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    17-09-2014

    João Ladislau

    Há descaso do governo com o serviço de emergência do SUS

     

    O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou, em 16 de setembro, duas importantes resoluções no Diário Oficial. Ambas trazem à tona um problema cada vez mais preocupante e que requer resolução imediata: a situação caótica da urgência e emergência no Sistema Único de Saúde (SUS).

    Com tal iniciativa, busca-se diminuir o sofrimento dos brasileiros que precisam desses serviços. Para tanto, a novas normativas do CFM estabelecem que o tempo de espera do paciente para atendimento em uma unidade de pronto-socorro não pode ser superior a duas horas.

    Essa mudança vem ao encontro de antigo pleito do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Ao longo dos anos, temos fiscalizado e acompanhado o declínio dos prontos-socorros de nosso Estado. Assim como no restante do Brasil, o quadro é de fato alarmante.

    In loco, atestamos o que o usuário já sabe: as unidades possuem péssimas instalações, tanto em termos de infraestrutura quanto de equipamentos em geral; faltam profissionais da saúde; e o volume de demandas é muito superior à capacidade de atendimento.

    Diariamente, os médicos e pacientes sofrem com a fragilidade do SUS. Os médicos por estarem de “mãos atadas”, sem os recursos básicos para fornecer a assistência adequada, trabalhando em péssimas condições e com salários baixíssimos. E os pacientes por terem de enfrentar horas de espera e complicações na transferência para especialidades, caso o diagnóstico indique internação, cirurgia ou acompanhamento específico.

    Na prática, infelizmente, o que acaba acontecendo é que muitos pacientes ficam represados em pronto-socorros, agravando ainda mais a superlotação. Aliás, vale ressaltar que a internação na unidade de emergência, fato recorrente no país, é proibida por determinações do CFM e do Ministério da Saúde.

    O motivo para tanta precariedade é um só: o descaso das autoridades. Desde a sua instalação, em 1988, o SUS evoluiu muito, mas, de todos os setores, o serviço de urgência e emergência é o que permanece mais estagnado.

    Nos últimos 13 anos, a União deixou de gastar R$112 bilhões disponíveis para a Saúde. Para agravar, em um movimento contrário à necessidade popular, o número de leitos sofreu absurda redução: entre 2010 e 2013, foram fechados cerca de 13 mil em todo o país. Isso que significa, segundo dados do Ministério da Saúde, menos 340 vagas para a área de cirurgia; 3.431 para obstetrícia; 5.992 para pediatria; 7.449 para Psiquiatria; e 7.150 para as demais especialidades.

    Com as resoluções, o CFM tenta chamar a atenção dos nossos governantes para a saúde dos brasileiros, que já é há tanto tempo menosprezada e ignorada. São medidas construídas no sentido de organizar melhor os serviços de saúde e subsidiar o SUS para viabilizar uma atenção mais ágil.

    Sabemos que as novas resoluções não transformarão a realidade da noite para o dia, mas são um norte para melhorias futuras do Sistema. Agora, cabe a todos nós cobrar das autoridades sanitárias que assumam sua responsabilidade de oferecer uma assistência à saúde de qualidade para a população.


    João Ladislau Rosa é presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP)

     

     

    Tags: saúdeatendimentodescasoSUSemergênciaurgência.

    Veja os comentários desta matéria


    As resoluções do CFM e CRM-SP têm bom embasamento, contudo, esbarram na realidade e na premência do atendimento de urgência que não pode ser descontinuado. No entanto, necessitamos de mobilização mais enérgica por parte da classe médica diante de tamanho descalabro. Em tempo: e ainda querem transferir os Hospitais Universitários para a Secretaria de Saúde do Estado para serem mantidos pela irresponsável e degradante verba SUS...
    Paulo Goffi

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