CAPA
EDITORIAL (JC pág. 2)
Gripe A - "O comportamento dos médicos paulistas tem sido exemplar" - Henrique Carlos Gonçalves
ENTREVISTA (JC pág. 3)
Walter Manna Albertoni, reitor da Unifesp, avalia o ensino médico no país
ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Público recorde acompanhou a 34ª edição do Fórum sobre Publicidade Médica
ATIVIDADES 2 (JC pág. 5)
Conselheira assume a secretaria executiva da Comissão Nacional de Residência Médica
GERAL 1 (JC pág. 6)
CVS e CVE orientam médicos e profissionais de saúde no atendimento a casos suspeitos de H1N1
ELEIÇÃO CFM (JC pág. 8)
Desiré Callegari e Renato Françoso representam nosso Estado no Conselho Federal
ÉTICA & JUSTIÇA (JC pág. 10)
O desagravo público do médico está normatizado pela Resolução CFM 1.899, de junho 2009
GERAL 2 (JC pág. 11)
Destaque para a história de vida do cirurgião geral paulista Sérgio Bonanno
GERAL 3 (JC pág. 12)
Sisrel: novo sistema de cobrança terá impacto positivo nos recursos do sistema público de saúde
CFM (JC pág. 13)
Espaço reservado para comentários dos conselheiros Clóvis Constantino e Isac Jorge
ALERTA ÉTICO (JC pág.14)
Aproveite as análises realizadas pelo Cremesp e previna falhas éticas causadas pela desinformação
GERAL 3 (JC pág. 15)
PESC: desde seu lançamento, a iniciativa já beneficiou várias comunidades, especialmente as carentes
ESPECIALIDADES (JC pág.16)
JC dá continuidade à série de matérias especiais sobre especialidades
GALERIA DE FOTOS
GERAL 2 (JC pág. 11)
Destaque para a história de vida do cirurgião geral paulista Sérgio Bonanno
Vida de médico
“A medicina ensina o homem a ser humano”
Filho de imigrante italiano e de brasileira descendente da mesma origem, Sérgio Bonanno, hoje com 48 anos, nasceu e foi criado em São Paulo. Diferentemente de muitos colegas de profissão – que desde criança já sabiam que queriam ser médicos –, Bonanno escolheu a carreira num misto de eliminação de matérias de que não gostava na escola e por influência e estímulo da professora Eloisa. “Ela foi minha professora de biologia no 3º colegial. Era uma pessoa que gostava do que fazia. Lembro-me de suas aulas até hoje”, recorda o cirurgião geral.
Formado em 1984 pelo Centro Universitário Lusíada (Unilus), localizado na cidade litorânea de Santos, Bonanno voltou para São Paulo para fazer residência.
Inicialmente optou pela ortopedia, mas não ficou nem dois meses na especialização. Logo foi para o Hospital Mandaqui fazer residência em cirurgia geral. Lá encontrou sua verdadeira vocação para a medicina. Conheceu profissionais que lhe inspiraram grande admiração. “O Gladstone Ferreira Machado, especialista em cirurgia torácica, foi como um segundo pai para mim, deu um empurrãozinho na minha vida profissional”, comenta.
A cirurgia de trauma em pronto-socorro se tornou o foco do trabalho de Bonanno, que na sequência cursou residência em cirurgia torácica no mesmo hospital. Ao término da segunda residência, passou a integrar a equipe de cirurgia do Hospital Mandaqui.
Envolvido em causas sociais desde a época de faculdade, no hospital da zona norte da capital paulista, ele pôde dar sua contribuição à sociedade por meio de sua atuação profissional, já que o Hospital Mandaqui atende a uma população carente, numa região que apresentou crescimento rápido e desorganizado.
Bonanno alerta, porém, para os problemas que a vivência em um PS pode acarretar ao médico. “Além do estresse de alguns atendimentos, o profissional muitas vezes tem de enfrentar más condições de trabalho, falta de estímulo profissional e baixos salários”, avalia. Segundo ele, “hoje o médico é obrigado a trabalhar muito para ganhar vários subssalários e formar um único rendimento”. Além do mais, diz, toda essa tensão pode acarretar problemas físicos e psicológicos. “A vida útil, às vezes, se torna menor porque você está em um ambiente insalubre”, diz Bonanno.
Apesar de toda a paixão pela medicina, houve um momento em que o médico pensou em desistir. Sua avó materna faleceu em uma cirurgia corriqueira, e o médico passou a ficar desgostoso com a rotina da profissão. Foi nessa mesma época que, durante um de seus plantões, Bonanno foi chamado para uma emergência. Uma garota de 13 anos deu entrada no hospital com um ferimento causado por arma branca. O corte perfurou o coração. A garota, apesar da possibilidade de ter morte cerebral, reagiu bem à cirurgia de toracotomia de reanimação, realizada pelo médico, e se recuperou. “Para mim foi como um prêmio esse caso”, relata, já com a estima recuperada pela profissão.
Bonanno acredita que as escolas de medicina devem ser mais fiscalizadas, uma vez que têm grande responsabilidade na formação dos futuros médicos. Mas ressalta que é o contato com os pacientes a peça mais importante para que qualquer profissional seja bem sucedido. “A carreira é construída com o tempo e com a vivência, que começa na residência”, comenta o cirurgião geral.
São 25 anos dedicados à carreira, construída, em sua maior parte, dentro de pronto-socorros da capital paulista. Somente no Hospital Municipal de Ermelino Matarazzo, onde ainda trabalha, somam-se 18 anos de dedicação. “É um hospital especial para mim, gosto de trabalhar lá”, comenta o médico, que se emociona ao lembrar do amigo Sued Carvalho de Melo, socorrista no Hospital de Ermelino Matarazzo, que faleceu há pouco tempo.
Tanta paixão pela medicina, já gerou frutos. “Meus dois filhos cursam medicina”, conta orgulhoso. Para Bonanno, a medicina é muito mais do que profissão, é uma lição de vida. “A medicina nos ensina a ser menos materialista e mais humano”.
Falece professor emérito José Aristodemo Pinotti
O médico ginecologista José Aristodemo Pinotti faleceu no dia 1º de julho, aos 74 anos, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, vítima de um câncer de pulmão.
Ex-professor titular de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, Pinotti estava no terceiro mandato de deputado federal – eleito pelo DEM em 2006 –, do qual se licenciou para assumir o cargo de secretário especial da Mulher da Prefeitura de São Paulo, desde março deste ano. Pinotti também foi reitor da Unicamp e secretário de Estado da Educação.
Nascido em 20 de dezembro de 1934, Pinotti era filho do dentista Alfredo Pinotti e da educadora sanitária Anna Bove Pinotti. Sua primeira formação foi em 1958, pela Faculdade de Medicina da USP, onde construiu grande parte de sua carreira. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi diretor da Faculdade de Ciências Médicas, nos anos 1970, e reitor da universidade, entre 82 e 86.
Especializado em ginecologia pela Università Di Firenze (Itália), o médico era membro da Academia de Medicina de São Paulo e professor-adjunto da Universidade La Sapienza (Itália). Possui mais de 1.300 publicações, entre elas 37 livros científicos.
Resolução do CFM regulamenta vasectomia
A Resolução 1.901/09, do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada no dia 21 de julho, regulamenta o procedimento cirúrgico denominado vasectomia, quando for realizado com fins de planejamento familiar. O objetivo da resolução é chamar a atenção de que, nessa situação, a vasecto¬mia não se restringe a uma técnica cirúrgica, havendo as repercussões da esterilização e suas consequências como, por exemplo, a necessidade de uma reversão. As operadoras de saúde suplementar estão obrigadas a cobrir o procedimento de esterilização cirúrgica masculina. A inclusão da vasectomia no rol de procedimentos dos planos foi regulamentada no ano de 2008.
A legislação permite que um adolescente de 18 anos, com dois filhos, ou um homem de 26 anos, sem filhos, possam solicitar esterilização, decisão que pode gerar implicações para o médico. Por isso, tanto a Lei 9.263/96, quanto a Resolução, preveem que a vasectomia seja realizada apenas 60 dias após a manifestação da vontade do interessado. O prazo deverá ser usado para conscientização de vários métodos de contracepção, visando desencorajar a esterilização precoce.