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João Ladislau, presidente do Cremesp, concede entrevista logo após a coletiva
na sede da APM
Os médicos do Estado de São Paulo suspenderam, na sexta, feira, 14/11, o atendimento eletivo aos usuários dos planos de saúde Green Line, Economus, Cruz Azul Saúde, Ameplan, Assimédica, CET, Classes Laboriosas, Correios, Intermédica, Notredame e Trasmontano.
As entidades médicas paulistas realizaram entrevista coletiva à imprensa na sede da Associação Paulista de Medicina (APM), na quinta-feira, 13/11, para esclarecer os motivos da paralisação. A decisão de suspensão no atendimento já havia sido tomada pelos médicos em reunião com representantes da classe médica, na mesma sede, no dia 3 de novembro.
A Comissão recomendou a remarcação de consultas e procedimentos simples para outras datas. Contudo, para não prejudicar os usuários dos planos suspensos, orientopu que fosse mantida a assistência às urgências, emergências e cirurgias pré-agendadas, além do atendimento a pacientes em condições de vulnerabilidade.
O Cremesp esteve representado pelo seu presidente, João Ladislau Rosa, pelo diretor Renato Azevedo Jr. e pelo conselheiro Otelo Chino Jr., ao lado de Florisval Meinão, presidente da APM. Também presentes João Sobreira de Moura Neto, diretor de Defesa Profissional da APM; Marun David Cury, segundo diretor de Patrimônio e Finanças da APM; e o presidente do Simesp, Eder Gatti Fernandes.

O diretor Renato Azevedo durante o anúncio da suspensão de atendimento a operadoras neste 14/11
Durante a coletiva, foi anunciada a suspensão da comercialização de 65 planos de 16 operadoras pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por desrespeito aos prazos máximos de atendimento e por negativas indevidas de cobertura.
Florisval Meinão ressaltou que a saúde suplementar continua a ser um problema em função de conflitos entre médicos, laboratórios, hospitais e usuários em relação às operadoras. “A decisão da ANS reforça nossa posição e mostra que os problemas são concretos. Três das operadoras suspensas pela ANS estão incluídas em nossa lista, e são Green Line, Classes Laboriosas e Trasmontano”, afirmou. Meinão observou que a comissão tem buscado o diálogo com as empresas. “Embora ainda exista defasagem na remuneração, as negociações são positivas e sinalizam um equilíbrio econômico para que os médicos possam continuar a prestar seus serviços à população. Há, entretanto, um grupo que não negociou ou não enviou proposta, e, com a paralisação, queremos alertar a sociedade que elas não prezam nem o médico nem o usuário.”
Ladislau lembrou que, no atendimento, existe uma relação entre médico e paciente que deve se manter saudável, e as operadoras têm interferido de forma intensa, restringindo exames e controlando o trabalho do médico, visando aumentar seus lucros. Além disso, “elas comprimem os honorários e reajustam as mensalidades acima da inflação, dificultando ainda mais essa relação”, disse.
O presidente do Simesp, Eder Gatti, lembrou da importância de uma mesa de negociação, como a constituída pelas entidades médicas. “Por meio dessa comissão, assumimos esse papel, procurando as operadoras para negociar, não só honorários como as condições de trabalho, pois sem isso não há como garantir um bom atendimento aos usuários."
Além da coletiva e da paralisação, as entidades divulgaram uma carta aos médicos, explicando os motivos da paralisação, e às empresas que possuem convênios para seus funcionários junto a estas operadoras.
Reivindicações
No início deste ano, uma carta-convite foi enviada para todas as operadoras, convidando-as a negociar com as entidades médicas. Na primeira reunião com cada uma, foram apresentadas as reivindicações para o ano, decididas na reunião ampliada da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu) realizada em 14 de fevereiro.
A pauta inclui valorização das consultas médicas, chegando ao patamar de R$ 100; reajuste dos procedimentos com base na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), incluindo recuperação das perdas acumuladas nos últimos anos; e sistema de hierarquização dos procedimentos médicos, tendo como referência a CBHPM.

Fotos: Osmar Bustos
Texto: Aglaé Silvestre
Tags: operadoras, paralisação, suspensão, atendimento, saúde, suplementar, planos, coletiva, imprensa.
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