CAPA
EDITORIAL (pág.2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág.3)
Eleuses Paiva
EPIDEMIA (pág.4)
O avanço da dengue no país
ANUIDADES 2014 (pág.5)
Desconto para pessoas físicas é mantido
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág.6)
Honorários médicos: novidades à vista
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (pág.7)
O legado histórico da EPM
EXAME DO CREMESP (pág.8)
Avaliação obrigatória contou com mais de 3 mil participantes
EXAME DO CREMESP (pág.9)
Depoimentos dos estudantes
MAIS MÉDICOS (págs.10 a 11)
MPF e MPT investigam Mais Médicos
FISCALIZAÇÃO (pág.11)
Resolução CFM 2.056/13
COLUNA DOS CONSELHEIROS DO CFM (pág.12)
Artigos dos representantes de SP no Federal
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág.13)
Políticas públicas para cargos e salários
JOVENS MÉDICOS (pág.15)
O registro de títulos no Cremesp
BIOÉTICA (pág.16)
Conflitos de interesse
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL (pág.2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
No caminho certo
“A resistência ao Exame do Cremesp está se convertendo em um instrumento de autocrítica e transformação”
Recebemos com otimismo a participação dos sextanistas de Medicina no Exame do Cremesp, no dia 3 de novembro. Neste ano, 97% dos egressos de cursos de Medicina do Estado de São Paulo realizaram a prova, em uma demonstração de que os futuros profissionais estão conscientes da importância de mensurar a qualidade do ensino médico.
Obrigatório desde 2012 para a obtenção de registro no Cremesp, o Exame vem se firmando, a cada edição, como um importante instrumento de avaliação externa dos cursos de Medicina. Mesmo quando tinha caráter experimental e a participação era voluntária — entre os anos de 2005 e 2011 — foi possível diagnosticar sérios problemas na formação médica do Estado. Ao longo de sete anos, os resultados foram preocupantes, com a reprovação de quase 50% dos 4.821 alunos do sexto ano que se submeteram à prova.
A iniciativa, pioneira e arrojada, encontrou obstáculos e resistência das instituições de ensino e dos próprios formandos, mas teve, desde o início, forte apoio da sociedade e de formadores de opinião. A resistência à avaliação está se convertendo em um instrumento de autocrítica e transformação, um balizador que pode ajudar a direcionar as mudanças necessárias e urgentes no âmbito do ensino médico.
Para o Cremesp, a concepção de um instrumento que permite avaliar a qualidade não significou apontar erros ou classificar os cursos de Medicina entre bons e ruins, mas uma medida oportuna de observação e análise. A proliferação desenfreada de escolas de Medicina, ocorrida no País nos últimos dez anos, resultou em um aumento considerável de profissionais lançados ao mercado sem a devida capacitação técnica que a assistência à Saúde exige.
Esse crescimento desenfreado de escolas – no total de 202 no País, das quais 116 são privadas – não foi acompanhado do imprescindível para a boa formação médica: a criação de vagas na Residência Médica e de hospitais-escolas para estágio prático, condições indispensáveis para a capacitação profissional.
O Cremesp, como instituição reguladora e fiscalizadora do exercício da Medicina, tem, inclusive, o dever de proteger a sociedade e prevenir seus médicos, para que futuramente não tenham de responder a processos éticos decorrentes da baixa qualidade da formação profissional.
Opinião
O ensino nas áreas de urgência/emergência
Gaspar de Jesus Lopes Filho
Conselheiro do Cremesp
“O embasamento de qualquer proposta para o ensino parte do entendimento da necessidade de integração”
Quando analisamos os planos pedagógicos de algumas das principais escolas médicas, fica clara a busca de “um profissional com domínio das ciências biológicas – dos eventos moleculares à anatomia, com especial apreço pela vida humana” e a importância de “possibilitar a formação de um profissional com conhecimento, habilidades e atitudes que permitam o adequado desempenho das atividades próprias de sua área e capacitado para a autoaprendizagem”.
No entanto, no ensino da urgência/emergência, observamos que, muitas vezes, existe a necessidade de integração dos conteúdos oferecidos, além da utilização de algumas das novas ferramentas de ensino, como a simulação e a telemedicina.
Assim, o embasamento de qualquer proposta para o ensino parte do entendimento da necessidade de integração, que deve ser feita com a participação colaborativa das disciplinas envolvidas, permitindo o reforço dos conceitos de atendimento da urgência/emergência, racionalização do ensino e a avaliação dos conhecimentos, habilidades e atitudes de cada aluno.
Em relação à simulação, apresenta várias vantagens como instrumento de ensino: o aluno aprende no simulador e só depois atende pacientes, diminui os custos no serviço de saúde, aumenta a segurança dos usuários e melhora a relação médico-paciente. A criação de laboratórios de simulação propicia não só o treinamento das habilidades necessárias dos alunos no final do curso de Medicina, como em outros níveis da graduação e pós-graduação. A utilização da telemedicina e, particularmente, o emprego do sistema Moodle, possibilita a padronização dirigida de um conteúdo teórico-prático para a área de urgência/emergência, disponibilizando aos alunos o acesso às informações pertinentes a cada estágio e facilitando a avaliação do aprendizado cognitivo.
Mas a consolidação dessa proposta depende de fatores fundamentais: forte interesse dos alunos, professores/instrutores motivados e dedicados, programa departamental integrado e apoio da direção da instituição.