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CAPA

PONTO DE PARTIDA (pág.1)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág.4)
Susan Greenfield


CRÔNICA (pág.11)
Fabrício Carpinejar*


SINTONIA (pág.12 a 15)
Neurociência e Filosofia


DEBATE (págs.16 a 21)
Todos os cidadãos têm o direito à saúde garantido?


EM FOCO (págs. 22 a 25)
Medicina sobre rodas


GIRAMUNDO (pág.26)
Curiosidades de ciência e tecnologia, história e atualidades


PONTO COM (pág.28)
Informações do mundo digital


HISTÓRIA (págs. 30 a 33)
Com 112 anos de história, Intituto Butantan é um dos maiores centros de biomedicina mundial


HOBBY (págs.34 a 37)
Médicos dedicam-se a escrever poemas


CULTURA (pág.38 a 41)
Pinacoteca de São Paulo realiza mostra sobre gravura brasileira


LIVRO DE CABECEIRA (pág.42)
Por Marco Tadeu Moreira de Moraes*


CARTAS & NOTAS (pág.43)
Medicina na Bolívia atrai grande número de brasileiros


TURISMO (págs. 44 a 47)
Cidades de Santa Catarina guardam um pouco da cultura europeia


FOTOPOESIA (pág.48)
Oscar Niemeyer


GALERIA DE FOTOS


Edição 62 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2013

EM FOCO (págs. 22 a 25)

Medicina sobre rodas

Medicina sobre rodas

Em uma unidade móvel, com alta tecnologia, o médico Roberto Kikawa colabora na detecção precoce de doenças em pacientes da rede pública


No segundo ano de medicina, Roberto Kikawa, médico gastroenterologista, passou por uma triste experiência com seu pai. Com câncer de laringe em estágio avançado, inicialmente ele foi tratado em condições precárias em uma unidade de saúde e, depois, com cuidados paliativos em casa. Com a ajuda de dois médicos voluntários, os incômodos dos últimos dias de vida do pai foram atenuados com remédios e o apoio da família. Durante esse tempo, seu pai lhe disse: “prometa-me que um dia você será um médico humano e ajudará as pessoas, assim como esses médicos estão fazendo comigo”, lembra Kikawa.

O tempo passou e, após um período de convivência com uma organização médico-humanitária internacional, a Médicos sem Fronteiras, Kikawa começou a refletir sobre como poderia fazer algo para diminuir a dor de pessoas em situação parecida com a do seu pai.

Enquanto cursava engenharia biomédica na USP, teve a ideia de criar um veí­culo que servisse como centro móvel para o projeto. “Eu pensava que se pudesse levar equipamentos para detectar doenças precocemente para as regiões periféricas, isso faria com que menos pessoas sofressem como meu pai sofreu. E me perguntava sobre qual seria a melhor forma de fazer isso”. Planejou, então, fazer duas carretas equipadas para o atendimento dos pacientes, mas a ideia foi descartada pelo alto custo. Teve, então, a ideia de abrir uma única carreta dos dois lados e criar o local para o atendimento.


Caminhão do Ciees estacionado em São José dos Campos:
tenda é utilizada como sala de espera


Com esse objetivo, fundou, em 2008, o Projeto Cies (Centro de Integração de Educação e Saúde), para oferecer exames de alta complexidade à população carente. “Nossa principal meta é dar acesso à prevenção secundária, que é o diagnóstico precoce, além de evitar o deslocamento das pessoas para os grandes centros, evitando filas e superlotação nos locais de atendimento.”



Carreta da saúde
A carreta, desenvolvida por uma empresa de arquitetura e engenharia, é equipada para atender até dez especialidades, tem 15 metros de comprimento e, quando aberta, tem uma área de 100 m2. Possui recepção, sala de espera e capacidade para atendimentos em especialidades e áreas como Gastroenterologia (endoscopia digestiva alta, colonoscopia e retossigmoidoscopia flexível), Otorrinolaringologia (nasovideolaringoscopia), Urologia (consultas, teste urodinâmico, uretroscopia e vasectomia), Oftalmologia (refração, gonioscolpia, tonometria, mapeamento de retina, biometria, ceratometria, cirurgia de catarata), Imaginologia (ultrassonografia de superfície e endocavitária), Mastologia (mamografia), Cardiologia (eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico), Dermatologia, Audiometria, pequenas cirurgias e saúde bucal, além de coletas de exames laboratoriais.

Até hoje, o projeto já atendeu 29 cidades, entre elas Campos do Jordão, Pindamonhangaba, Santos, Sorocaba, Três Lagoas (MS), São José dos Campos, Itu, São Francisco do Sul (SC) e Guarulhos, além de um projeto em implantação para atender a demanda do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. São 250 pacientes atendidos por dia, a maioria idosos, somando, durante os três anos de funcionamento da carreta da saúde, 60 mil pessoas e 130 mil procedimentos e exames realizados.


"O respeito ao paciente, desde o atendimento na
recepção,
 é um dos pilarees do projeto", explica Kikawa   

A equipe de profissionais que atende ao público é composta por 62 médicos, sendo boa parte deles com título de especialista inscrito no Cremesp, por exigência do projeto. “Aqueles que, por ventura, não tenham título de especialista, nós incentivamos para que o consigam”. Os voluntários correspondem a 5% da equipe, e trabalham apenas na área administrativa. “Eu mesmo sou um voluntário administrativo. Na parte assistencial, o projeto não faz uso desse tipo de trabalho”. Os médicos são remunerados acima do mercado, em média a R$ 120,00 a hora. A meta é levar ao paciente um atendimento de qualidade, e para isso, todos os preceitos delimitados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) são respeitados.

Por meio de parcerias com as secretarias municipais da Saúde, os pacientes são encaminhados e agendados para o atendimento na carreta. “É muito difícil quebrar o paradigma que se tem a respeito do SUS. Eles não acreditam que estão agendados, e muitos vêm horas antes do atendimento, pensando que enfrentarão enormes filas de espera.” Kikawa diz que prioriza o respeito ao paciente, desde o atendimento na recepção, e que esse “é um dos pilares do projeto”.


Roberto Kikawa cumpre a promessa de ajudar pessoas, feita ao pai 

Desafios e reconhecimento
Um dos desafios que o Cies enfrenta é justamente a desconfiança do paciente ao saber que será atendido em uma carreta, apesar da impressionante estrutura de alta tecnologia oferecida dentro da unidade móvel. “Ainda existe certa resistência quanto a isso”, admite o médico.

Segundo Kikawa, as parcerias que o projeto adquiriu nesses anos de funcionamento, além das secretarias municipais de saúde, “também foram fundamentais para prosseguir com os atendimentos”. Elas são feitas com a Olympus, a Philips, a Engemet e o Hospital São Camilo. “Eles nos fornecem equipamentos e a manutenção deles. Além da promoção de ações que nos ajudem a divulgar o projeto e o patrocínio.”

Em 2009, o projeto Cies recebeu o prêmio “Finep 2009 de Inovação em Tecnologia Social” por suas ações em inovação e autossustentabilidade local. Além dos prêmios “Empreendedor Social 2010”, da Folha de S. Paulo, e “Empreendedor Social 2011”, da Ernst & Young Terco, Kikawa também ganhou o prêmio “Doutor Cidadão”, da Associação Paulista de Medicina (APM).

O pai do dr. Kikawa ficaria muito feliz...


Colaborou: Vivian Costa/ Fotos: Osmar Bustos  


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