CAPA
EDITORIAL
Democracia e ética na política
ENTREVISTA
Gonzalo Vecina Neto
ARTIGOS
Sérgio Arouca e Sezifredo Paz são os convidados desta edição
SAÚDE DO MÉDICO
Rede de Apoio a Médicos Dependentes Químicos
GERAL 1
ISS, INSS e Rodízio Municipal
SAÚDE SUPLEMENTAR
O reajuste cedido pela ANS aos Planos e Saúde
ESPECIAL
Cursos de Medicina
GERAL 2
Destaques: Cremesp pede paz e Dia Mundial da Saúde
GERAL 3
Sindimed, Eleições, Dilemas da Profissão Médica e Isotretinoína são os destaques este mês
GERAL 4
Confira as novidades do site do Cremesp e do site de Bioética
AGENDA
Fatos mais importantes que marcaram o mês
NOTAS
Destaque desta seção: Programa Alfabetização Solidária
PARECER
Prontuário Médico
INFORME TÉCNICO
Síndrome Respiratória Aguda Grave
GALERIA DE FOTOS
SAÚDE DO MÉDICO
Rede de Apoio a Médicos Dependentes Químicos
Cremesp vai ampliar Rede de Apoio a Médicos Dependentes Químicos
No dia 6 de maio de 2003 a Rede de Apoio a Médicos Dependentes Químicos completa seu primeiro ano de funcionamento. A iniciativa, pioneira no Brasil, é resultado de convênio entre o Cremesp e a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Escola Paulista de Medicina (UNIAD – EPM/Unifesp) – e tem como objetivo facilitar o acesso ao tratamento, preservar a saúde do médico e o seu direito de exercício da profissão.
“O projeto foi bem sucedido porque surgiu da necessidade de abordar de forma consciente e madura o uso nocivo e a dependência de álcool e drogas, sem empurrar o problema para debaixo do tapete ou deixar que a sorte cuide destes médicos” avaliam Hamer Nastasy Palhares Alves e Ronaldo Laranjeira, Coordenadores da Rede de Apoio. A presidente do Cremesp, Regina Parizi, informa que o resultado levou o Conselho a renovar o convênio com a Uniad visando ampliar os serviços. “Iremos não só divulgar mais a Rede de Apoio junto aos médicos do Estado, mas também adequá-la para atender outros problemas de saúde mental do médico e não apenas dependência química”.
Resultados positivos
Durante seu primeiro ano de funcionamento, a Rede recebeu o contato de 94 médicos. A maioria é do Estado de São Paulo, mas onze médicos de outros Estados também buscaram atendimento. Dentre os que procuraram o serviço, 61 estão em tratamento por dependência química e 7 por outros problemas de saúde mental (depressão, ansiedade, transtorno somatoforme, transtorno obsessivo-compulsivo e esquizofrenia).
Os que permanecem em tratamento, em geral, têm bom resultado e retornam ao trabalho, às suas funções habituais com bom desempenho. Alguns, no entanto, preferem não voltar ao trabalho – transitória ou definitivamente – principalmente por temer a exposição às drogas que consumiam (no caso da dependência de opióides).
Há ainda uma parcela dos pacientes (15 casos) que não tem ainda a percepção do problema ou não aceita o tratamento, sendo que os contatos geralmente foram feitos por familiares ou colegas. Nestes casos, os colegas e familiares são aconselhados a manter uma comunicação saudável com o médico e é oferecida a possibilidade de rápido atendimento assim que ele mostrar-se disposto.
Na maior parte dos casos a procura do tratamento foi iniciativa de alguém da família (53 casos); em 22 casos o próprio médico decidiu buscar ajuda; nos outros 19 casos a avaliação foi sugerida por um colega médico ou pelo superior do local de trabalho.
As principais substâncias consumidas foram álcool (47 casos), cocaína (22 casos), opióides (18 casos) e maconha (16 casos). Vários médicos usavam mais de uma droga.
“Nossa finalidade é claramente assistencial; percebemos que alguns médicos que entram em contato o fazem, inicialmente, com bastante reserva, mas com o tempo a desconfiança inicial desaparece” comentam os coordenadores. A experiência está sendo repassada a outros Conselhos Regionais de Medicina, que se interessaram em implementar projetos semelhantes.
Em 2003 a Rede de Apoio pretende estreitar o relacionamento com as Comissões de Ética, o que levará a uma conduta mais dinâmica e uniforme dos casos. Também será feito contato com as Faculdades de Medicina no sentido de divulgação e proposição de serviços semelhantes dirigidos aos alunos.
Como funciona
Após o contato inicial e a triagem, por telefone ou e-mail, é agendada uma primeira avaliação gratuita por um dos coordenadores do projeto. Conforme a necessidade, o médico dependente químico é encaminhado para prosseguir em tratamento com um dos 22 médicos que compõem a Rede. Periodicamente, os coordenadores entram em contato telefônico com o paciente para incentivar a adesão ao tratamento.
Contatos: (11) 5579-5643, no horário comercial;
(11) 9616-8926 e e-maill: apoiomedico@ psiquiatria.epm.br
Segundo médicos e funcionários, Emílio Ribas passa por situação crítica
A Associação dos Médicos e a Associação dos Funcionários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas elaboraram documento que foi encaminhado à Secretaria de Estado da Saúde e ao Ministério da Saúde apontando as deficiências do hospital, que é referência nacional em doenças infectocontagiosas.
O relatório afirma que há déficit orçamentário: dos R$ 15 milhões necessários para comprar material de consumo em 2002, o Estado liberou apenas R$ 6 milhões. O orçamento global, segundo o documento, vêm diminuindo anualmente, passando de R$ 23 milhões, em 1997, para R$ 19,9 milhões, em 2001.
Além disso, afirma que apesar de ter capacidade para até 350 leitos, o Emílio Ribas opera com 251 leitos, sendo que setores administrativos passaram a ocupar espaços projetados para abrigar enfermarias. Os baixos salários e o déficit são outros problemas apontados. Faltam 20 enfermeiros, 85 auxiliares de enfermagem, além de auxiliares de necrópsia e motoristas. O relatório refere-se ainda à falta de equipamentos como oxímetros, respiradores e equipamentos de reanimação no pronto-socorro e em algumas enfermarias.
Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Saúde informou que estuda desde o início do ano um projeto de melhorias para o Emílio Ribas. Disse ainda que está analisando o orçamento e que providenciará novos equipamentos.
Central de transplantes registra recorde de doações
A Central de Transplantes, da Secretaria de Estado da Saúde recebeu notificações de nove doadores de órgãos em um único final de semana, de 12 e 13 de abril. Esse é o maior número de doadores registrado desde que a Central começou a funcionar, em 1997, recebendo, em média, uma doação por dia. As doações beneficiaram 27 pessoas da fila única de receptores.
“A cada quatro notificações apenas em uma delas a família concorda em fazer a doação. Estamos trabalhando para aperfeiçoar o número das notificações. Isso irá contribuir para conseguirmos mais doações’, afirma Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes.
Os dados de transplantes no Estado de São Paulo estão melhorando aos poucos. Os transplantes de rins, fígado, coração e pâncreas cresceram 50%, desde que foi implantado o cadastro técnico único, mais conhecido como fila única de receptores