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    17-08-2015

    Bráulio Luna Filho

    A marcha da insensatez


    O Governo Federal autorizou a abertura de mais 36 escolas de Medicina no Brasil, 13 delas no Estado de São Paulo. Em visita ao Cremesp, em julho, o ministro da Saúde, instado a explicar os motivos, argumentou – “com a política de criar novas faculdades médicas, o governo visa chegar à meta de 600 mil profissionais daqui a dez anos”. Reduziu a questão da formação e distribuição dos médicos a um viés quantitativo. Olvida a experiência mundial – que também lida com o mesmo problema de escassez de médicos em áreas remotas e pequenos aglomerados –, e assume uma visão economicista, “achando’ que graduando médicos a granel, esses transbordarão dos centros urbanos para os rincões do Brasil!

    Desconhece ou despreza que a criação de estruturas para formar médicos são complexas e demandam cabedal humano, não disponível facilmente. Ser um professor de Medicina não é a mesma coisa que ser médico. Para o primeiro, não basta conhecimento técnico, mas domínio em técnicas de transmissão de conhecimento, avaliação cognitiva, comportamental, capacidade de liderança modelar etc. Em contraposição à criação de base sólida na formação de recursos humanos na Saúde, o MEC e o MS não investem na excelência da formação nem na qualidade do atendimento. Seguem promovendo a abertura indiscriminada de escolas médicas sem garantia da qualidade, prática com potencial nefasto­ para a saúde dos brasileiros.

    Só para ter uma ideia dessa insensatez, muitos dos 36 municípios que terão cursos de Medicina não dispõem de estrutura básica e recursos humanos mínimos para o ensino adequado.

    Em São Paulo, essas instituições estarão próximas de cidades que já contam com escolas médicas e o principal problema não é falta de médicos, mas de estrutura física e apoio à boa prática profissional. Como nenhuma dessas 36 faculdades é pública, certas perguntas tornam-se inevitáveis – não estaria o MEC cedendo ao lobby de empresários que veem a Saúde como fonte de lucro fácil e não estão preocupados com o bem-estar dos cidadãos?

    O Cremesp entende que enfrentamos uma marcha da insensatez, alvejando o futuro da Medicina. E tomará todas as medidas judiciais cabíveis. Temos convicção que um médico mal formado significa risco às pessoas, sem falar nos prejuízos que impõe ao SUS.

    A exigência de boa formação é prioridade para o Cremesp. Pensamos nisso quando defendemos o Revalida para quaisquer profissionais diplomados no exterior, ao nos opormos à banalização da Residência e ao realizarmos o Exame do Cremesp.

    O compromisso em defesa da Medicina, da boa formação médica e de condições adequadas para o exercício profissional é nossa razão de ser. Portanto, não transigiremos nessa luta, por mais árdua ou desfavorável que possa parecer.

     

     

    Tags: graduaçãoMedicinacursosaberturaescolasformaçãoExame do Cremesp.

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