CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Ophir Cavalcante, presidente da OAB Nacional
PLENARIA TEMÁTICA (pág. 4)
Falta integração entre serviços de urgência e emergência
COMISSÃO PRÓ-SUS (pág. 5)
Fórum Sul-Sudeste analisa gestão e financiamento da saúde
CREMESP (pág. 6)
Eleita a quarta diretoria da Gestão 2008-2013
DEMOGRAFIA MÉDICA (pág. 7)
Em 2020, distribuição de médicos continuará desigual
ENSINO MÉDICO (págs. 8 e 9)
Registro profissional dependerá de participação no Exame do Cremesp
EXAME DO CREMESP (pág. 10)
Conselho apresenta nova resolução a entidades
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Perfil dos médicos brasileiros
CFM (pág. 12)
CRM digital e portal Saúde Baseada em Evidências
REGIONAIS (pág. 13)
Unidades do interior têm novo layout para melhor atender
INFORME TÉCNICO (pg. 16)
Atestado de óbito
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL (pág. 2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp
Novos rumos do Exame do Cremesp
“A nova fase do Exame do Cremesp é uma resposta à deterioração do ensino médico”
Após sete anos do Exame do Cremesp, uma experiência inovadora e reconhecida, o Conselho Regional de Medicina regulamentou o Exame no Estado de São Paulo, como forma de estimular a participação dos formandos e de obter resultados mais amplos sobre a qualidade da graduação.
Passamos a fase do diagnóstico, com o preocupante resultado de quase 50% de reprovação dos 4.821 alunos de sexto ano que participaram voluntariamente das provas.
A Resolução do Cremesp (íntegra nesta edição) torna obrigatória a participação e estabelece um documento comprobatório a ser entregue no momento do pedido de inscrição no CRM, que será concedido independentemente da nota obtida.
O Exame não restringirá direitos – o desempenho não será condição para registro no CRM, o que só poderia ser feito por força de Lei – e está garantida a confidencialidade dos resultados individuais.
A nova fase do Exame do Cremesp é uma resposta à deterioração do ensino médico, que não tem sido capaz de promover a formação técnica, ética, generalista e humanista nos vários níveis de atenção à saúde, formando médicos sem competências e habilidades imprescindíveis.
Por certo polêmica, é uma medida necessária, face ao crescimento vertiginoso do número de escolas médicas no Brasil – já são 196 cursos em 2012, sendo 114 privados – que veio acompanhado de corpo docente despreparado, inexistência de hospital-escola para estágio prático, insuficiência de vagas na Residência para todos os formandos e aprovação automática dos alunos sem correta avaliação ao longo do curso.
A decisão do Cremesp chega no momento em que o governo federal decidiu trocar a qualidade pela quantidade (as atuais escolas formarão mais de 18 mil novos médicos por ano, sem contar as 2.415 novas vagas anunciadas em 2012 pelo MEC).
Ao ampliar a avaliação externa, isenta e independente, o Cremesp acredita que todos sairão ganhando. A autoavaliação norteará o aprimoramento dos participantes. O governo e os dirigentes de escolas terão subsídios para melhorar o ensino. Por fim, a sociedade e os parlamentares terão mais informações para decidir sobre a obrigatoriedade do exame de egressos em Medicina.
Opinião
PEMC: atualização para generalistas
Luiz Alberto Bacheschi
Conselheiro e coordenador do PEMC do Cremesp
“É importante estimular o médico a frequentar programas de aprimoramento profissional”
Em suas ações fiscalizadora e judicante, o Cremesp constatou que número expressivo de profissionais médicos que se tornavam envolvidos em denúncias sobre atendimento por eles realizados eram profissionais jovens, com poucos anos de formados e que atuavam em unidades de urgência e emergência, especialmente na periferia das cidades. Geralmente, esses médicos não apresentavam formação acadêmica adequada em seus programas de graduação, e muitos não haviam tido possibilidade de realizar Residência Médica.
O Cremesp considerou importante que esse segmento de médicos fosse estimulado a frequentar programas de aprimoramento profissional, já que, em seu regimento, propôs-se a trabalhar pelo desempenho ético, técnico e moral da Medicina, pelo prestígio e bom conceito da profissão e zelar pela qualidade da assistência médica prestada à população.
Como decorrência dessa missão, em 2005, decidiu promover um Programa de Educação Médica Continuada (PEMC) com características próprias, voltado para a atualização do médico generalista, divulgando preferencialmente a atualização de conhecimentos e condutas de utilização imediata para aqueles envolvidos no atendimento da atenção primária e em setores de urgência e emergência. Os eventos são totalmente gratuitos, sem qualquer tipo de patrocínio para evitar conflito de interesses. Já realizamos 214 deles entre 2007 e 2011.
O Programa é ministrado por docentes indicados por instituições universitárias ou sociedades de especialidades, com despesas pagas pelo Cremesp. As atividades são desenvolvidas na sede, subsede e nas 33 delegacias, geralmente aos sábados ou em período noturno, nos dias úteis. Estamos ultimando os preparativos para a transmissão, via internet, de todos os cursos no portal do Cremesp, disponibilizando-os em uma videoteca acessível a todos os médicos interessados.