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Movimento médico

Entidades médicas apresentam à imprensa detalhes da paralisação do atendimento aos planos de saúde em 7 de abril

Renato Azevedo: “Quem detém mais impostos é a União, que deveria repassar mais verbas para a Saúde"
 

O Cremesp, a Associação Paulista de Medicina (APM) e o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) reuniram a imprensa na manhã deste dia 4 de abril para apresentar os detalhes da paralisação do atendimento aos planos de saúde. A ação será realizada no dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, quando os médicos promoverão uma campanha de doação de sangue, na sede da Associação Paulista de Medicina (APM), das 8h às 14 horas. As entidades médicas solicitam que os médicos vistam seus jalecos e compareçam, principalmente durante ao ato público que será realizado no local, às 11 horas.

Os médicos deixarão de atender principalmente em consultório. “A intenção não é prejudicar a população e, na medida do possível, solicitamos que consultas e cirurgias eletivas sejam remarcadas”, afirma Florisval Meinão, presidente da APM.

Presente ao evento, Renato Azevedo, diretor e 2º secretário do Cremesp, comentou que o ato de protesto será contra os planos de saúde, a Agência Nacional de Saúde (ANS) – que deveria regulamentar o setor para que não fosse mais necessária a mobilização anual dos médicos – e a saúde pública, já que o sistema é misto no Brasil. Ele apresentou dados que mostram que 75% da população depende do SUS, enquanto 25% é atendida pelos planos. No entanto, 54% dos gastos com Saúde no País são destinados à saúde privada e 46%, à pública.  “Quem detém mais impostos é a União, que deveria repassar mais verbas para a Saúde. Mas o que estamos observando é um subfinanciamento crônico do SUS com redução das verbas vindas do governo federal”, destacou. Apenas 3,8% do PIB do País é gasto em saúde pública e 4,5% em saúde privada.
 

Em coletiva de imprensa na APM, entidades médicas apresentaram detalhes da mobilização do dia 7 de abril

Além dos médicos, participarão da manifestação fisioterapeutas e dentistas. “Percebemos claramente o avanço dos convênios criando uma situação de desconforto aos cirurgiões dentistas e as remunerações são inaceitáveis”, afirma Silvio Cecchetto, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões-dentistas (ABCD). A categoria fará manifestações também no Dia de Tiradentes (21 de abril) e uma campanha de saúde bucal na avenida Paulista.


Campanha
Uma campanha publicitária, mostrando que médicos e pacientes são vítimas do mesmo sistema e enfatizando os abusos dos planos de saúde, será veiculada a partir do dia 5 de abril (sábado) em mídia impressa, portais de internet e em canais alternativos, como mídia no Metrô. As mesmas peças serão disponibilizadas pelas entidades para divulgação em consultórios, hospitais, clínicas e laboratórios.

Portal temático
Acesse AQUI o site do movimento pelo fim dos abusos dos planos de saúde, disponibilizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e pela Associação Paulista de Medicina (APM).

Fotos: Osmar Bustos