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CAPA

EDITORIAL (SM pág.1)
A implantação plena do SUS no país depende, apenas, de vontade política


ENTREVISTA (SM pág. 4)
Um encontro com o autor de Caminhos para o desenvolvimento sustentável


CRÔNICA (SM pág. 8)
Se você duvida da resistência "sobrenatural" dos vírus e bactérias, leia ...


CONJUNTURA (SM pág. 10)
Robôs cirúrgicos: a esperança de sucesso em procedimentos de alta complexidade


SAÚDE NO MUNDO (SM pág. 13)
Os pontos positivos do sistema público de saúde canadense


MÉDICO EM FOCO (SM pág. 16)
O verdadeiro espírito da Medicina cativa moradores simples do litoral sul de São Paulo


AMBIENTE (SM pág. 20)
Guia Verde de Eletrônicos do Greenpeace: empresas e a reciclagem


DEBATE (SM pág. 22)
Como atua o sistema de cooperativas de trabalho médico no Estado


GIRAMUNDO (SM pág. 28)
Destaque para a exposição Cérebro - O mundo dentro da sua cabeça, realizada em outubro


HISTÓRIA (SM pág. 30)
Surge uma nova - e importante - área de atuação médica: a Medicina de Viagem


GOURMET (SM pág. 34)
Aprenda a preparar uma receita dos deuses: ostra à milanesa


CULTURA (SM pág. 37)
Cientistas voltam os olhos para o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí


TURISMO (SM pág. 42)
Acompanhe o passo-a-passo de uma viagem deslumbrante à Síria! Roteiro do médico Rodrigo Magrini


CARTAS (SM pág. 47)
Iniciativa da revista em papel reciclado recebe aprovação dos leitores


FOTOPOESIA (SM pág. 48)
Dante Milano, poeta modernista carioca


GALERIA DE FOTOS


Edição 49 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009

CRÔNICA (SM pág. 8)

Se você duvida da resistência "sobrenatural" dos vírus e bactérias, leia ...

Antonio Prata

Oh, micróbios!

Não sei quanto a vocês, mas eu acho um pouco triste essa nova moda do álcool gel. Voltei há pouco de uma viagem aos Estados Unidos. Não há caixa de supermercado, balcão de farmácia, lanchonete ou loja de conveniência que não tenha lá seu potão de bactericida. A pessoa põe as compras no caixa, besunta a mão. Tira o dinheiro da carteira, besunta a mão de novo. Entra no carro e, só por via das dúvidas, álcool gel uma terceira vez.

Os micróbios estão aí, minha gente, desde que o mundo é mundo. Bem antes de surgir o primeiro mamífero, o primeiro réptil, o primeiro peixe, a Terra já era deles – e deles será, quando todos nós morrermos, por termos transformado todos os rios do planeta em aterros de garrafas pet.

É por saberem-se donos do pedaço, talvez, que os vírus e bactérias entram e saem da gente com tamanha desfaçatez, sem pedir licença, sem dar oi, tchau ou perguntar como temos andado. Constituem países em nossos intestinos, acampam em nossos pulmões, fazem rafting pela corrente sanguínea, brincam de escorregador em nossas fossas nasais. Às vezes causam algum estrago, até levam alguns de nós para a tumba, mas não há muito a fazer.

Acho triste a moda do álcool gel, pois alimenta a ilusão de que sairemos ilesos. Quanta prepotência! Só porque somos grandões, sabemos tocar oboé (alguns de nós, pelo menos) e nos perguntamos “ser ou não ser”, achamos que podemos vencê-los. No fundo, no fundo, acreditamos que se fizermos tudo certo, comermos fibras, praticarmos exercícios e limparmos tudo direitinho, não morreremos jamais.

Depois de nos desinfetarmos a cada vez que tocamos no mundo, vamos fazer o quê? Usar luvas cirúrgicas? Substituir o aperto de mão por um tchauzinho? Punir com multas os espirros em locais públicos? Obrigar a usar focinheiras descartáveis todos aqueles que emitem perdigotos quando falam? (Bem, essa até que não seria uma má ideia...). Já dizia algum provérbio chinês: você pode varrer as folhas do quintal, mas não impedir que elas caiam das árvores. Tomando banhos de álcool gel, usando máscaras cirúrgicas pelas calçadas, tentamos acreditar que somos os donos do quintal. Não, somos as folhas. Mais cedo ou mais tarde, também cairemos. Uma dieta saudável, exercícios físicos e álcool podem até retardar esse momento, mas ele virá, inexoravelmente.

Dizem que o menor poema em língua inglesa é assim:

Germs
Adam
Had them

Numa livre – e pobre – tradução:

Germes
Adão
os tinha

Segundo a bíblia, Adão morreu com 930 anos de idade. Acha muito? Os micróbios estão aí há uns três ou quatro bilhões de anos, já sobreviveram a eras glaciais, ao choque do meteoro que acabou com os dinossauros e a outros desconfortos. E a gente aqui, achando que vai exterminá-los com álcool gel. Não é triste?

*Antonio Prata nasceu em São Paulo, em 1977. É escritor, agnóstico, corintiano, míope, meio intelectual, meio de esquerda e escreve uma segunda sim uma segunda não na última página do caderno Metrópole do jornal O Estado de S. Paulo.


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