

CAPA

EDITORIAL
Ética na mídia

MÍDIA
Justiça garante direito de resposta ao Cremesp

ARTIGOS
Paulo Giraldes e Iolanda Ramos

ESCLARECIMENTO
Caixa Econômica Federal pede desculpas aos médicos

LEGISLAÇÃO
Novo Código Civil: as repercussões no exercício profissional

ESPECIAL
Conheça as prioridades e opiniões do Secretário de Estado da Saúde

GERAL 1
Planos de Saúde

EXTENSÃO
Projeto põe alunos da USP em contato com a realidade da saúde da população

GERAL 2
Agenda do Cremesp e De Olho no Site

SERVIÇOS
Destaque para um "mutirão" de atendimento para catarata realizado pela USP e Unifesp

NOTAS
Editais, Convocações e Contato

PARECER
Norma do INSS fere Código de Ética Médica

MOBILIZAÇÃO
Fórum Social Mundial

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MOBILIZAÇÃO
Fórum Social Mundial

“Uma usina de idéias”. Assim Cândido Grzybowski, um dos organizadores, definiu o 3º Fórum Social Mundial que reuniu, de 23 a 27 de janeiro, em Porto Alegre, cerca de 100 mil pessoas, entre delegados, observadores, profissionais de imprensa e ativistas de todo o mundo – um crescimento exponencial em apenas dois anos. O 1º FSM, em 2001, teve 4.000 participantes.
Sob o lema “Um outro mundo é possível”, o FSM foi idealizado para se contrapor ao Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente, em Davos, na Suíça, chefes de governo, economistas e empresários, para discutir políticas econômicas. “Hoje, com mais de 100 mil pessoas reunidas aqui, em Porto Alegre, é Davos que se opõe a nós”, enfatizou Grzybowski. Um dos pontos de destaque do 3º FSM foi o discurso do presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, que se dirigiu à capital gaúcha para explicar às dezenas de milhares de pessoas presentes na praça do Pôr do Sol, especialmente para ouvi-lo, porque tomara a decisão de comparecer ao encontro de Davos. Outro momento marcante foi a marcha de abertura, no dia 23, durante a qual cerca de 80 mil pessoas desfilaram pelas ruas de Porto Alegre portando cartazes e bandeiras com mensagens, dentre as quais predominavam as que pediam paz e condenavam a guerra contra o Iraque.
Ao todo, segundo o Comitê de Organização do evento, foram realizadas 1.286 oficinas, além de inúmeras conferências, depoimentos, mesas-redondas e seminários, que ainda não foram contabi-lizados. Além disso, é quase impossível dimensionar o número de encontros e trocas de experiências e idéias entre ativistas e membros de entidades, associações e ONG’s de inúmeros países durante os dias de realização do fórum.
Saúde
A saúde foi tema de várias atividades durante e paralelamente ao 3º FSM, como a realização do 2º Fórum Internacional em Defesa da Saúde dos Povos e várias oficinas temáticas que abordaram, entre outros, os seguintes temas: A Universalidade nos Sistemas de Saúde em Países da Periferia do Capitalismo: Tendências e Perspectivas; Ciências Humanas e Saúde; O Trabalho da Epidemiologia; Eqüidade de Gênero como Estratégia para a Saúde e Cidadania; Saúde e Ambiente; e Promoção da Saúde e Desenvolvimento Social.
Mais informações sobre estas oficinas podem ser obtidas no site
http://www.abrasco.org.br
Encontro lança campanha “Saúde Agora”
Um dos eventos paralelos, o 2º Fórum Internacional em Defesa da Saúde dos Povos reuniu, de 20 a 22 de janeiro, profissionais procedentes de vários países. Neste encontro, foi lançada uma campanha por um milhão de assinaturas pela Saúde Agora, cujo objetivo é questionar governos e FMI sobre o que tem sido feito em relação à declaração de Alma Ata, 25 anos depois que foi assinada, na qual comprometiam-se a alcançar saúde para todos no ano 2000. Os participantes deste fórum lançaram, ao final, uma declaração cujos alguns dos principais trechos reproduzimos a seguir:
Declaração do 2º Fórum Internacional em Defesa da Saúde dos Povos*
(...) A assim chamada “reforma” ou “modernização” neoliberal do setor saúde – que são apenas disfarces da privatização – aprofundam tanto as desigualdades como a falta de acesso. Existem diversas formas de privatização, sendo uma delas a cessão de serviços para prestadores privados e companhias de seguro, além da incorporação da lógica de mercado ao setor público. Ambos ferem o direito à saúde.
O Segundo Fórum Internacional em Defesa da Saúde dos Povos foi um passo adicional no processo de articulação, resistência, conjugação de esforços para mudar estes conceitos e para promover ações com novas formas de luta e relações com governos, instituições e organizações da sociedade civil. Isto tem nos permitido renovar energias e compromissos.
Neste encontro, foi lançada uma campanha por um milhão de assinaturas pela Saúde Agora, cujo objetivo é questionar governos e FMI sobre o que tem sido feito em relação à declaração de Alma Ata, 25 anos depois que foi assinada, na qual comprometiam-se a alcançar saúde para todos no ano 2000. Para assiná-la, por favor visite o site
http://www.TheMillionSignatureCampaign.org
Devido a tudo que foi dito acima, consideramos indispensável o desenvolvimento de um processo de construção e intercâmbio de propostas que inicie pelas comunidades e organizações populares, passe pelos níveis municipal, estadual, nacional e inter-na-cional e que culmine com a 2ª Assembléia Mundial e 1º Fórum Mundial da Saúde dos Povos em julho de 2004 em Porto Alegre, Brasil, integrando suas conclusões, construindo novas propostas e permitindo a concretização de ações conjuntas em todos os níveis.
Por este motivo, conclamamos todas as organizações, pessoas e instituições comprometidas com a saúde e o bem estar a se juntarem neste esforço pela organização de suas próprias atividades, tornando-as públicas, integrando esforços e concretizando nosso sonho de Saúde para Todos Já. Informações e adesões à Campanha por Um Milhão de Assinaturas e a convocação para 2004:
iphc@cablenet.com.ni,
alames@movinet.com.uy,
armando@portoweb.com.br
* A declaração, na íntegra, pode ser solicitada pelo e-mail:
ananyr@sms.prefpoa.com.br
Davos
Política neoliberal fica em segundo plano
Ao mesmo tempo em que se realizava o 3º FSM, em Porto Alegre, chefes de Estado, economistas, grandes empresários e personalidades convidadas reuniam-se em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial. Criado em 1970, o Fórum de Davos, como também é conhecido, objetiva discutir as políticas econômicas que estão sendo adotadas no mundo e quais são as suas conseqüências. Nos últimos anos, esse Fórum defendeu intransigentemente as políticas econômicas neoliberais.
Embora não seja um órgão governamental – o fórum é promovido por uma instituição privada, com sede em Genebra –, as discussões realizadas ali têm grande influência no mundo capitalista.
Este ano, com a crise que envolve muitos dos países que adotaram a cartilha neoliberal, essa discussão ficou em segundo plano e os debates foram centrados na possível guerra contra o Iraque. A novidade ficou por conta da participação do presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, que em seu discurso defendeu a paz e o combate à fome, pedindo “mudanças na ordem mundial” e foi bastante aplaudido.