CAPA
EDITORIAL (pág.2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Gilson Carvalho, especialista em saúde pública
GRAVIDEZ PROGRAMADA (pág.4)
Saúde da Mulher
HOMENAGEM (pág.5)
Médicos paulistas
ENSINO MÉDICO (págs. 6 e 7)
Cremesp divulga resultados do Exame 2011
MOVIMENTO MÉDICO (pág. 8)
A suspensão do atendimento atingiu 21 Estados
CARREIRA DE ESTADO (pág. 9)
Governo paulista promete plano de cargos e salários a médicos
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág. 10)
Mais de 20 operadoras propõem negociações
ENCONTRO (pág.11)
Especialistas discutem preconceito à psoríase e vitiligo
CFM (pág. 12)
Coluna dos representantes de SP no Conselho Federal
WMA (pág.13)
Brasileiro preside Associação Médica Mundial
CARTÕES DE DESCONTO (pág. 15)
Código de Ética Médica proíbe qualquer tipo de parceria com funerárias
BIOÉTICA (pág. 16)
Publicidade médica: CEM e Codame
GALERIA DE FOTOS
GRAVIDEZ PROGRAMADA (pág.4)
Saúde da Mulher
Mulheres optantes pelo
congelamento dos óvulos devem realizar coleta antecipada
Câmara Técnica do Cremesp
alerta aos médicos sobre redução de efetividade na gestação tardia
Membros da CT de Reprodução Humana: congelamento de óvulos deve ser feito antes dos 35 anos
Um dos desdobramentos do estilo de vida atual das mulheres é a gravidez tardia. No entanto, uma gestação programada para tal época da vida inclui riscos que médicos e pacientes devem conhecer. “A mulher casa mais tarde e, quando quer engravidar, se torna mais difícil congelar o óvulo ou fertilizá-lo”, explica Silvana Morandini, ginecologista e obstetra e coordenadora da Câmara Técnica (CT) de Reprodução Humana e Técnicas de Reprodução Assistida do Cremesp. De acordo com a médica, ocorre um envelhecimento ovular no qual os folículos perdem qualidade e tamanho, dificultando a gravidez.
Por isso, muitas mulheres optam por realizar o congelamento dos óvulos a fim de preservar material de qualidade para uma futura gravidez. Segundo Renato Fraietta, especialista em reprodução humana, e Amanda Victorino, embriologista da Unifesp, o procedimento deve ser feito antes dos 35 anos, quando a mulher ainda possui boa qualidade e quantidade oocitária. A paciente passa por um estímulo hormonal para aumentar o número de folículos produzidos, possibilitando mais óvulos para o congelamento. De acordo com Eduardo da Motta, doutor em Ginecologia, o processo é parecido com a fertilização in vitro.
Os óvulos podem ficar congelados por tempo indeterminado. Quando a mulher decide o momento de engravidar, realiza o procedimento para preparação do endométrio por meio de hormônios. Dados fornecidos por Fraietta apontam que a taxa de sobrevivência de oócitos pós-descongelamento fica em torno de 90%, enquanto a taxa de gravidez para pacientes produtoras de oito oócitos se constitui de 40%.
No entanto, o alerta é para a idade em que se escolhe engravidar. Apesar de não haver limite definido, a gestação não é recomendada após os 50 anos, seja com óvulos congelados ou frescos. Em tal momento da vida, os riscos obstétricos aumentam consideravelmente, envolvendo todos os problemas de uma gravidez tardia: desco¬lamento prematuro da placenta, má-formação e restrição de crescimento fetal.
O auge da vida reprodutiva feminina acontece entre os 18 e 28 anos, mas se mantém posteriormente. Porém, depois dos 35, este potencial começa a declinar, aumentando os riscos de aborto e má-formação fetal.
Dengue 4
Novo sorotipo exige prevenção e combate
Neste verão, o Brasil irá deparar-se com a dengue 4, novo sorotipo que entrou recentemente pela Venezuela trazendo risco de surtos, sendo necessária a adoção de medidas de prevenção e combate.
Um mapeamento, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), por intermédio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), apontou que 43% dos municípios paulistas têm risco alto ou muito alto para a ocorrência de dengue durante esses meses.
Para evitar o avanço da doença no Estado durante a estação, a SES-SP apresentou o Plano Esta¬dual de Intensificação das Ações de Vigilância e Controle da Dengue para o período 2011-2012, que visa à reorganização da assistência médica aos pacientes, a capacitação de profissionais e a montagem de “hospitais de campanha”, para desafogar as unidades de saúde dos municípios com maior incidência, entre outras medidas.
O infectologista e conselheiro do Cremesp, Caio Rosenthal, explica que “o mosquito prefere temperaturas mais elevadas e há mais possibilidades de acúmulo de água nos recipientes, por causa das chuvas da estação, o que deve ser evitado”.
Segundo ele, alguém que já teve dengue fica, após alguns meses, imune a esse sorotipo, mas pode pegar os outros três. “Cada vez é pior que a anterior porque o corpo desenvolve um mecanismo imune alérgico, um desequilíbrio do sistema imune, que reage de forma desproporcional quando novamente desafiado. Daí advém as complicações, como o choque e a hemorragia, embora o desfecho fatal da doença seja raro”.
Anorexígenos
CFM rebate decisão da Anvisa
O Conselho Federal de Medicina (CFM) ingressou na Justiça Federal com uma Ação Civil Pública, com pedido de liminar, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinar a proibição dos inibidores de apetite. Como a justiça negou a liminar, o CFM entrou com recurso.
A agência liberou a sibutramina, que ainda pode ser utilizada, mas com maior controle, instituindo a Resolução nº 52, que consiste em um termo de responsabilidade dos médicos ao prescreverem este medicamento.
Segundo Desiré Callegari, conselheiro representante de São Paulo no CFM, “o objetivo é defender os direitos difusos e coletivos da sociedade como um todo, de ver preservada a autonomia de prescrição de medicamentos eficazes ao tratamento de doenças, pelos médicos aos seus pacientes e, sobretudo, o acesso aos remédios por cerca de 15% da população brasileira que sofre com a obesidade”.
O CFM alega que a Anvisa “quer tutelar uma matéria sem qualquer fundamento técnico, cerceando direitos dos pacientes e autonomia dos médicos de utilização de medicamentos eficazes, conforme histórico de 30 anos”. Ainda no documento, reitera que “está fazendo sua parte na fiscalização da conduta de médicos que prescrevem medicamentos anorexígnos sem observar os critérios técnicos e éticos”.