A cidade de São Paulo registrou um aumento de 64% nos casos de dengue nas primeiras cinco semanas de 2015, em relação ao mesmo período de 2014. Segundo dados preliminares da prefeitura, este ano foram registrados 230, enquanto, em janeiro passado, foram 120 casos.
Já os dados consolidados, referentes às quatro primeiras semanas do ano, apontam crescimento de 171% em relação a 2014 – 220 confirmados em 2015 e 81 no ano anterior.
Apesar do aumento, a prefeitura declarou que o índice fora menor do que esperado, já que avaliações comparativas das três primeiras semanas a fazia estimar 90 mil casos para o ano de 2015 inteiro, número que caiu para 60 mil após cálculo com novos dados.
No Estado
A doença que inicialmente estava concentrada na região noroeste do Estado se espalhou, atingindo quase todo o interior. Pelo menos 13 cidades declararam estado de emergência e 17 mortes foram atribuídas à dengue em todo o Estado, apenas este ano – em cidades como Catanduva, Guararapes, Sorocaba, Limeira e Lins.
Algumas cidades do interior de São Paulo cancelaram seus eventos de comemoração do Carnaval devido ao aumento do número de casos de dengue em seus territórios.
OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu recomendação, em 19/02, para que os países dediquem maiores investimentos no combate a um conjunto de doenças tropicais negligenciadas, entre elas, a dengue. Em relatório, a organização lista 17 casos em que a aplicação de verbas adicionais pode salvar vidas e pede aos países que invistam US$ 2,9 bilhões anualmente em tratamentos e no combate aos vetores, até 2020. Segundo ela, na década seguinte os recursos necessários cairiam para US$ 1,6 bilhão por ano, enquanto as doenças são reduzidas ou erradicadas.
Fontes: Folha de S. Paulo, Estadão e EBC – Empresa Brasil de Comunicação
Acompanhe, a seguir, a íntegra do Informe Técnico (divulgado pela Coordenadoria de Controle de Doenças - Secretaria de Estado da Saúde) e que alerta todos os médicos sobre a dengue:
A doença por dengue apresenta desde quadros leves, com sintomas semelhantes aos de diversas viroses, até quadros graves que evoluem para óbito. Em momentos de endemia e epidemia, como o que estamos vivendo em diversos municípios do estado de São Paulo, bem como de outros estados da União, a assistência médica deve estar alerta para o diagnóstico clínico. O tratamento oportuno pode ser a diferença entre a vida e a morte do paciente. E os recursos necessários são os mais básicos possíveis: simplesmente manter o paciente hidratado é um deles.
Na forma clássica, os sintomas mais frequentes são a febre abrupta e geralmente alta (39°C a 40°C), associada a cefaleia, mialgias, artralgias e dor retro-orbital. Anorexia, náuseas, vômitos e diarreias também podem estar presentes em cerca de 50% dos casos.
Sinais de alarme podem aparecer entre o terceiro e o sétimo dia do início dos sintomas, e constituem em: vômitos importantes e frequentes, dor abdominal intensa e contínua, hepatomegalia dolorosa, desconforto respiratório, sonolência ou irritabilidade excessiva, hipotermia, sangramento de mucosas, diminuição da sudorese e derrames cavitários (pleural, pericárdico, ascite). Esses sinais indicam choque. Intervenções nessa fase são de extrema importância e melhoram o prognóstico.
Dessa forma, é sempre oportuno alertar aos profissionais médicos de unidades básicas e, em especial, aos que atuam nas unidades de pronto atendimento, para que estejam atentos ao cenário epidemiológico do seu município em relação à dengue. Em tempos de grande progressão de casos, sinais clássicos de viroses podem ser da dengue.
Importante
A Coordenadoria de Controle de Doenças disponibiliza o Guia de Manejo Clínico de Caso Suspeito de Dengue, o Treinamento Rápido para Manejo Clínico da Dengue e o Fluxograma em www.ccd.saude.sp.gov.br
Fonte: Coordenadoria de Controle de Doenças - Secretaria de Estado da Saúde
Tags: dengue, sintomas, sinais, CCD, SES, doença, diagnóstico, nota, técnica.
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