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Cremesp prestigia médicos de Araraquara em momentos distintos da carreira

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) promoveu eventos em Araraquara, no dia 26 de abril, prestigiando duas gerações de médicos da região: sextanistas e residentes de Medicina e médicos que desempenharam uma trajetória ética ao longo de 50 anos de atividade profissional. 

No primeiro evento, a presidente do Cremesp, Irene Abramovich, e a diretora 2ª secretária Maria Camila Lunardi – recepcionadas pela coordenadora do curso de Medicina da Universidadede Araraquara, Cynthia Mauro Piratelli – reuniram-se com sextanistas e residentes da Universidade de Araraquara (Uniara) em mais um evento do “Conversa com o Cremesp”. Também estiveram presentes os delegados regionais José Manoel Bombarda, superintendente, e Ademir Roberto Sala.

Durante o encontro – que se destina a orientar os formandos nas questões relativas à ética profissional, além de apresentar as funções e serviços que o Conselho disponibiliza para alcançar esse fim –, elas abordaram aspectos relativos ao comportamento do residente dentro do plantão e na recepção e encaminhamento de pacientes via Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross); ao correto preenchimento de prontuário; atestado médico; prerrogativas médicas; revalidação de diplomas; e publicidade médica, incluindo uma discussão sobre autopromoção, quebra de sigilo e divulgação de fotos do tipo ‘antes e depois’, cujos questionamentos foram demandados com bastante entusiasmo pelos participantes.

Sobre o prontuário 

Irene explicou que “o prontuário representa a história do paciente” no hospital, daí a importância de escrever detalhadamente no prontuário todos os procedimentos realizados. “Se isso não for feito, inviabiliza-se a continuidade do atendimento, pois o colega que assumirá o plantão não terá como avaliar o que de fato está acontecendo com aquele paciente.” 

Camila destacou que “o prontuário é do paciente, e pode ser visto por ele sempre que solicitado, por isso, é necessário cuidado com o que se escreve, já que isso pode comprometer  o colega e ser ofensivo ao paciente”. 

Sobre o plantão 

Segundo Irene, “é direito do residente ter sua atividade supervisionada, e no caso de recepcionar paciente grave de ambulância durante o plantão, o profissional deve solicitar o apoio de um médico assistente, caso considere que não possui qualificação técnica para recebê-lo. 

Camila também alertou sobre os riscos de se aderir a grupos de WhatsApp em busca de “plantão fácil”, para atuar em prontos-socorros e unidades de pronto-atendimento que admitem médicos recém-formados. 

Em sua opinião, haverá sempre a promessa de que o atendimento será fácil, que não haverá casos graves, mas isso pode acontecer, e, na porta, o médico se deparar com AVC, infarto, insuficiência respiratória grave etc. “É fundamental conhecer ou ter referências do local onde vai realizar o plantão, para não comprometer o início de carreira, pois qualquer erro nessa fase pode ser considerado imperícia”, alertou. 

Ela também destacou que, regularmente, plantão deve ser realizado por no máximo 24 horas consecutivas e que não se pode sair dele sem que outro colega assuma. Caso isso seja necessário, é obrigatório comunicar o diretor, que irá se responsabilizar pela substituição.

Irene observou ainda que é necessário que o médico denuncie ao Conselho, por meio de uma notificação, casos que violem as prerrogativas médicas, de assédio e de violência durante o atendimento médico. “O Conselho vem atuando firmemente na defesa do Ato Médico, visando salvaguardar práticas restritas ao campo da Medicina e os direitos médicos.”  

Sobre publicidade médica

“Não permitimos publicações do tipo “antes e depois”, porque isso implica assumir resultado. E Medicina não é atividade fim, mas sim meio”, orientou Irene. “Em muitas publicações só se mostram os fatos positivos, o que se vê são muitas inverdades, e isso é propaganda enganosa. Não podemos usar a rede social para comercializar a Medicina, fazer promoções ou fornecer produtos e aparelhos que proporcionem benefícios, ou, ainda, ensinar Medicina a leigos pelo Instagram”, alertou Camila.

Cerimônia 50 Anos na Medicina

No segundo encontro, foram homenageados ex-alunos da Universidade de Araraquara (Uniara) que completaram 50 anos de atuação ética na Medicina, em cerimônia que contou com a presença de familiares e amigos, autoridades médicas e políticos. Entre os homenageados, 13 receberam medalha e diploma diretamente das mãos da presidente Irene.

A mesa diretiva foi composta por Irene Abramovich, presidente do Cremesp; Eliana Mori Honain, secretária municipal de Saúde de Araraquara, representando o prefeito Edinho Silva; Cynthia Mauro Piratelli, coordenadora do curso de Medicina da Universidade de Araraquara,  Maria Camila Lunardi, diretora 2ª secretária do Cremesp; e José Manoel Bombarda, delegado superintendente da Regional de Araraquara.  O evento também contou com a presença da deputada estadual Marcia Lia.

“Estamos aqui para comemorar os 50 anos de profissão de todos vocês. Nessa homenagem, gostaria de lembrar que a nossa vida de médico foi diferente dos que se formam hoje. Nós aprendemos a ouvir, a ver, a examinar o paciente, sem o auxílio da tecnologia. E conseguíamos fazer diagnostico corretamente porque ouvíamos o paciente. Conheço bem essa geração de médicos que marcaram e ajudaram a promover a assistência médica na Região. Por isso, o Conselho está fazendo o máximo para homenagear a todos nos próprios locais onde exercem a Medicina, cuidando das pessoas de sua comunidade”, discursou, emocionada, a presidente Irene.

O orador da turma, o medico cirurgião Nicolino Lia Junior, relatou o inicio de sua trajetória na Medicina, desde o ano de 1968, e sua formação em 1972, dentro de um contexto de repressão política existente no país à época. “Quero parabenizar a todos os integrantes de nossa turma, que foi marcada pela perda trágica de um colega. Para nós que somos cinquentões na Medicina, foram anos de muita emoção, muito estresse, plantões e sofrimentos presenciados junto a nossos pacientes. Quantas mortes, quanta alegria pela cura presenciamos. Com a vivência acumulada hoje, posso afirmar: não é fácil ser médico, mas eu repetiria tudo novamente.”

Médicos homenageados presencialmente:

Antonio Carlos Dib Jorge; Armando Sambataro; Jose Angelo Goncalves; Marcos Aurelio dos Reis; Maria Valderez Nuta da Silva Mendes; Reinaldo Robalinho; Renato e Oliveira Junior; Suely Aparecida Martins dos Reis; Walber Siqueira, Marcos de Jesus Nogueira; Farid Jacob Abi Rached; José Henrique Scabello e Nicolino Lia Junior. 

Ao longo dos eventos foram apresentados vídeos institucionais, abordando a profissão médica e informando sobre as funções cartoriais, judicantes e fiscalizadoras do Conselho, além dos serviços e inovações digitais que o Cremesp coloca à disposição do médico, com diversas ferramentas voltadas à atualização profissional e ao exercício ético da Medicina.

Confira as fotos da Conversa com o Cremesp

Confira as fotos da Homenagem aos 50 anos na Medicina

Fotos: Osmar Bustos