. Em São Paulo, trabalhou também como cirurgião no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde e era diretor-geral e fundador do Hospital do Coração (HCor).
Na política, apesar de não ter se filiado a partidos, atuou como secretário estadual de Saúde de São Paulo (1979-1982), no governo de Paulo Maluf, e duas vezes como ministro, na mesma área, nas gestões Fernando Collor (1992, por oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1996, por 22 meses).
No governo FHC, criou a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), para ajudar a financiar a saúde brasileira, e deu continuidade ao projeto dos medicamentos genéricos e ao programa de combate à Aids. Foi membro da Academia Nacional de Medicina e autor e co-autor de cerca de 700 trabalhos científicos publicados na literatura nacional e internacional. Também fez parte de mais de 30 sociedades científicas de várias regiões do mundo e recebeu quase duas centenas de títulos e honrarias em vários países.
Nos últimos anos, dedicava-se à luta por um ensino médico de qualidade no Brasil. Como responsável por uma comissão criada no âmbito do Ministério da Educação, visitou dezenas de escolas médicas, avaliando suas estruturas e, em muitos casos, recomendando a aplicação de sanções a esses estabelecimentos.
Nota Oficial
Universidades devem investigar e prevenir ocorrências de violência
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) vem a público manifestar-se sobre as graves denúncias de estupro e outras violências nas festas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Repudiamos veementemente qualquer ato de violência e preconceito praticado por alunos contra colegas dentro e fora da universidade. Tais situações configuram crime e atentam contra a dignidade humana, além de colocar em risco a integridade física e psicológica das vítimas.
Esperamos que condutas semelhantes, a exemplo dos trotes violentos, que ocorrem sistematicamente, sejam amplamente investigadas e coibidas com a punição legal dos participantes das agressões.
Tais comportamentos são inaceitáveis e não condizem com a natureza da profissão médica, voltada à saúde e ao bem estar do próximo.
O Cremesp conclama que as universidades assumam efetiva atuação para investigar e, também, para prevenir ocorrências como as denunciadas, uma vez que são responsáveis por transmitir, aos estudantes, princípios e valores essenciais, tais como a ética e o respeito ao outro.
São Paulo, 18 de novembro de 2014
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
Educação Continuada
Pesquisa indicará temas de interesse dos médicos de Marília e Assis
Uma pesquisa de participação voluntária com médicos da região de Marília e Assis será feita pelo Cremesp para conhecer quais temas da Saúde eles gostariam de discutir e receber orientações. A partir desses dados, o Conselho planeja investir em novos cursos do Programa de Educação Médica Continuada (PEMC), que serão ministrados na região, nos próximos quatro anos.
O questionário será encaminhado aos 1.144 médicos – estabelecidos nos 49 municípios que compreendem a região de Marília e Assis, respectivamente 36 e 13 –, no email que eles cadastraram no Conselho, até o final deste ano. Outros 111 médicos não possuem email cadastrado e, devido a isso, não participarão do levantamento. Ao receber o email, o médico deverá clicar em um link enviado especificamente a ele, que o remeterá à página da pesquisa.
Para medir o grau de interesse dos participantes com os temas sugeridos, a pesquisa adota o formato de “Escala Likert” – quando se estabelece gradações diferentes, quanto ao nível de concordância com determinado assunto. Os médicos terão até o dia 31 de janeiro de 2015, para responder ao questionário.
“Esse será um projeto piloto, que poderá ser replicado para todo o Estado”, afirma Kátia Burle dos Santos Guimarães, coordenadora do estudo e conselheira responsável pelas delegacias de Marília e Assis.