

CAPA

PÁGINA 1
Nesta edição

PÁGINAS 6,7,8,9,10 E 11
Entrevista

PÁGINAS 12 E 13
Crônica

PÁGINAS 14, 15, 16 E 17
Dossiê: Reprodução Assistida - História

PÁGINAS 18,19 E 20
Dossiê: Reprodução Assistida - Em foco

PÁGINAS 21 E 22
Dossiê: Reprodução Assistida- Vanguarda

PÁGINA 23
Dossiê: Reprodução Assistida - Repercussão

PÁGINAS 24, 25, 26, 27, 28, E 29
Dossiê: Reprodução Assistida- Debate

PÁGINAS 30 E 31
Tecnologia

PÁGINAS 32 E 33
Medicina no mundo

PÁGINAS 34 e 35
Opinião

PÁGINAS 36,37 E 38
Solidariedade

PÁGINAS 39,40,41 E 42
Turismo

PÁGINAS 43,44,45 E 46
Agenda Cultural

PÁGINA 47
Resenha

PÁGINA 48
Fotopoesia

GALERIA DE FOTOS

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Resenha
O que acontece quando um jovem médico adoece de um câncer terminal ?
Por Anna Carolina Batista Dantas*
Aos 35 anos, Paul Kalanithi foi diagnosticado com câncer de pulmão de pequenas células, estádio IV, com metástase para coluna e fígado. No último ano de Residência Médica em Neurocirurgia na Universidade de Stanford, uma das mais prestigiadas dos
Estados Unidos, ao investigar uma lombalgia crônica que achava ser devido à rotina pesada da residência e longas horas de cirurgia, Paul teve que trocar de lado. De repente, de um dia para o outro, no mesmo hospital onde tratava seus pacientes, deitou no leito como um deles.
Somente a resiliência nos faz encarar os longos anos da formação médica. Enfrentamos cada sacrifício pensando na recompensa, o fim da residência,
aquela luz no fim do túnel em que vislumbramos o começo da vida profissional e, ao mesmo tempo (por que não?!), o começo da vida pessoal. Impossível não se identificar com a descrição desse momento da vida de Paul, quando, no último ano do seu treinamento, ele descobre que aquele cansaço crônico que nos acompanha pelos corredores do hospital na verdade era um câncer terminal.
Naquele momento, sua vida ficou suspensa. O tempo passou mais devagar. As coisas, as pessoas e os valores mudaram. Todo aquele futuro promissor que o esperava, evaporou com uma só palavra: câncâncer. Talvez por saber demais o peso do seu diagnóstico e o que lhe esperava à frente, naquela hora tudo passou pela sua cabeça: as horas de trabalho, as dívidas a pagar, o casamento recente, a família distante. Naquele momento, ele pensou: nunca mais vou voltar a esse hospital como médico. Era o fim de um capítulo da sua vida.
A mesma resiliência que adquirimos para enfrentar a Residência Médica ajudou Paul a enfrentar o seu tratamento. O Último Sopro de Vida, publicação póstuma, é a biografia da morte e vida do nosso colega. Um livro impressionante em sua riqueza de detalhes
sobre o diagnóstico, tratamento e conquistas de um paciente, e da sua doença, que nos tocam por mostrar o ponto de vista do paciente médico. O diagnóstico que virou uma sentença deu um ressignificado à vida de Paul e, no seu último sopro de vida (como diz o título), ele aproveitou as pequenas coisas da vida e os momentos junto com a família. Teve uma filha, contou sua história, foi feliz.
*Médica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e cirurgiã
do aparelho digestivo pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP), com foco em cirurgia bariátrica.