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Notícias
19-12-2016 |
Mauro Aranha |
A saúde pública, enquanto agoniza |
“O estudo do Cremesp, junto a diretores clínicos de hospitais públicos, revela a crítica situação da mais rica metrópole brasileira: sinal patognomônico de uma grave doença, a que podemos chamar de doença Brasil” O Datafolha acaba de revelar que a saúde é a principal preocupação da população. Hoje, 33% dos brasileiros colocam-na em primeiro lugar entre os mais graves problemas do País, superando inclusive a corrupção endêmica e institucionalizada. A insegurança de quem necessita de assistência advém de fatores bastante conhecidos, como gestão incompetente, falta de investimentos e o consequente sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso é sobejamente evidenciado por recente levantamento do Cremesp, junto a diretores clínicos de 17 instituições, registrando ocupação de 100% de UTIs para adultos em hospitais públicos municipais, estaduais, filantrópicos e autarquias da Capital paulista. O que obriga o paciente grave a receber cuidados intensivos na retaguarda dos prontos-socorros enquanto espera por até dois dias para sua transferência. Pela gravidade do quadro, o mínimo a esperar seria uma intervenção urgente e coordenada de todas as instâncias de governo para garantir segurança àqueles que já se encontram em situação de iminente risco à vida. Contudo, o movimento a que assistimos vai em caminho inverso. A “PEC do Teto”, recém-aprovada pelo Legislativo Federal, congelou as dotações orçamentárias da saúde por 20 anos, restringindo-as à correção pela inflação. Se considerarmos que os índices inflacionários são bem menores que os da área da Saúde, o decréscimo orçamentário será espantoso. Já se estima em algo próximo de mais de R$ 400 bilhões em duas décadas. Assim, só podemos esperar uma tragédia anunciada. O estudo do Cremesp revela a crítica situação da mais rica metrópole brasileira: sinal patognomônico de uma grave doença, a que podemos chamar de doença Brasil. Pacientes que acorrem ao pronto atendimento, atendidos e referenciados para cirurgias eletivas em curto prazo, também não conseguem vagas em hospitais secundários e terciários da rede. Há demora de três a quatro semanas para a realização de tais procedimentos. Entre outras lacunas e insuficiências da atenção à saúde pública, tem-se o contingenciamento de leitos, insumos e serviços da ordem de 20% até 30% na maioria das instituições avaliadas. A verdade é uma só: a saúde pública está muito doente. O que nos cabe, faremos, para salvá-la. Presidente do Cremesp Artigo originalmente publicado no Jornal do Cremesp, edição 343, dezembro de 2016. |