CAPA
EDITORIAL (SM pág.1)
A implantação plena do SUS no país depende, apenas, de vontade política
ENTREVISTA (SM pág. 4)
Um encontro com o autor de Caminhos para o desenvolvimento sustentável
CRÔNICA (SM pág. 8)
Se você duvida da resistência "sobrenatural" dos vírus e bactérias, leia ...
CONJUNTURA (SM pág. 10)
Robôs cirúrgicos: a esperança de sucesso em procedimentos de alta complexidade
SAÚDE NO MUNDO (SM pág. 13)
Os pontos positivos do sistema público de saúde canadense
MÉDICO EM FOCO (SM pág. 16)
O verdadeiro espírito da Medicina cativa moradores simples do litoral sul de São Paulo
AMBIENTE (SM pág. 20)
Guia Verde de Eletrônicos do Greenpeace: empresas e a reciclagem
DEBATE (SM pág. 22)
Como atua o sistema de cooperativas de trabalho médico no Estado
GIRAMUNDO (SM pág. 28)
Destaque para a exposição Cérebro - O mundo dentro da sua cabeça, realizada em outubro
HISTÓRIA (SM pág. 30)
Surge uma nova - e importante - área de atuação médica: a Medicina de Viagem
GOURMET (SM pág. 34)
Aprenda a preparar uma receita dos deuses: ostra à milanesa
CULTURA (SM pág. 37)
Cientistas voltam os olhos para o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí
TURISMO (SM pág. 42)
Acompanhe o passo-a-passo de uma viagem deslumbrante à Síria! Roteiro do médico Rodrigo Magrini
CARTAS (SM pág. 47)
Iniciativa da revista em papel reciclado recebe aprovação dos leitores
FOTOPOESIA (SM pág. 48)
Dante Milano, poeta modernista carioca
GALERIA DE FOTOS
AMBIENTE (SM pág. 20)
Guia Verde de Eletrônicos do Greenpeace: empresas e a reciclagem
Falta desenvolvimento tecnológico para reciclagem
Descartados em lixões, eletroeletrônicos poderiam ser melhor reaproveitados
O contínuo avanço tecnológico melhora a qualidade dos eletrônicos e, consequentemente, a quantidade de descartados. Nesse processo frenético, os consumidores de tecnologia veem seus equipamentos “de última geração” tornarem-se obsoletos em curto espaço de tempo. Celulares, computadores, impressoras, televisores, equipamentos de som, ipods, câmeras e jogos são os campeões das trocas, mas a lista é infindável se considerados os acessórios para redes wireless e receptores de sinais de TV a cabo e de internet banda larga etc. Segundo a Organização Não Governamental (ONG) Greenpeace, cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidos ao ano.
“Os galpões de reciclagem existentes no mercado hoje aproveitam apenas materiais de maior valor e descartam nos lixões grande parte dos produtos tóxicos”, afirma Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, diretora do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da Universidade de São Paulo (USP). A indústria da reciclagem não funciona em cadeia. De um computador que chega, aproveita-se apenas o plástico, por exemplo. “As empresas de reciclagem acabam fazendo isso porque o processamento completo teria alto custo. Ou reciclam plástico ou metal”, completa.
O descarte em lixões é um risco ao ambiente porque, em geral, esses produtos contêm metais pesados altamente tóxicos, como chumbo, mercúrio, cádmio, belírio e arsênio. Em contato com o solo, contaminam lençóis freáticos, entre outros malefícios. Quando queimados, poluem o ar. Essas substâncias causam câncer e distúrbios do sistema nervoso.
Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontam que há mais de 150 milhões de produtos eletroeletrônicos em funcionamento destinados a virar entulho assim que forem lançadas novas tecnologias. A revista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) publicou matéria sobre o lixo eletrônico em seu número 131, na qual aponta que para fabricar um computador são gastos 240 quilos de combustível, 22 quilos de produtos químicos e 1,5 tonelada de água.
O CCE da USP deve começar a operar, até o final deste ano, numa área com 450 m2, um projeto piloto de reciclagem de computadores, impressoras e equipamentos de rede da própria instituição. De acordo com Tereza Cristina, a ideia é receber computadores e separar todos os materiais – como plástico, ferro e alumínio – antes de encaminhá-los a cada indústria específica de reciclagem. A princípio, apenas os entulhos eletrônicos da USP serão reciclados. Mas há a intenção de ampliar a recepção de material descartado para pessoas físicas, a partir de 2010. Para a diretora do CCE, com um grande volume de computadores, a venda do material reciclado pode gerar receita suficiente para sustentar a operação. A proposta é desenvolver formas de máximo reaproveitamento de tudo o que chega. Quando possível, os equipamentos passarão por remontagem para serem usados novamente e serão emprestados, de forma consignada, a alguma instituição.“Esse micro, quando ficar velho de novo, deverá voltar para nós, para fazermos a separação e reciclagem dos materiais”, explica a diretora.
A iniciativa é boa, mas é uma gota no oceano de lixo que a humanidade está produzindo. E há vários responsáveis por essa situação: o interesse das indústrias, o consumidor ávido por novidades, a carência de políticas públicas, a ausência de legislação sobre o assunto e, por último, a falta de desenvolvimento tecnológico para o melhor reaproveitamento e descarte de todos os componentes eletrônicos. “Só teremos total controle por meio de uma legislação específica, com uma lei que obrigue as empresas a fazer a logística reversa e proíba a produção de eletroeletrônicos tóxicos”, considera a diretora do CCE. “Alguns deputados têm vindo falar conosco para discutir essas questões”, revelou.
Guia Verde Eletrônico
Em setembro, o Greenpeace Internacional divulgou mais um resultado de seu Guia Verde de Eletrônicos, disponível no site no endereço: http://www.greenpeace.org. Nele, as companhias são listadas em um ranking, de acordo com ações em relação a químicos tóxicos, reciclagem e às mudanças climáticas, entre outros quesitos. Veja, a seguir, o ranking com notas de 1 a 10, sendo 10 a melhor.
Guia Verde Eletrônico do Greenpeace
1º Nokia (Nota 7,5) – Permanece em 1º lugar por obter bons resultados em: redução do uso de substâncias tóxicas, consumo eficiente de energia e política de reciclagem.
2º Samsung (6,9) – Mantém o 2º lugar. Apoia com força um acordo global em torno da mudanças climáticas.
3º Sony Ericsson (6,5) – Obteve bons resultados em relação à redução do uso de tóxicos e consumo de energia.
4º Philips (5,9) – Subiu do 7º para o 4º por sua política de reciclagem responsável.
5º Toshiba (5,7) – Manteve a posição, com pequeno acréscimo na pontuação, por produzir melhores relatórios sobre taxas de reciclagem de TVs e PCs.
6º Motorola (5,3) – Pontuou atrás de concorrentes como Nokia e Sony Ericsson em relação ao uso de tóxicos e consumo de energia.
7º Sharp (5,1) – Precisa melhorar nos quesitos resíduos tóxicos e informações sobre consumo eficiente de energia.
8º Sony (5,1) – Pulou do 12º para o 8º lugar, por reduzir uso de químicos.
9º Apple (4,9) – Sai do 11º para o 9º por ser o fabricante de computadores que mais reduziu o uso de substâncias tóxicas em seus produtos.
10º Panasonic (4,9) – Mantém a 10ª posição. Melhorou no quesito consumo de energia, mas perdeu pontos em relação aos resíduos tóxicos.
11º LG Eletronics (4,7) – Despenca da 4ª para 11ª posição por retroceder no compromisso de fabricar produtos livres de PVC e retardadores de chamas bromados (BFR) até o final de 2010.
12º Dell (4,7) – Sobe uma posição, por lançar produtos com redução de substâncias químicas.
13º Acer (4,9) - Cai do 9º para o 13 º lugar, por lançar novos produtos não eficientes em consumo de energia.
14º HP (4,5) – Ganhou pontuação por fabricar notebook parcialmente livre de PVC e BFRs.
15º Microsoft (2,7) – A empresa se comprometeu a remover PVCs e BFRs de seus produtos de hardware, até o final de 2010.
16º Fujitsu (2,7) – Precisa melhorar em todos os critérios de avaliação.
17º Lenovo (2,5) - Nenhuma melhoria foi observada e ainda não definiu prazo para eliminar uso de tóxicos.
18º Nintendo (1,4) – Apesar do pequeno acréscimo na pontuação, suas emissões de efeito estufa continuam crescendo.
Fonte: http://www.greenpeace.org/international/campaigns/toxics/electronics/how-the-companies-line-up
(Colaborou Leandro Chaves)