CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
"A população e os médicos não suportam mais as deficiências do SUS"
ENTREVISTA (pág. 3)
Antonio Gonçalves Pinheiro, coordenador da CT de Cirurgia Plástica do CFM
ATIVIDADES 1 (pág. 4)
Araçatuba, Franca e Jaboticabal: novos módulos de atualização profissional da Casa
ATIVIDADES 2 (pág. 5)
A retomada da Educação Médica Continuada: novo formato e novos coordenadores
ATIVIDADES 3 (pág. 6)
Levantamento DataFolha: interferências dos planos de saúde prejudicam médicos e pacientes
EXAME DO CREMESP (pág. 7)
Aprovados na prova teórica serão convocados para a prática, agendada para 10 de outubro
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS (pág. 8)
"Não faltam doadores, mas doação”, afirma presidente da ADOTE
ÉTICA MÉDICA (pág. 10)
Saúde suplementar: empresários ignoram bem-estar de pacientes e o exercício, ético, da Medicina
GERAL 1 (pág. 11)
Movimento obteve 22% de reajuste e negociação das demais reivindicações
CFM (pág. 12)
Representantes do Estado no CFM se dirigem aos médicos e à sociedade
ESPECIALIDADES (pág. 13)
Urologistas enfrentam desafios relacionados às oportunidades e condições de trabalho
ALERTA ÉTICO (pág. 14)
Análises do Cremesp ajudam a prevenir falhas éticas causadas pela desinformação
GERAL 2 (pág. 15)
HC prestou homenagem ao ex-superintendente em 24 de setembro
GALERIA DE FOTOS
EXAME DO CREMESP (pág. 7)
Aprovados na prova teórica serão convocados para a prática, agendada para 10 de outubro
Primeira fase recebe 82% dos inscritos
Alunos realizam prova na Capital
A primeira fase da 6ª edição do Exame do Cremesp 2010 – avaliação desenvolvida em parceria com a Fundação Carlos Chagas, realizada em 19 de setembro, na Capital e em diversas cidades do Estado de São Paulo – recebeu 533 (82,89%) dos 643 inscritos.
Para ser aprovado nesta fase, o aluno deve acertar, no mínimo, 60% das 120 questões que compõem a prova objetiva. A segunda fase está marcada para o dia 10 de outubro, somente na Capital paulista. Nessa etapa, os candidatos serão submetidos a uma prova prática.
Pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido do Conselho, em 2005 – ano em que a prova foi aplicada pela primeira vez –, mostrou grande aceitação do Exame do Cremesp entre médicos (83% aprovam), formadores de opinião (93%) e a população em geral (92%). O número de reprovados nas últimas edições, entretanto, revela a precariedade do ensino médico. Em 2009, por exemplo, mais da metade dos alunos que participaram da primeira fase (56%) não conseguiu atingir a nota de corte, de 6,0.
“O exame é uma forma de avaliar a qualidade da formação médica no Estado, satisfazendo à ansiedade de uma população que está insatisfeita com o atendimento médico”, disse o conselheiro e corregedor do Cremesp, Krikor Boyaciyan. “É uma resposta que o Conselho está dando para a sociedade”, explica.
Luna Filho e Boyaciyan fiscalizaram o exame
A participação do aluno não é obrigatória e o resultado não serve de pré-requisito para o exercício da profissão. Mas um dos objetivos do Conselho, diante da necessidade de avaliar as escolas médicas, é tornar obrigatória uma prova de habilitação para a prática da medicina. “Na maioria dos países, o médico, quando sai da faculdade, é obrigado a certificar o seu conhecimento, só então receberá uma autorização para o exercício profissional. Isso não se faz de maneira automática como no Brasil, onde um simples diploma coloca o médico no mercado de trabalho”, afirma o conselheiro e coordenador do Exame do Cremesp, Bráulio Luna Filho.
Segundo Luna Filho, essa é uma iniciativa pioneira no Brasil. “Até o Conselho começar a aplicar esse exame, não havia uma avaliação científica dos estudantes”, diz. Ele acredita que a aplicação dessa prova para os futuros médicos é uma forma de diminuir a quantidade de erros em procedimentos. “Uma das causas do erro médico é a má formação. Ninguém questiona isso”.
Luna Filho revela também que, quando o Cremesp começou a realizar o exame, a maioria dos alunos não tinha formação em emergência médica. “Hoje, a maior parte faz, durante a faculdade ou no final dela, cursos intensivos para aprender a abordar um paciente em emergência. Depois da introdução do Exame do Cremesp, mais escolas passaram a ter uma preocupação adequada com o ensino”, acredita.
Repercussão entre os alunos
Pedro Nazaré - Unifesp
“O conteúdo da prova deveria ser repensado. Precisamos ver qual é seu objetivo: avaliar o curso médico ou o conhecimento médico. Há algumas questões das áreas básicas que servem para avaliar o curso, mas não para medir o conhecimento. Isso deveria ser avaliado nas áreas de clínica, ginecologia, medicina preventiva, pediatria, e não na área básica.”
Fabiana Capellato - Unifesp
“Acho (o exame) importante para obter o título do CRM. Sou a favor da obri¬gatoriedade da prova. Existem muitos cursos de Medicina sendo abertos por aí, muita faculdade sem qualificação e muito profissional ruim no mercado.”
Caroline Bittencourt - Unitau
“As questões foram bem coerentes com o conteúdo que a gente aprende na faculdade, exceto por algumas sobre oncologia, na qual nosso conteúdo é restrito. Sobre o Código de Ética Médica, a gente já esperava que fosse cair.”
Exemplo de questões da primeira fase do Exame
1) Homem de 40 anos, com história de etilismo, é levado por familiares ao pronto-socorro, com quadro de confusão mental. Ao exame físico nota-se aspecto de desnutrição, além de marcha atáxica e nistagmo. Das abaixo, a principal medida terapêutica será administrar:
(A) haloperidol
(B) diazepan
(C) aciclovir
(D) tiamina
(E) lactulona
2) Paciente está com taquicardia, midríase não reagente à luz, secura da pele e hipertermia discreta. O diagnóstico mais provável é:
(A) abuso de benzodiazepínicos
(B) intoxicação por cocaína
(C) impregnação por neuroléptico
(D) abstinência do álcool
(E) embriaguez patológica
3) São fatores de risco para os cânceres de endométrio, colo uterino e mama, respectivamente,
(A) obesidade; antecedente de doença sexualmente transmissível; menopausa tardia
(B) obesidade; tabagismo; menopausa precoce
(C) hipertensão arterial; diabetes mellitus; ooforectomia bilateral em idade fértil
(D) uso de pílula anticoncepcional; leucorreias de repetição
(E) baixo índice de massa corpórea; antecedente de doença sexualmente transmissível; uso de pílula anticoncepcional
(Respostas: D, B, A)
Presentes por cidade na 1ª fase
São Paulo: 321
Botucatu: 1
Bragança Paulista: 25
Campinas: 30
Catanduva: 37
Jundiaí: 3
Marília: 7
Mogi das Cruzes: 9
Presidente Prudente: 7
Ribeirão Preto: 6
Santos: 17
São José do R. Preto: 21
Sorocaba: 19
Taubaté: 30
Total: 533