CAPA
EDITORIAL (pág.2)
Renato Azevedo - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág.3)
Robert Nicodeme
FISCALIZAÇÃO (pág. 4)
Delegacia Regional do Cremesp em Campinas
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág. 5)
Parecer CADE
ENSINO MÉDICO (pág. 6)
Revalida
ENSINO MÉDICO (pág. 7)
Avaliação nacional
DEMOGRAFIA MÉDICA (págs. 8/9)
Relatório de Pesquisa CFM/Cremesp
REPERCUSSÃO (pág. 10)
Distribuição desigual
REGIONAIS (pág.11)
Novas instalações da Delegacia de Ribeirão Preto
COLUNA DO CFM (pág.12)
Artigos dos representantes de SP no Federal
ELEIÇÕES CREMESP 2013 (pág.13)
Este ano não haverá voto presencial
SAÚDE PÚBLICA (pág.15)
A explosão da dengue no interior de SP
ENCONTRO NACIONAL (pág.16)
CRMs defendem o SUS de qualidade
GALERIA DE FOTOS
DEMOGRAFIA MÉDICA (págs. 8/9)
Relatório de Pesquisa CFM/Cremesp
Quem são e onde estão os médicos no Brasil
Temos dois médicos por 1 mil habitantes, sendo que a maior concentração está no Sudeste, mais que o dobro do Norte do país
O segundo relatório da pesquisa Demografia Médica Brasileira foi divulgado no dia 18 de fevereiro, em Brasilia, trazendo novos dados, cenários e indicadores da distribuição de médicos no país. Parceria entre o Cremesp e o CFM, a demografia médica é o estudo da população de médicos, determinada por fatores como idade, sexo, tempo de formação, fixação territorial, ciclo de vida profissional, migração, mercado de trabalho e especialização, dentre outros fatores.
A seguir, os principais resultados que, somados ao primeiro volume, divulgado em 2011, contribuem para entender por que o aumento do número de médicos não beneficia igualmente toda a população. Trata-se de um estudo sobre desigualdades na distribuição de médicos em três dimensões: geográfica; entre os setores público e privado da saúde e entre as especialidades médicas.
Os médicos nunca foram tão numerosos
O Brasil alcançará 400 mil médicos em 2013 e já atingiu a taxa de 2 médicos por 1 mil habitantes. De 1970, quando havia 59 mil médicos, o Brasil chega a 2012 com 388 mil registros, um salto de 557%. No mesmo período a população brasileira cresceu 101%. Por causa da abertura de novos cursos, a partir do ano 2.000 houve um acúmulo de 6 a 8 mil médicos por ano, pois a entrada (novos registros) passou a ser maior que a saída (inativos). O médico brasileiro é jovem (41% tem menos de 40 anos) e tem um ciclo de vida profissional cada vez mais longo.
Sudeste já tem 2,7 médicos por mil habitantes
Ao confrontar bases de dados distintas – segundo registro nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), contratos formais de trabalho, cadastro e ocupação em estabelecimentos de saúde –, o estudo mostra que quem mora na região Sul e Sudeste conta com duas vezes mais médicos que os habitantes de Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo DF). Quem vive em alguma capital conta com duas vezes mais médicos do que os que moram no Interior do mesmo Estado. O Sudeste tem mais que o dobro da concentração de médicos do Norte do país.
Desde 2009, mulheres são maioria
Tendência consistente desde o ano 2009, as mulheres já são maioria nos novos registros de médicos. Em 1980, elas representavam 23%, em 2010 já eram 40% e, segundo projeções, passarão os homens em 2028. Os médicos ainda prevalecem em 40 das 53 especialidades. Mas as mulheres são maioria em quatro das seis especialidades básicas: Pediatria, Medicina de Família, Clínica Médica e Ginecologia e Obstetrícia, o que pode ser positivo para um sistema de saúde que aposte na ampliação da atenção primária em saúde.
Local de graduação não determina fixação
Ao analisar a migração de médicos durante três décadas distintas e a trans¬ferência de registros entre CRMs, o estudo concluiu que os grandes centros e o mercado de trabalho exercem mais atração sobre os médicos do que as cidades onde se formaram ou nasceram. Ficam onde se formaram aqueles que cursaram medicina nas capitais, principalmente São Paulo e Rio. Ou seja, as escolas médicas abertas no Interior, sozinhas, não fixam médicos e mais vagas de Medicina não irão reduzir as desigualdades de concentração de médicos.
Em 2020, Brasil terá meio milhão de médicos
Mantendo o cenário atual, o mesmo ritmo de crescimento da população e de escolas médicas, dentro de oito anos, em 2020, o Brasil atingirá 500.157 médicos. Em 2022, o país atingirá a razão de 2,52 médicos por 1 mil habitantes. Isso, mesmo que não sejam tomadas medidas excep¬cionais pelo governo, co¬mo a abertura de mais cursos de Medicina, a flexibilização de regras de revalidação de diplomas obtidos no exterior e a facilitação da entrada de médicos estrangeiros. O aumento da taxa, no entanto, poderá não reduzir as desigualdades entre regiões e entre os setores público e privado da saúde.
Formados no exterior vão para grandes centros
O estudo identificou 7.284 médicos com diplomas estrangeiros. A maioria deles, 64,83%, é brasileiro que saiu para estudar fora. Foram considerados só aqueles que revalidaram os diplomas pela regras do MEC e se inscreveram em algum CRM. A entrada de médicos formados no exterior não foi capaz de alterar desigualdades internas de concentração de médicos, pois eles são em número reduzido e tendem a se concentrar nas mesmas localidades que os médicos formados no Brasil.
Concentração de profissionais e estabelecimentos é similar
Os médicos acompanham a concentração de outros profissionais (dentistas e pessoal de enfermagem) e de estabelecimentos de saúde. As áreas que apresentam melhores condições de atração de médicos são as que possuem vantagens de infraestru¬tura, equipamentos de saúde, maior financiamento, melhores condições de trabalho, remuneração e qualidade de vida. Há uma carência coordenada e o não provimento de médicos em determinadas localidades vai além da quantidade de profissionais disponíveis no país, pois segue a concentração regional da produção e da renda.
180 mil médicos não têm especialidade
Mais de 180 mil médicos não têm título de especialista ou não concluíram programa de Residência Médica. Considerando a deterioração do ensino médico, e a falta de Residência Médica para todos que saem das faculdades, trata-se de um contingente que merece atenção. Doze Estados têm mais médicos sem título do que especialistas. As regiões com mais médicos têm também mais especialistas. Sete especialidades concentram mais da metade dos especialistas e quatro somam 37%: Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral e Clínica Médica.
Especialidades com mais médicos
Pediatria 30.112
Ginecologia e Obstetrícia 25.032
Cirurgia Geral 22.276
Clínica Médica 21.890
Anestesiologia 18.236
Medicina do Trabalho 12.756
Cardiologia 11.568
Ortopedia e Traumatologia 10.504
Oftalmologia 9.862
Radiol. Diag. por Imagem 7.925
Psiquiatria 7.558
Dermatologia 5.930
Otorrinolaringologia 4.976
Cirurgia Plástica 4.818
Medicina Intensiva 4.275