CAPA
CARTA ABERTA (pág.2)
SUS: direito ao atendimento de qualidade
ENTREVISTA (pág.3)
Roberto Luiz d'Avila
MOBILIZAÇÃO NACIONAL (pág.4)
Protestos contra entrada de médicos estrangeiros sem revalidação
PROPOSTA (pág.5)
MS promete grupo de trabalho para analisar carreira no SUS
MOVIMENTO MÉDICO (pág.6)
Plano de carreira da SES é contestado por médicos
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág.7)
Médicos devem denunciar casos de abuso de planos de saúde
FISCALIZAÇÃO DO CREMESP (pág.8)
Prontos-socorros do Estado: situação catastrófica
FISCALIZAÇÃO DO CREMESP (pág.9)
Irregularidades em mais da metade dos PSs fiscalizados
PROJETO DE LEI (pág.10)
Regulamentação da atividade médica é aprovada pelo Senado
EXAME DO CREMESP (pág.11)
Conselho promove parceria com escolas para a elaboração da prova
ELEIÇÃO DO CREMESP (pág13)
Pleito define diretores e conselheiros da gestão 2013-2018
CHAPA 1 (pág.14)
UNIDADE MÉDICA
CHAPA 2 (pág.15)
OPOSIÇÃO UNIDA
GALERIA DE FOTOS
MOBILIZAÇÃO NACIONAL (pág.4)
Protestos contra entrada de médicos estrangeiros sem revalidação
Sem revalidação, não!
Médicos farão protestos em todo o País, contra a entrada de profissionais estrangeiros sem revalidação de diplomas
Representantes de entidades médicas votam propostas para a manifestação
As entidades médicas nacionais convocaram uma mobilização geral da categoria, no dia 3 de julho, contra a decisão do Governo Federal de autorizar a entrada no País de médicos estrangeiros sem revalidação do diplomas. A manifestação foi aprovada na reunião das lideranças médicas de todo o País, na sede paulista da Associação Médica Brasileira (AMB), em 26 de junho.
Também ficou definido o encaminhamento de relatório ao Congresso para aprovar, em regime de urgência, a PEC 454, a criação uma Carreira de Estado para os médicos e a destinação de 10% do PIB para a Saúde. “Com essa PEC, vamos garantir médicos em todas as regiões do País e acabar com o vínculo precário, que não consegue fixar o profissional no Interior”, afirmou o deputado Eleuses Paiva, relator da emenda, durante a coletiva de imprensa, realizada após a reunião.
A AMB, Associação Nacional de Médicos Residentes (Anmr), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) divulgaram uma carta aberta aos médicos e à sociedade (ver íntegra na pág. 2), na qual classificam a medida de “inócua, paliativa e populista”. O texto aponta que “o caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional”, pois expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados. Também o Cremesp, na plenária do dia 25 de junho, aprovou nota oficial (veja íntegra no www.cremesp.org.br) contrária à proposta do governo e em defesa do exame Revalida para proteger “a população brasileira de médicos mal formados em escolas estrangeiras”.
Ato de repúdio
Um ato público de repúdio à proposta do Governo Federal já havia acontecido no dia 25 de maio. O Cremesp, Associação Paulista de Medicina (APM), Sindicatos dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas, Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), Força Sindical, Proteste - Associação Brasileira de Consumidores, sociedades de especialidades médicas e Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, entre outras entidades, fizeram um protesto, na sede da APM, e divulgaram à imprensa a Carta Aberta aos Brasileiros, assinada por mais de 100 instituições da sociedade civil, posicionando-se contra a proposta do governo e alertando para os riscos à saúde da população.
Renato Azevedo, presidente do Cremesp, resssalta que os Conselhos de Medicina não são contra a vinda de médicos ao Brasil, mas consideram que o Revalida é um exame bem elaborado pelo Ministério da Educação e do qual apenas 10% dos profissionais conseguem aprovação. Por isso, os CRMs defendem que não pode haver “flexibilização” nesse processo, que proporcione a entrada de mais médicos no País sem capacidade técnica para atender à população. “Na cidade de São Paulo, há quatro médicos por 1 mil habitantes, média acima dos padrões europeus, o que comprova que o problema da Saúde não está na falta de médicos. O que precisamos é de políticas públicas de Saúde com financiamento adequado ao setor, além de condições de trabalho e Carreira de Estado para o médico”, afirmou. Ele destacou que, sem elas, “o que há são medidas demagógicas, paliativas e eleitoreiras, que podem agravar ainda mais o problema da Saúde no país”.
Caras-pintadas da Saúde
Estudantes de Medicina protestam no Largo São Francisco, na Capital
Acadêmicos de 23 escolas de Medicina do Estado de São Paulo mobilizaram-se pelas redes sociais e promoveram encontros presenciais na APM para organizar a passeata que aconteceu depois do ato público. Cerca de 1,4 mil estudantes percorreram o caminho da sede da APM ao Largo São Francisco com os rostos pintados de verde e amarelo (numa alusão aos “caras-pintadas” que lutaram pelo impeachment do então presidente da República Fernando Collor de Mello, em 1992), trazendo cartazes, faixas, apitos e baterias. Eles também divulgaram um manifesto contra a proposta do governo. Manifestações semelhantes ocorreram em várias localidades brasileiras.
“Queremos que o governo se posicione claramente sobre a Saúde e crie uma política de urbanização no Interior. E que isso seja feito com a contribuição das entidades médicas.”
Marjorie Arruda
(Santa Casa de São Paulo)
“Os estudantes tomaram ciência da importância de nos mobilizarmos e não aceitarmos medidas que possam prejudicar ainda mais a Saúde da população brasileira.”
Joyce F. Lara
(Uninove)
“Expandindo o movimento das salas de aula para as ruas porque achamos que a entrada de médicos estrangeiros sem revalidação de diploma é uma medida inconsequente”
Pedro Ivo Marques
(Unilago)