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    17-12-2015

    Bráulio Luna Filho

    Violência contra médicos: não somos culpados!


    Frustrados com a saúde pública, os pacientes acabam
    descontando
    no médico a precariedade dos hospitais
    e a demora do atendimento

     

    É extremamente preocupante a frequência com que médicos são agredidos nos locais de trabalho por pacientes, familiares ou acompanhantes. Em pesquisa encomendada pelo Cremesp ao Datafolha, com amostra probabilística de 617 médicos, 64% dos entrevistados já tomaram conhecimento; 17% já vivenciaram e conhecem um colega que vivenciou um episódio de agressão, seja física, verbal ou psicológica; e 5 % foram pessoalmente agredidos no último ano!

    O respeito interpessoal é fundamental para que haja uma relação de confiança e boa convivência entre médicos e pacientes. Mas, diante de um cenário hostil, em que seis em cada dez colegas referem que os pacientes os respeitam cada vez menos, os episódios de violência tornam ainda mais difícil o exercício da Medicina. Principalmente se levarmos em conta as condições de infraestrutura, salário e falta de perspectiva de uma carreira que exige longos anos de estudo e dedicação, quase que total, daqueles que a exercem.

    Lamentável é que essas agressões não ocorrem raramente. De acordo com os dados da pesquisa, 32% dos entrevistados afirmam que esses episódios acontecem com frequência. Isso é comprovado na parte da pesquisa que aborda a visão da população. Nesta última, 35% dos cidadãos entrevistados presenciaram pessoas agredindo verbalmente os médicos; 14% presenciaram ameaças psicológicas; e 4% até agressões físicas.

    Não é surpreendente que apenas 45% dos médicos referem satisfação com a profissão. Ameaças ao próprio bem-estar e à saúde física e mental dos profissionais, além das condições de trabalho precárias, levam muitos a terem decepções com a carreira que idealizaram. Vários estão infelizes, com medo, e inseguros com a rotina de trabalho.

    Os entrevistados afirmaram que a maioria dos problemas com pacientes ocorre durante as consultas, o que caracteriza um ambiente de trabalho extremamente desfavorável. A infraestrutura é fator determinante para os momentos de fúria dos pacientes. Frustrados com a saúde pública, acabam descontando no médico aquilo que é decorrente da precariedade dos hospitais e da demora do atendimento.

    A maioria dos profissionais concorda que investir nas condições de trabalho (33%), regularizar e fiscalizar hospitais, consultórios e postos de saúde (27%) seriam os primeiros passos para começar a erradicar os casos de violência. As providências imediatas devem ser tomadas pelas autoridades. Se isso não ocorrer, a desmotivação entre os médicos crescerá, e os estragos serão irreparáveis para a saúde dos pacientes. Não podemos permitir essa catástrofe! Não podemos nos omitir!

    Editorial originalmente publicado no Jornal do Cremesp edição nº 332, dez/2015

     

    Tags: violênciamédicosCremesp.

    Veja os comentários desta matéria


    Caros, por acaso ao realizar uma pesquisa na internet tomei conhecimento do texto e penso que o título é perfeito: Não somos culpados. E como paciente já passei por diversas situações, algumas desagradáveis, mas essas situações são minoria considerando que mesmo com hospitais precários o que fez a diferença, o que me fez acreditar que ainda é possível uma mudança foi o atendimento médico. Os médicos e os demais profissionais de saúde precisam de melhores condições de trabalho isso é fato. Porém, existem aqueles que querem apenas ostentar o título.
    Natália
    Prezado colega. Concordo inteiramente com a conclusão de sua exposição: "Não podemos nos omitir!". Por isso mesmo causou-me espanto que conste, no título do artigo, o termo "Não somos culpados". Como sabemos qualquer análise que vise uma melhoria amplamente legitimada passa por um levantamento da problemática e se encerra com apontamento de sugestões. Desconheço que exista algum sistema de análise eficaz no qual conste algum fluxograma no qual uma das partes se exime de responsabilidade de analisar a própria atitude. Tal omissão poderia levar ao entendimento que este envolvido se acha acima do bem e do mal ou que tem complexo de Deus, e qualquer solução eficaz iria para o ralo. Nós médicos sentimos nossa alma sugada pelo mosaico de questões humanas, técnicas e estruturais no dia a dia. Já fui agredido em plantão antes de poder abrir a boca para iniciar a consulta, mas nos eximirmos da responsabilidade de autoanálise deslegitima qualquer ação médica. Forte abraço.
    Jorge

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