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Notícias
18-05-2015 |
Bráulio Luna Filho |
A luta pela valorização do parto |
Em contrapartida, cresce o número de partos no País. Na capital paulista, entre 2007 e 2013, subiu de 188.873 para 192.664 (2%), segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc). A moral da história é que enquanto a demanda por maternidades aumenta, a oferta sofre queda ininterrupta! O sonho de ter filhos transforma-se em pesadelo para muitas mulheres. É mais uma demonstração de que a saúde pública não atende seus propósitos e a saúde privada ignora as necessidades coletivas e se omite desse relevante compromisso social. Os custos da saúde e, por extensão das maternidades, têm aumentado com a incorporação das novas tecnologias. Inaceitável é que os elos mais frágeis da sociedade sofram as consequências. As condições socioeconômicas não podem ser o determinante para a boa assistência perinatal. É lamentável que futuras mães, em um dos momentos mais importantes das suas existências, tenham que sofrer a agrura da ausência de leitos e, muitas vezes, em desespero, perambular pelas instituições de saúde da sua localidade em busca de assistência. Por outro lado, os médicos obstetras, sub-remunerados na rede pública e pelos planos de saúde, não podem ser os únicos responsáveis por garantir o bem-estar da mãe e do bebê, quando as estruturas essenciais ao exercício do seu mister não existem. A lógica prevalente do enriquecimento a qualquer custo determina os caminhos da maioria dos hospitais privados. Como manter uma boa maternidade exige investimento e nem sempre gera contrapartida substancial, fechar essas unidades é a decisão empresarial mais frequente. Realocam então seus recursos para serviços de alta complexidade como de Oncologia, Neurologia, Ortopedia, Cardiologia etc, bem mais lucrativos. A alternativa inequívoca a essa situação é o inevitável fortalecimento do SUS. Faz-se necessário a mobilização popular, e não apenas dos profissionais de saúde, por maiores recursos e melhor gestão do sistema. Assim se poderia dotá-lo de estrutura adequada para atender à demanda por leitos de maternidade. Os governos (federal, estadual e municipal) têm de assumir essa responsabilidade. O Cremesp permanecerá atento à situação, cobrando providências imediatas. Bráulio Luna Filho é presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Editorial originalmente publicado na edição 325 (maio/2015) do Jornal do Cremesp. |