

CAPA

PONTO DE PARTIDA (pg. 1)
Renato Azevedo Júnior - presidente do Cremesp

ENTREVISTA (pág.4)
Marcia Angell

HISTÓRIA (pág. 9)
Estados Unidos, por Gore Vidal

CRÔNICA (pág. 12)
Luis Fernando Verissimo*

ESPECIAL BOLÍVIA 1 (págs.14 a 25)
A realidade precária dos cursos de Medicina particulares

ESPECIAL BOLÍVIA 2 (págs.14 a 25)
Depoimentos sobre a formação médica em escolas particulares

CABECEIRA (pág. 27)
Por Reinaldo Ayer*

CONJUNTURA (págs. 28 a 31)
Longevidade e cuidados com o idoso

GIRAMUNDO (págs. 32-33)
Curiosidades de ciência e tecnologia, história e atualidades

PONTO COM
Informações do mundo digital

SUSTENTABILIDADE (pág. 36)
Idec, 25 anos

CULTURA (pág. 38)
A flauta encantada do mago do choro

HOBBY
Campeonato de Futebol de Equipes Médicas

GOURMET (pág. 44)
“Cozinhando eu relaxo”

FOTOPOESIA (pág. 48)
Paulo Leminski

GALERIA DE FOTOS

GOURMET (pág. 44)
“Cozinhando eu relaxo”
A afirmação é do médico endocrinologista Chady Satt Farah, que fez para a Ser Médico um delicioso puchero
Fazer paellas, pucheros, sushis e muito mais, não é, digamos, arroz com feijão. Mas, a dedicação e o apreço que demonstra ao cozinhar justificam a facilidade com que Chady Satt Farah manipula os ingredientes de uma receita e utensílios de uma cozinha.
Nem sempre foi assim. Médico endocrino¬logista, descendente de libaneses, ele começou a ir para o fogão incentivado pelos amigos e colegas de profissão que já cozinhavam, César Stocco e Mozart Novaes Jr. Juntos, mais as respectivas esposas, formaram um grupo gourmet, que tinha até um nome, Alquinutri, algo como “alquimia e nutrição”. Eles reuniam-se mensalmente e cada um preparava um prato. A mulher de Chady, a médica gastroenterologista Theresa Cristina, que ele conheceu ainda na faculdade, era, claro, uma das felizes comensais.
A pequena confraria levava tão a sério os jantares – e, de vez em quando, almoços –, que fazia até atas dos encontros. Nelas eram registradas as receitas que davam certo e as que não davam, além de todos os detalhes da reunião culinária, inclusive os engraçados, como quando Chady resolveu criar uma mousse de pato, para acompanhar o amigo que ia fazer uma outra mousse. Porém, se a criação resultou em um retumbante fracasso, proporcionou, por outro lado, muitas risadas.
O grupo, enquanto tal, desfez-se com o tempo e os filhos que chegavam e cresciam, mas a amizade permanece. E os jantares, de vez em quando, também. Quanto aos filhos, os de Chady já estão criados: Leonardo é engenheiro mecânico. Não cozinha, mas dedica-se, nos horários livres, a elaborar cervejas artesanais. Natália é engenheira de alimentos, o que não significa que goste de trocar o laboratório pela cozinha.
A partir do amistoso Alquinutri, o endocrinologista – formado na Faculdade de Medicina de Campos dos Goitacazes, no Rio de Janeiro – lançou voo solo, cozinhando para a família e para os demais amigos. Quando tinha dúvida a respeito do preparo de alguns pratos, pedia socorro, por telefone, à sua mãe, uma grande cozinheira, que, a bem da verdade, foi a primeira a inspirá-lo a pilotar o fogão.
Desde então, há mais de 20 anos, esse é o seu passatempo preferido. “Cozinhando, eu relaxo”, garante. Atual diretor de Comunicação da Associação Paulista de Medicina (APM) de Santo André, Chady vai para a cozinha nos finais de semana. Nos dias úteis, trabalha no Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or São Luiz, e tem um consultório particular.
A experiência no fogão já é tão grande que ele enfrenta, com a colaboração de algum amigo gourmet, até mesmo jantares ou almoços com 40 ou 50 convidados, feitos na sede daquela APM, para os médicos associados. “É uma festa”, assegura.
Durante a infância, ele morou alguns anos em Cochabamba, na Bolívia. Talvez isso explique seu fascínio por alguns pratos latinos. O que mais gosta de cozinhar, revela, “é a paella”. Contudo, como uma receita desse prato já foi publicada na Ser Médico, ele preparou para nós um puchero, com traços brasileiros, acompanhado de arroz com grão de bico e molho de pimenta dedo-de-moça. Simplesmente deliciosos! Devido à quantidade de ingredientes, o puchero é daqueles pratos ideais para convidar vários amigos ou familiares. Se você se animar a fazê-lo, prepare-se para receber muitos cumprimentos.
Puchero Regional
Ingredientes
(Serve de 8 a 10 pessoas)
- 1 kg de músculo, cortado em cubos de 3 cm
- 1 kg de capa de filé cortada em cubos de 3 cm (retirar o excesso de gordura)
- 8 gomos de linguiça toscana
- 8 batatas inglesas médias
- 4 batatas doces médias, cortadas ao meio
- 2 espigas de milho cortadas em 4 pedaços
- ½ kg de abóbora japonesa cortada em cubos
de 2 a 3 cm
- 3 bananas da terra cortadas em 4 pedaços
(com casca)
- 4 cenouras cortadas em 4 a 6 palitos médios
- 1 repolho pequeno cortado em gomos
- 7 tomates sem pele e sem semente
- 8 cebolas pequenas
- 1 cebola grande (para o caldo)
- Tempero verde
- Pimenta do reino
- 6 dentes de alho
- Sal a gosto
Para o arroz
- 8 xícaras (de chá) de arroz
- 200 gramas de grão de bico
Para o molho de pimenta
- 2 tomates maduros
- 1 a 2 pimentas dedo-de-moça com semente
Modo de fazer
Carne e caldo
Numa panela de pressão, com água fervendo, coloque 2 tomates sem pele e sem semente, 1 cebola cortada ao meio, 1 cenoura cortada em 4 partes, 2 dentes de alho, tempero verde, sal e pimenta do reino. Acrescente a carne e, após a fervura, deixe cozinhar por 30 minutos. Em seguida, coloque a linguiça e deixe cozinhar por mais 10 minutos ou até que a carne fique cozida.
Reserve a carne e a linguiça com um pouco do caldo para não ressecar.
No restante do caldo da carne acrescente, se necessário, mais água para o cozimento das verduras. Acrescente sal e pimenta do reino a gosto.
Numa panela média, coloque os legumes e verduras em camadas: tomate, cenoura, milho, cebola, abóbora, banana, tempero verde e repolho. Acrescente o caldo de carne e deixe cozinhar por 20 minutos ou até que o repolho fique cozido. Sal a gosto.
Cozinhe, separadamente, as batatas inglesas e as batatas doces.
Arroz com grão de bico
Deixe o grão de bico de molho em água por 12 horas, se desejar tirar a pele.
Cozinhe com água e sal por mais ou menos 30 minutos ou até o mesmo estar cozido. Reserve.
Faça o arroz, sem lavar, com o caldo de legumes e sirva, colocando o grão de bico por cima.
Molho de pimenta dedo de moça
Bata no liquidificador 2 tomates com 2 pimentas dedo de moça, formando o molho. Sal a gosto.
Apresentação do prato
Numa travessa, coloque os legumes, as batatas e as carnes, (ou em recipientes separados). Sirva quente, acompanhado do arroz e do molho de pimenta.