CAPA
PONTO DE PARTIDA
A classe médica, sensibilizada com a tragédia ocorrida na Ásia em janeiro, ofereceu pronta ajuda às vítimas do tsunami
ENTREVISTA
Silvia Brandalise - Centro Infantil Boldrini
CRÔNICA
Ricardo Freire - Médica de família
SINTONIA
Márcia Rocha Monteiro
CONJUNTURA
Renato Ferreira da Silva e o aumento no número de transplantes no Brasil
BIOÉTICA
Em debate a escolha do sexo dos bebês por métodos de reprodução assistida
POLÍTICA DE SAÚDE
Henrique S. Francé e o Programa de Saúde da Família
COM A PALAVRA
Marivânia Santos: o exercício da Medicina numa plataforma móvel da Petrobrás
MÉDICO EM FOCO
Michel Jamra, o médico que transformou a Hematologia em disciplina na Universidade
HISTÓRIA DA MEDICINA
O bastão de Asclépio, símbolo da Medicina
GOURMET
Bacalhau de Paellera, de Ivan Guidolin Veiga
CULTURA
O Museu da Loucura de Barbacena retrata primeiro Hospital Psiquiátrico de Minas Gerais
LIVRO DE CABECEIRA
O destaque desta edição é "Status Syndrome", de Michael Marmot
GALERIA DE FOTOS
LIVRO DE CABECEIRA
O destaque desta edição é "Status Syndrome", de Michael Marmot
A síndrome do status
Moacir Fernandes de Godoy *
O livro Síndrome do Status – Status Syndrome, de Michael Marmot – tem sido meu atual livro de cabeceira. Como ainda não havia sido lançado no Brasil, consegui comprá-lo graças ao milagre da Internet, por meio do site da editora na Inglaterra: http://www.bloomsbury.com
A obra, cujo subtítulo é “Como sua posição social afeta diretamente a sua saúde e sua expectativa de vida”, traz a experiência do professor de epidemiologia Michael Marmot com observações ao longo de mais de 30 anos tentando entender as possíveis relações de causa e efeito entre a posição de um indivíduo na hierarquia social e sua saúde e longevidade.
Ao contrário do que se possa pensar, ele demonstra com bastante elegância que essa diferença nada tem a ver com o poder aquisitivo, com a situação financeira. Obviamente nos países mais ricos ocorrem menos doenças que nos países pobres, mas, segundo o autor, satisfeitas as necessidades básicas, o fundamental é que se disponha de autonomia e participação. Seria a desigualdade nesses dois aspectos a responsável pela ocorrência do estresse que levaria à ocorrência de doenças e à produção do chamado “gradiente social de saúde”.
Curiosamente, registra essa ocorrência mesmo entre os animais que vivem em coletividade como os macacos babuínos. O autor cita o experimento realizado por Sapolsky no Serengeti (África) o qual verificou que entre aqueles macacos, quanto mais baixa sua posição na hierarquia do grupo, menor sua taxa de colesterol de alta densidade (HDL), lembrando-se que baixos níveis dessa fração lipídica estão associados ao risco aumentado de doença cardíaca.
Também relata observações no mínimo curiosas tais como o fato de que pessoas ganhadoras do Oscar vivem quatro anos a mais que as que são indicadas, mas não recebem o prêmio. E também que os que atingem o doutorado vivem mais que os que só chegam ao mestrado. No global, chama a atenção o cunho científico com que são tratados os assuntos.
Vale a pena conferir!
* Moacir Fernandes de Godoy é cardiologista em São José do Rio Preto e coordenador de área de pós-graduação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)