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    11-04-2017

    Medicina

    Desafios na carreira do jovem médico são debatidos em evento da APM

    Da esq. para dir.: Éder Gatti Fernandes, Florisval Meinão, Gustavo Barros e Mauro Aranha.

    Valores humanos, perfil profissional, mercado de trabalho, impactos da tecnologia, desafios e perspectivas para a Medicina do futuro foram alguns dos temas abordados no 1º Encontro dos Médicos Jovens, da Associação Paulista de Medicina (APM), realizado no dia 8 de abril, na Capital. O evento reuniu, além de jovens profissionais, médicos representativos da categoria, dentre eles os presidentes do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Mauro Aranha, da APM, Florisval Meinão, do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Éder Gatti Fernandes, e da Comissão de Médicos Jovens da APM, Gustavo Arruda Freire Barros, que participaram da mesa de abertura.

    Mauro Aranha apresentou os principais dados da Demografia Médica Paulista, demonstrando que, dos 123.761 médicos paulistas em atividade, 55,3% são homens e 44,7%, mulheres. “Apesar da maior presença masculina, observa-se uma rápida feminização da categoria. No grupo de até 35 anos de idade, as mulheres já são maioria entre os médicos paulistas, representando 54% do total”, informou o presidente do Cremesp. De acordo com o estudo, metade dos médicos paulistas atua, simultaneamente, nos setores público e privado. Aranha também adiantou alguns dados de uma recente e inédita pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Cremesp, apontando que mais de 73% dos médicos brasileiros têm valores progressistas e humanistas, percentual que aumenta entre os jovens, principalmente, entre mulheres.      

    “Hoje vivemos uma situação artificiosa de dividir as pessoas em radicais de direita e de esquerda. Isso é uma discussão vazia e sem a validade de uma reflexão sobre valores, porque os melhores países do mundo, em termos de bem estar social, não obedecem esse tipo de categorização. Países como Inglaterra e Canadá têm sistemas de saúde pública primorosos, sem que haja mecanismos de obstrução às iniciativas.  O médico tem que ser livre para frequentar os ambientes de trabalho, livre para ter o seu consultório e livre, também, para fazer uma boa saúde pública, porque sempre haverá aqueles que gostam e se dedicam à saúde pública”, concluiu Aranha. O presidente finalizou a mensagem aos jovens médicos afirmando que espera que eles “participem de uma Medicina não somente eficaz, mas comprometida com o bem estar social”.

    Florisval Meinão falou sobre a história da APM, criada há 86 anos, lembrando que os dois principais pontos de atuação colocados na ata de sua fundação eram justamente a “defesa profissional do médico e a defesa da qualidade de saúde oferecida à população. “Estes dois aspectos que permanecem como desafios até hoje”, afirmou Meinão. “Temos um modelo de financiamento da saúde pública que é perverso, no qual é difícil oferecer saúde qualidade”, criticou. “Além disso, os planos de saúde também remuneram muito mal aos médicos”. Meinão lembrou que nos próximos 20 anos cerca de 266 mil médicos entrarão no mercado de trabalho brasileiro, que, somados aos 400 mil hoje atuantes, serão quase 800 mil, visto que o número de novos registros profissionais anuais é muito superior ao de encerramento de atividade médica. “Considerando que o financiamento em saúde está congelado no Brasil por 20 anos, esses quase 800 mil médicos vão ter de trabalhar com recursos menores e com perspectivas de grandes  dificuldade na vida profissional”, completou. “Preocupados com isso, estamos criando e fortalecendo o grupo de médicos jovens, com o objetivo de discutir essas dificuldades e  programar ações em conjunto com as entidades médicas”, finalizou Meinão.

    Éder Gatti, do Simesp, afirmou que os jovens médicos que saem hoje das faculdades encontram mais desafios que os profissionais formados em décadas anteriores. Para ele, a crescente ampliação de cursos de Medicina sem critérios de qualidade, desvalorizam os profissionais. Ele também citou o desestímulo aos concursos públicos e o crescimento das Organizações Sociais (OSs,) que contratam médicos como Pessoa Jurídica – sem garantias trabalhistas e de aposentadoria – como fatores agravantes da precarização do trabalho médico. “A saúde suplementar também limita muito o empreendedorismo individual do médico”, afirmou. De acordo com Gatti, operada por grandes conglomerados econômicos, a saúde suplementar não permite que médico tenha oportunidade de empreender na carreira.

    Barros, da APM, criticou a formação médica atual que não prepara o profissional para os amplos desafios que ele terá de enfrentar na gestão de sua carreira. De acordo com ele, o ensino não considera que a atuação médica exigirá, além da formação científica, noções, por exemplo, sobre o mercado de compra de materiais, uso de tecnologia e conhecimentos sobre resoluções da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

    O professor de Urologia da Faculdade de Medicina da USP, Miguel Srougi, apresentou a última palestra do período da manhã, sobre o tema “Como ser um bom médico”, na qual falou de sua experiência pessoal e das diferenças entre a Medicina do passado e do presente.

    O evento prosseguiu, no período da tarde, e contou também com palestra do conselheiro do Cremesp, Clóvis Francisco Constantino.

    Foto: Osmar Bustos

    Tags: eventoAPM.

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    O médico de fato vive um estado muito precário de trabalho. Por falta de engajamento da população de médicos com as questões políticas, ganhamos uma força ainda aparentemente insuficiente para organizar a nossa profissão. Estamos à mercê do governo, Essa é a minha impressão . Quase 40 faculdades de medicina abrirão até 2018 em virtude da continuidade da política de um governo já impeachmado. Enchem-se os bolsos de empresários e onde está a nossa força na defesa da sociedade, que teme pela péssima qualidade de muitos profissionais, e na defesa de nossa profissão? Estamos todos angustiados com o futuro diante desta calamidade. Definitivamente precisamos convocar a comunidade médica. Precisamos de mais medidas, de maior força porque estamos cansados de tantas críticas, da exploração e da piora da perspectiva de nosso trabalho.
    Leandro

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