CAPA
EDITORIAL (pág.2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág.3)
David Uip
ANUIDADE 2014 PJ (pág.4)
Desconto para Pessoa Jurídica
AUDIÊNCIA PÚBLICA (pág.5)
Debate na Assembleia Legislativa de SP
MAIS MÉDICOS (pág.6)
Lei sancionada pelo GF veta carreira nacional de médico
MAIS MÉDICOS (pág.7)
Plenária temática discute atuação de intercambistas
GESTÃO 2013-2018 (págs.8 e 9)
Diretoria do Cremesp toma posse em cerimônia
EXAME DO CREMESP 2013 (pág.10)
Registro profissional no Estado de São Paulo
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág.11)
Pesquisa aponta queixas dos serviços prestados
COLUNA DOS CONSELHEIROS DO CFM (pág.12)
Artigos dos representantes de SP no Federal
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág.13)
Audiência pública debate políticas para a Saúde
BIOÉTICA (pág.16)
Medicamentos sem prescrição médica
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL (pág.2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
Momento é de oportunidades
“Nossa luta sempre foi por Melhores Médicos, bem formados e qualificados. Continuaremos ao lado dos médicos e da população”
No momento em que a Saúde e os médicos estão no centro das atenções da sociedade, a nova diretoria assume a gestão 2013-2018 com o compromisso de consolidar, estender e colocar à disposição todos os esforços do Cremesp.
Nossa profissão passa por mudanças. Os atropelos e desmandos do governo, mas também a voz da sociedade, exigem de nós uma especial capacidade de reflexão, diálogo e tomada de decisões.
O lançamento impositivo do programa Mais Médicos, o veto à lei do Ato Médico, a negativa de mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS), a persistência dos problemas dos médicos na relação com os planos de saúde, a dificuldade de negociar planos de carreira com gestores públicos, a piora do ensino médico, a insatisfação da população que foi às ruas exigir o direito a uma saúde pública de qualidade. Tudo isso junto configura um momento de tensões, de crises, mas também de oportunidades para o Cremesp se fortalecer e ter uma atuação decisiva. É isso que os médicos, que confiaram a nós essa nova gestão, esperam de uma entidade que tem história e posição definida: continuaremos do lado dos médicos e da população.
O SUS completou 25 anos e ainda não alcançamos o ideal de universalidade e qualidade – sonho que os médicos ajudaram a incluir na Constituição. Mas o governo sinalizou que não irá atender à vontade da população, ignorando as reivindicações em defesa do SUS. O Congresso foi instruído a não aprovar a proposta de iniciativa popular, com mais de 2 milhões de assinaturas, que ajudamos a recolher, solicitando a destinação de 10% da receita corrente bruta da União para a Saúde.
Além disso, a MP 621/13 foi sancionada. Não transformaremos nossa gestão numa cruzada contra o Programa Mais Médicos. Não só porque esse programa tem prazo de validade, por causa do seu grau de improviso, mas por ser populista e eleitoreiro. Nossa luta sempre foi por “Melhores Médicos”, bem formados e qualificados. Queremos “Mais Saúde”, somos a favor do SUS e do financiamento justo, de condições de trabalho, de carreira e remuneração dos médicos e demais profissionais da saúde, a favor do atendimento digno aos cidadãos que exigem melhoria na assistência médica.
No entanto, não iremos assistir passivamente à tentativa de desqualificação e difamação pública. Fomentar a hostilidade contra os médicos e suas entidades é uma estratégia covarde, que enfrentaremos corajosamente, com diálogo aberto com a sociedade. Vamos mostrar que os médicos brasileiros e de São Paulo não são o problema da saúde no Brasil, mas parte da solução, pois o Cremesp tem propostas e disposição de contribuir.
Opinião
Por uma vitória sem vencidos
Mauro Gomes Aranha de Lima
Vice-presidente do Cremesp
“A sociedade carece de universalidade em ações e benefícios, com excedentes justos tão somente aos vulneráveis”
Graves embates prosperam no País e, sem ao menos sequer pequenas renúncias recíprocas das partes litigantes, amplia-se o fosso entre grupos e esferas de interesse, dizimando-se, cada vez mais, o ideário humano de viver (e diferir) em valores de pertença e comunidade.
Governos e Conselhos, médicos e não médicos, representantes e representados. Não importa, aqui, o mérito das polaridades envolvidas, ou mesmo a pertinência de suas respectivas fundamentações, pois, ao prevalecer qualquer espécie de intransigente ou irrenunciável posição, a sociedade terá de haver com lacunas e excluídos.
Mais que a verdade (se uma houver, e se apenas uma), e que a afirmação de privilégios e identidades, a sociedade carece de universalidade em ações e benefícios, com excedentes justos tão somente aos vulneráveis. Não são os intentos daqueles que clamam, orgulhosos, enganosos discursos de meias verdades.
As passeatas de junho prolongam seu curso no espaço e no tempo por, dentre outros, educação e saúde, bens primários que o Estado lhes deve. Corpo e espírito de um sonho futuro que se quer realidade. E o real, ainda hoje, é um duelo insensível de vaidade e poder que se querem razão de impor e ferir. Até quando?
No Sistema Único de Saúde, enquanto houver um só homem sem assistência e reconhecimento, maior razão assiste à prudência e à tolerância. E mais, é preciso aceitar que algumas das deliberações públicas sejam apenas incrementais, quando impotentes por ora para abarcar a totalidade dos problemas. Que as ações postas, no entanto, amealhem esforços e convirjam em busca de uma coerência sistêmica do conjunto crescente. E se louros forem colhidos pelos seus idealizadores de então, que o sucesso não vele o ainda mais a ser feito, a legião restante de desassistidos.
Por um País realmente de todos, equânime e sem vencidos.