Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp, durante sua palestra
no evento
Com um programa instigante e relacionado aos âmbitos Ético e Bioético da profissão médica e demais do campo da saúde, o VII Congresso de Bioética de Ribeirão Preto, realizado na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) de 20 a 22 de agosto, foi um sucesso em termos de público e qualidade dos temas. Um dos destaques da abertura do encontro correspondeu à participação do presidente do Cremesp, Bráulio Luna Filho, que propiciou aos presentes um apanhado geral sobre a importância do Exame do Cremesp aos egressos das faculdades de medicina, em sua palestra Avaliação da Qualidade.
Além de Bráulio Luna Filho, a mesa principal contou com Gerson Zafalon Martins, conselheiro do CFM – que dividiu com Isac Jorge Filho, delegado do Cremesp de Ribeirão Preto e organizador do Cobirp, palestra intitulada Bioética: O que é? Para quem? –; Eduardo Luiz Bin e Antônio Pereira Filho, conselheiros e diretores do Cremesp; José Marques Filho, coordenador da Câmara Técnica Institucional de Bioética do Cremesp; Cleusa Cascaes Dias, representando a Associação Paulista de Medicina; e Oswaldo Cruz Franco, presidente do Centro Médico de Ribeirão Preto.
Em suas palavras iniciais, Luna Filho enfatizou a importância do aspecto humanístico na formação e exercício da medicina, pois “a prática tem como centro a pessoa do paciente e, portanto, os avanços científicos devem se subordinar ao ser completo, àquele que está sob os nossos cuidados”. Para ele, os médicos, em especial, os mais jovens, devem aprender a distinguir o que é o “saber” do que é a “sabedoria” – algo que necessariamente une técnica, ética e respeito às pessoas.
Conhecimento técnico
Por outro lado, diz o presidente, não se pode prescindir de conhecimento técnico. É justamente para verificar se as universidades cumprem seu papel de propiciar aos alunos o necessário para liberar ao mercado médicos capazes de lidar com pacientes, raciocinar, fazer diagnósticos e prescrever que o Cremesp empenha-se, há mais de uma década, na realização de um exame anual. Desenvolvido pela Fundação Carlos Chagas, seguindo o que é aplicado em países desenvolvidos como nos EUA, o exame do Cremesp consiste em teste cognitivo, composto de 120 questões de múltipla escolha, abrangendo as áreas essenciais da Medicina, com ênfase nos conteúdos básicos imprescindíveis ao bom exercício profissional.
Para surpresa de alguns presentes – a plateia contava com grande número de alunos de Medicina e de outras áreas da saúde da UNAERP – o presidente do Cremesp revelou que, no ano passado, 3.328 egressos de Medicina em todo o País realizaram a prova, mas que os índices de reprovação se mantiveram em níveis alarmantes, chegando a 55% entre os recém-formados por escolas públicas e alcançando 65% entre as escolas privadas.
Nos outros dois dias de evento muitos temas importantes foram apresentados pelos palestrantes, que contaram com a participação entusiasmada da plateia, entre eles, os que unem aspectos éticos e jurídicos relacionados a processos a médicos; espiritualidade e saúde; testamento vital sob os pontos de vista do profissional da saúde – defendido pelo conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador do Centro de Bioética do Cremesp – além de outros assuntos variados, mas não menos interessantes, como Os riscos da modificação para pesquisas com seres humanos, que, em resumo, pode acabar com o sistema CEP/Conep, como expressou o conselheiro Antônio Pereira Filho.
A ocasião também foi marcada pelo Fórum de História da Medicina, que, em sua IV edição, questionou, entre outros pontos, “Por que o pesquisador Carlos Chagas não Ganhou o Prêmio Nobel?”.
Por: Centro de Bioética do Cremesp
Fotos: Osmar Bustos
Tags: bioética, Cobirp, Medicina, ética.
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