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Notícias
21-02-2016 |
Ensino médico |
Cremesp e Sírio realizam simpósio internacional para amplo debate sobre formação médica |
A qualidade do ensino médico, assim como as experiências do Cremesp e do National Board of Medical Examiners (NBME), nos Estados Unidos, além do sistema Revalida, serão expostos ao longo deste dia 18 de fevereiro no Simpósio Internacional sobre Avaliação de Desempenho dos Egressos de Medicina, coordenado pelo Cremesp e pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, onde acontece o evento. “O Cremesp tem o compromisso inabalável de construir um sistema de avaliação de egressos eficiente para formandos de Medicina, com o apoio de instituições relevantes, para que possamos ter, dentro de uma década, um modelo fundamental”, declarou Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp. A preocupação com a formação do estudante de Medicina também foi mencionada, na abertura do simpósio por José Roberto Baratella, presidente da Academia de Medicina de São Paulo, que defende a realização de um exame para todo o território nacional. E, na opinião de Antonio Jorge Salomão, secretário-geral da Associação Médica Brasileira, para isso deveria contar com o apoio do governo federal. No encerramento da primeira mesa de debates, Reinaldo Ayer, conselheiro do Cremesp e vice-coordenador do Exame do Cremesp explanou sobre o perfil dos egressos de medicina, comparando a amostra referente ao período 2005/2011 com a mais recente 2013 e 2015. Exame norte-americano “Proteger o público através da avaliação de melhores práticas dos profissionais de saúde é a missão do NBME”, segundo Brownell Anderson, vice-presidente internacional do National Board of Medical Examiners (NBME), avaliação obrigatória realizada nos Estados Unidos com estudantes de Medicina, durante e ao final do curso. Por meio de parcerias, a prova também é aplicada em outros países, inclusive em algumas faculdades de Medicina no Brasil. O NBME, criado em 1915, aplica provas de diversas áreas do conhecimento médico, inclusive na área da comunicação entre o médico e o paciente. Se o aluno reprova, ele pode refazer o exame até seis vezes, porém, a taxa de reprovação é baixa, segundo os organizadores. Brownell explica que hoje a prova possui aceitação nacional e as perguntas são feitas por professores das próprias faculdades, que se baseiam no conteúdo curricular dos cursos, além de oferecer ferramentas para que os alunos se preparem para a avaliação, que objetiva melhorar e aperfeiçoar o conteúdo ministrado nas aulas. O simpósio teve, ainda, a participação do médico Nuno Sousa, membro do Comitê Executivo do NBME. Sousa, que também é professor titular e pesquisador da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Minho em Portugal, destacou a qualidade do Exame do Cremesp e chamou a atenção para a importância da avaliação de recém-formados em Medicina para a garantia de assistência adequada à população. No Brasil, está ocorrendo um piloto do NBME (ADEM, na sigla em português), em parceria com o Hospital Sírio Libanês, e com a participação de professores brasileiros. Interatividade Durante o evento o público participante foi convidado a opinar e discutir questões sobre as maiores dificuldades para a avaliação de profissionais da Medicina no País, como a melhor maneira de conferir validade aos processos de certificação de competência e os desafios para avaliação de competência em cenários de prática médica. A votação aconteceu primeiro de forma individual e, depois, em grupos, formados para debater sobre os temas. Formação docente Valéria compartilhou experiências para fundamentar sua proposta para a capacitação de professores de Medicina. “Aprende-se a ser professor sendo aluno”, explicou. A partir desse conceito, ela apresentou sua proposta, cuja trajetória teve início com a mudança curricular na Faculdade de Marilia. “Trabalhamos a mudança no perfil do docente tradicional, tendo a aprendizagem como mediação entre sujeito e objeto, para que ele saísse do papel de emissor de conteúdo e passasse a assumir um papel de mediador, ampliando a capacidade educacional.” Para o palestrante Nilson José, falar sobre a formação do professor é falar sobre a formação do médico, e para isso é necessário enfrentar desafios fundamentais, dentre eles, "a redefinição do especialista, a consolidação teórica do paradigma indiciário, a depuração da ideia de profissional, o uso crítico da tecnologia, a compreensão do conhecimento como commons e o equilíbrio logos/pathos". Sobre o uso da tecnologia, Nilson abordou a importância de um filtro em sua utilização. “Todos usamos e usaremos cada vez mais, mas é extremamente necessário o uso crítico”, afirmou. “Mas o ritmo fundamental da vida é o humano e não deve ser computadorizado”, concluiu. Fotos: Osmar Bustos e Gabriela Miranda |