Nívio e Kátia: encontro com residentes e membros do Camtivem
e da CT do Médico Jovem do Cremesp
Debater a violência que permeia as relações acadêmicas e estruturar um caminho para o que o Cremesp possa, efetivamente, realizar um trabalho com os recém-formados – desde o início da formação médica até os programas de Residência – foi o foco do encontro entre residentes e membros da Câmara Temática Interdisciplinar sobre Violência nas Escolas Médicas (Camtivem) e da Câmara Temática do Médico Jovem do Cremesp, em 1º de julho, na subsede Vila Mariana do Conselho.
“Queremos ouvir o que os residentes têm a dizer a respeito da violência nas escolas e no ambiente de trabalho”, disse Kátia Burle dos Santos Guimarães, coordenadora da Camtivem, durante a abertura do encontro. Segundo ela, a criação de câmaras temáticas sobre a violência e o médico jovem revela a preocupação do Conselho pelo exercício profissional ético da Medicina. “Nada melhor do que cuidar, desde a época de formação, para que o estudante leve esses princípios para o campo profissional”, declarou.
A plateia formada por residentes e membros de suas entidades representativas, entre elas a Associação Médica dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo (Ameresp) e a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), falou sobre os tipos mais frequentes de violência, que se manifestam nas relações entre os estudantes de Medicina, entre eles, trotes, casos de assédio moral e sexual e os jogos Intermed. “Ao invés de congraçamento, o que temos assistido são momentos de violência”, afirmou Kátia.
Os residentes observaram que é crescente os casos de violência nas relações entre coordenadores dos serviços médicos e os residentes, com relatos bastante graves de assédio moral e sexual.
Kátia também lembrou os inúmeros casos de agressões contra os profissionais da saúde, conforme relata pesquisa de violência feita pelo Cremesp. “Temos visto esse absurdo crescente de violência contra os médicos e os profissionais de saúde, e o Cremesp vem alertando a população, por meio de campanhas, para conter a violência.”
Para o coordenador da Câmara Temática do Médico Jovem, Nívio Lemos Moreira Júnior, os encontros promovidos pelas câmaras permitem que as discussões sobre violência se ampliem para fora do Conselho; e envolvam tanto os residentes como os jovens médicos. “A questão da violência não pode ser debatida isoladamente, mas de forma integrada, entre médicos, estudantes e residentes, para criarmos uma cultura nova e agir preventivamente, sem ter de punir o colega por uma questão moral”, afirmou Nívio.
Fotos: Gabriella Miranda
Tags: médico jovem, violência, escolas médicas, egressos, trotes.
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