Palestra

Presidente do Cremesp fala sobre Propaganda e Ética Médica a profissionais da capital

Propaganda Médica: o que é e o que não é ético foi o tema da palestra ministrada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Lavínio Nilton Camarim, nesta quarta-feira (23/05). A discussão foi sediada no Hospital Nove de Julho, e debateu questões importantes no âmbito legislativo, judiciário e ético da Medicina.

A exposição de pacientes com a finalidade de divulgação de técnicas ou resultados de tratamentos, mesmo que com autorização, foi destacada pelo presidente do Cremesp como um método que infringe diretamente o Art. 3° da Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) de 1974/11. Segundo ele, cada vez mais este recurso é utilizado como um meio de visibilidade. “É muito comum vermos fotos de ‘antes’ e ‘depois’ de pacientes. Não podemos propagar isso, ainda mais como uma maneira de ‘atrair clientela’. Na Medicina, nós nos esforçamos ao máximo e damos nosso melhor, mas é impossível dar garantias”.

No decorrer do evento, Camarim alertou os médicos sobre o uso de redes sociais, pois a Resolução CFM 2.126/2015 condena a publicação de selfies com pacientes, além de práticas sensacionalistas nestas mídias. Outro ponto abordado foi em relação ao uso do WhatsApp ou aplicativos similares como meio de 'consulta'. “O profissional só pode orientar o paciente se conhecer seu estado clínico atual. Do contrário, ele deve imediatamente sugerir que o mesmo procure o pronto-socorro mais próximo”, salientou.

 Camarim enfatizou, ainda, a necessidade de uma boa relação entre médico e paciente, e a denominou como o 'pilar' da profissão. “Temos que tratar nossos pacientes com deferência. A relação médico-paciente não pode ser vista como médico-consumidor ou médico-cliente”.       

O presidente do Cremesp também destacou aos presentes a importância do Exame Obrigatório para alunos e recém-formados em Medicina, uma vez que um dos grandes problemas enfrentados, atualmente, é o exercício e promoção da profissão sem que haja, de fato, uma boa formação.

A aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira, conhecido como Revalida, foi outro ponto mencionado pelo presidente como um meio de supervisão da qualidade médica. “Nós defendemos o Revalida para a entrada de qualquer médico formado no exterior”, afirmou.

Ao final da apresentação, Camarim esclareceu dúvidas do público e encerrou o encontro frisando a necessidade de cumprir as leis e o Código de Ética Médica. “É de extrema importância agir conforme estipulado pela lei e pela ética, visando, assim, nossa proteção, a proteção da Medicina e,  principalmente, da sociedade como um todo”, encerrou.

Fotos: Divulgação Cremesp