Adolescentes que cursam o ensino médio de escola estadual têm interesse em Bioética e Ética Médica. Essa foi a constatação resultante do 1° encontro entre esse público específico e o Centro de Bioética do Cremesp. Em 11 de novembro, na subsede da Vila Mariana do Conselho, alunos entre 15 e 17 anos acompanharam atentos à aula ministrada pelo coordenador do Centro, Reinaldo Ayer de Oliveira que, em linguagem simples e direta, explicou significados e origens dos temas. Logo após, houve debate que contou com participação da plateia.
A tendência seguida hoje por vários especialistas na área – de fazer com que a Bioética se expanda além dos limites acadêmicos e teóricos – veio ao encontro do projeto da professora de Filosofia Patrícia Aparecida da Silva, da Escola Estadual Oscar Pereira Machado (região do Jardim Ângela, zona Sul da Capital) que, em outubro, solicitou a visita ao Cremesp e palestra do coordenador do Centro de Bioética, sob o argumento de que, em suas aulas, nota-se o interesse dos alunos por este campo de conhecimento.
“O assunto faz parte do currículo oficial das escolas do Estado e os alunos sempre querem aprender mais do que é proposto pelo material utilizado”. Prova: quando o encontro foi sugerido, envolveria menos de dez estudantes. Compareceu o dobro do esperado.
Ética
Ayer explicou, de início, que a ética é um ramo da filosofia que discute basicamente valores humanos. “Ninguém nasce ético, trata-se de um processo em construção”. Trazendo a reflexão à realidade do público-alvo, o Coordenador do Centro de Bioética enfatizou que, depois da família, a edificação de tais valores se acentua quando o indivíduo se depara com vivências de outros, como as dos colegas da escola.
Perante conflitos de valores a “sociedade cria códigos morais, para tornar a convivência possível”, acrescentou. Em sua fala, Ayer trouxe ainda marcos históricos, como o Código de Nuremberg – conjunto de preceitos éticos surgidos como reação a situações nefastas ocorridas na 2ª Guerra Mundial, em especial, pesquisas envolvendo seres humanos – e dados sobre o início da Bioética, “que surgiu pela necessidade de criarem-se limites ao desenvolvimento científico e tecnológico e suas consequências”.
Ao final, os alunos debateram sobre temas persistentes como quando começa a vida? e aborto.
Texto: Centro de Bioética do Cremesp
Foto: Gabriela Miranda
Tags: bioética, ética, estudantes, palestra, encontro, ensino médio.
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