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27-05-2019 |
Formação médica |
Saúde mental de estudantes de Medicina e médicos residentes é tema de palestras e discussões em reunião da Abem |
Os dados crescentes sobre desistência da carreira, burnout (aumento do estresse ocupacional), tentativa e concretização de suicídio têm sido foco de preocupação por parte dos alunos, residentes e docentes, e também do Cremesp, que apresentou a temática em recente edição da revista Ser Médico. A saúde mental do estudante de Medicina e do médico residente também foi alvo de discussão na I Reunião Regional da Associação Brasileira de Estudantes de Medicina (Abem) da região de São Paulo, na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), no dia 25 de maio. Diferentes aspectos e visões foram abordados em palestras ministradas por Edoardo Vattimo, psiquiatra e coordenador de Comunicação do Cremesp; Ubiratan Cardinalli Adler, médico e coordenador do curso de Medicina da Ufscar; Lívia Ciaramello Vieira, médica residente em Psiquiatria e representante da Associação dos Médicos Residentes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paullo (Amerusp); e Lucas Cleto de Oliveira, estudante de Medicina da Ufscar. Residentes Suicídio Vattimo em apresentação sobre o médico jovem brasileiro Se por um lado os índices de suicídio diminuem no mundo, no Brasil cresce até 24% entre adolescentes. E, embora haja prevalências similares de transtornos afetivos, os médicos completam mais o suicídio que a população em geral. O risco relativo de suicídio entre homens médicos em comparação com a população em geral é de 1,41; já entre as médicas, atinge 2,27. Há que se considerar uma piora nas condições de trabalho e da qualidade de vida, distanciamento da relação médico-paciente, um quantitativo de profissionais maior – crescimento de 733% em janeiro de 2018 em relação aos 58.994 registrados em 1970 – e aumento do contingente de médicos com menos de 40 anos (43,9%). A Abem promove o Projeto Nacional de Promoção de Saúde e de Prevenção do Suicídio entre os estudantes de Medicina Brasileiros, no espectro do Fórum Nacional de Serviços de Apoio ao Estudante de Medicina (Forsa), visando manter o foco sobre a questão. Nos Estados Unidos, 400 médicos cometem suicídio por ano, ou seja, um profissional se suicida por dia, taxa duas vezes superior à da população em geral. As médicas tentam menos o suicídio, mas o índice de profissionais que o concretiza é 227% maior que o das não médicas (41% maiores entre os médicos, comparados a não-médicos). Transtornos do Humor “O cenário negativo atual que caracteriza a saúde mental do médico só poderá ser mudado quando medidas preventivas e assistenciais forem implementadas. Sua efetividade, no entanto, só será real se os conceitos falsos – como o de que o médico deve ser psiquicamente inabalável – e o estigma associado aos transtornos psiquiátricos ficarem no passado. Mudar essa realidade é uma missão de cada um de nós, de forma que consigamos entender que médicos também estão sujeitos ao adoecimento psíquico e, como com qualquer outra doença, devemos buscar tratamento”, disse o conselheiro do Cremesp. Estudantes Além da mesa de discussões, o debate também contou com a participação do público Uma metanálise com estudantes em 43 países revelou depressão em 27,2% deles, com aumento absoluto médio dos sintomas depressivos de 13,5% ao longo da formação médica. A prevalência acumulada de ideação suicida foi de 11,1% ao longo do curso, isto é, em algum momento da faculdade, um em cada nove estudantes de Medicina terá algum pensamento de tirar a própria vida. Adler, coordenador do curso de Medicina da Ufscar, observou que o estresse no aprendizado é algo muito específico da formação médica. Para Oliveira, estudante de Medicina, “a frustação do adiamento do contato com o paciente, a naturalização do sofrimento e a falta de tempo para o lazer são estressores que contribuem para os quadros de depressão, ansiedade e uso de álcool e drogas”, comentou. “Nosso desafio é atuar para que o sofrimento não se torne patológico e acabe nos limitando”, afirmou a representante da Amerusp. Assédio moral Preocupado com este cenário, o Cremesp editou o recém-lançado livro Assédio Moral na Formação Médica: conscientizar para combater, que foi distribuído aos presentes ao evento. Fotos: Osmar Bustos |