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    14-01-2015

    Silvana Morandini

    As medidas da ANS/MS para estimular o parto normal


    Com o objetivo de diminuir o número de cesarianas na saúde suplementar, o ministério da saúde e a ANS lança medidas onde os médicos serão obrigados a justificar a escolha por cesáreas feitas em gestantes, e os planos de saúde poderão se recusar a pagá-los caso avaliem que esse procedimento era desnecessário.

    O Código de Ética Médica exige que o médico assistente preencha corretamente o prontuário da paciente. Atualmente, no campo da descrição cirúrgica do procedimento obstétrico, já é solicitado o diagnóstico e a indicação da cesariana; o que muda com essas medidas é a autorização expressa para a glosa dos procedimentos, se o perito achar desnecessário a cesariana que o obstetra que assistiu a paciente indicou.

    Esta medida interfere no relacionamento médico-paciente, fere a autonomia do médico e o direito de escolha da paciente, e mais uma vez acaba com a isonomia, diferenciando ainda mais a assistência obstétrica às pacientes no SUS, na saúde suplementar e nas pacientes particulares, sendo mais uma vez o médico acusado de ser o vilão.

    Os tempos mudaram, a tecnologia a cada dia é aperfeiçoada, os diagnósticos obstétricos são realizados mais precoces e precisos, a gestante tem acesso às informações, seja pela televisão, internet, redes sociais, e quando procura o médico no consultório para ser o seu obstetra, já sabe o seu perfil, e na maioria dos casos este foi indicado por uma pessoa de sua confiança.

    O partograma, isto é, o registro em gráfico, deve ser feito a partir da fase ativa do trabalho, ou seja, a partir de três centímetros de dilatação, o que seria desnecessário e causador de sofrimento e angústia esperar. Numa indicação de cesariana realizada durante o pré-natal, bastaria esperar apenas os pródomos de trabalho de parto, como nos casos de: circular múltipla de cordão, promotório acessível, cesarianas anteriores, vicio de apresentação, placenta prévia, tumores prévios e vontade da paciente.

    Não é a interferência de um perito ou ameaça de uma glosa que vai aumentar o número de partos normais, seja ele Via Alta ou Via Baixa e, sim, melhor ensino e residência médica, educação continuada, mais infraestrutura nos hospitais, plantonistas obstetras presenciais e obstetrizes, melhor remuneração aos médicos e melhor recurso financeiro e gestão para o SUS.

    Também não podemos deixar de observar que, com o aumento do índice de cesarianas, houve diminuição nos indices de cirurgias uroginecológicas para correção de incontinência urinária, cistocele, retocele e prolapso uterino, e é menor número de sindicâncias e processos éticos profissionais nos casos de cesariana do que nos partos via baixa.


    São José dos Campos 12/01/2015


    Silvana Morandini é médica ginecologista/obstetra e conselheira do Cremesp

     

     

    Tags: partocesáreaMinistério da SaúdeANSglosaoperadorascesariana.

    Veja os comentários desta matéria


    Concordo com a Dra. Silvana. Precisamos melhorar o atendimento do pré-natal, incluindo exames subsidiários com rapidez, número de consultas COM médico e uma melhor aproximação do ambulatório com a instituição hospitalar, diminuindo as diferenças de conduta e gerando menor ansiedade na gestante e, consequentemente, melhor aceitação da conduta obstétrica.
    Clovis Noffs
    É realmente muito difícil aceitar determinações, em sua maioria de cunho político, que visam interferir na conduta médica. Parece que são formuladas por pessoas que há muito tempo não participam do dia a dia nos atendimentos, procedimentos e evolução de nossos pacientes. Anamaria Rímoli - Médica Pediatra e Sanitarista.
    anamaria
    Tendo os mesmos sentimentos a respeito da Resolução da ANS que a Dra. Silvana tão bem analisa, venho ainda lembrar que o advento da cesariana se deveu em consequência da melhoria dos meios a se abordar uma gestante em final de gravidez. Ainda dois fatos importantes que os epidemiologistas de plantão não sabem, pois não estão na labuta diária: com o aumento das cesarianas e a melhora do pré-natal houve uma enorme redução dos ditos bebês PC (paralisia cerebral), cujo desenvolvimento estava totalmente comprometido e da figura do VIÚVO, tão comum em outros tempos. Somente isso já valem por uma boa cesariana. Já conseguiram aniquilar a classe dos Pediatras, agora avançam por sobre os Obstetras, possivelmente pensando no Programa Mais Obstetras. Que lástima...
    Antonio Teixeira Filho

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