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    10-02-2014

    Exame do Cremesp

    Resultados mostram que o índice de reprovação chega a quase 60% dos recém-formados em Medicina no Estado


    Bráulio, Ladislau e Reinaldo durante a entrevista coletiva na sede do Cremesp

     

    Dos 2.843 recém-formados em escolas médicas do Estado de São Paulo que participaram do Exame do Cremesp em 2013, um total de 1.684 - ou 59,2% deles - não atingiu o critério mínimo definido pelo Cremesp, ou seja, acertaram menos de 60% do conteúdo da prova. Esses resultados foram apresentados pelo Conselho na tarde desta quarta-feira (22/01/2014), durante coletiva de imprensa, que contou com a presença do presidente da entidade, João Ladislau Rosa, e dos coordenadores do exame, o primeiro-secretário, Bráulio Luna Filho, e o diretor do Centro de Bioética, Reynaldo Ayer.


    Para o presidente do Cremesp, somente um exame nacional pode habilitar o médico recém-graduado para o pleno exercício profissional


    “Nesses últimos dois anos de exame, quase a totalidade de alunos participaram, e os resultados vêm mostrando alto índice de reprovação, sendo que o Exame do Cremesp é muito semelhante ao Revalida –  realizado pelo Ministério da Saúde – cujo índice de reprovação também é alto. Chegamos à conclusão, então, que existem problemas tanto na formação do médico no exterior como no Brasil. Por isso, nosso objetivo é divulgar amplamente esses resultados para discutir a qualidade das escolas, e lutar pela implantação do exame nacional para ambos os casos, que habilite o exercício da Medicina no país”, afirmou Ladislau, na abertura da coletiva.


     “A prova prática apenas encarece o exame e não acrescenta nada a ele”, afirmou Bráulio Luna Filho aos jornalistas presentes


    Luna Filho ressaltou que o Exame do Cremesp avalia o conhecimento cognitivo e isso é extremamente complexo. Segundo ele, no mundo inteiro se discute a melhor maneira de avaliar os egressos de Medicina, e a conclusão a que se chega é que a prova de múltipla escolha ainda é a melhor opção. “A parte prática apenas encarece o exame e não acrescenta nada”, disse, rebatendo as críticas dos que a consideram necessária.

    “Nossa prova avalia se existe conhecimento técnico, como o aluno coordena a informação e qual a melhor conduta a ser adotada, com alto grau de correlação ao exame prático, portanto as críticas que recebemos não têm fundamento”, acrescentou.

    Maioria das questões teve índice fácil e médio

    De acordo com os resultados da 9ª edição, o índice de facilidade do Exame do Cremesp foi avaliado como “fácil” para 33% das questões e “médio” para 37,5% delas. O índice de discriminação foi classificado como “muito bom” para 41,1% das perguntas e “bom” para 32,1%. O índice de facilidade equivale à proporção de questões corretas dadas pelo conjunto de egressos em cada pergunta. Já o índice de discriminação corresponde ao poder da questão em separar os candidatos que sabem daqueles que não sabem. É obtido pela diferença na proporção de acertos entre os dois grupos extremos de desempenho, o superior e o inferior.

    “Considerando esses resultados, a prova do Cremesp não pode ser considerada ‘difícil’, apenas exige o conhecimento mínimo que se espera de um recém-formado em Medicina”, avaliou Luna Filho.

    Escolas privadas têm maior reprovação

    Outro ponto para o qual chamou a atenção foi a diferença nos índices de aprovação entre escolas públicas e privadas. No Exame do Cremesp de 2013, entre os participantes das escolas paulistas, a reprovação foi maior entre os egressos de instituições de ensino privadas: 71,0% foram reprovados. Já entre os participantes formados em escolas médicas públicas, 33,9% foram reprovados.  “Quando se analisa os resultados, vê-se que as escolas privadas praticamente reprovam o dobro que as públicas. Não há novidade, mas isso vem se mantendo há 9 anos e o governo insiste na política de permitir a abertura de novas escolas”, criticou Luna Filho. Para ele, as escolas brasileiras avaliam mal seus alunos. “Hoje a condição para ser médico é poder pagar uma mensalidade de R$ 4 a 6 mil, e as novas escolas contribuem para esse índice desastroso de reprovação”, acrescentou.

    Recorde de participantes, também de outros Estados

    Com abstenção de apenas 2,8%, o número de participantes em 2013 é o maior ao longo dos nove anos da aplicação do Exame do Cremesp. O percentual de reprovados ficou 4,7 pontos acima de 2012. No ano anterior, foram 2.411 participantes, com 54,5% de reprovação.

    A prova foi aplicada no dia 3 de novembro de 2013 em nove cidades paulistas, além da capital do Estado. O registro no CRM  não depende do desempenho ou da aprovação nas provas.

    No total, 3.328 recém-graduados de Medicina fizeram a prova do Cremesp em 2013. Desse conjunto, 485 participantes vieram de 78 instituições de ensino de outros Estados. Os demais 2.843 formaram-se nas 30 escolas paulistas que já têm turmas graduadas.  “Vem aumentando a participação de alunos de outros Estados, e o índice de aprovação desse grupo é alto (71%), o que sugere que a qualidade das escolas fora do Estado não é melhor”.

    Segundo Ayer, “a avaliação do Conselho é seguramente a maior aplicada a alunos egressos de Medicina no Brasil, e o preocupante é que o índice de reprovação vem se mantendo ou aumentando, revelando um grande déficit de qualidade no ensino médico no país”, alertou.

     

    VEJA A ÍNTEGRA DOS RESULTADOS

     

    Momentos da coletiva deste 22/01/2014
     



     

    Texto: Aglaé Silvestre
    Fotos: Osmar Bustos e Isabela Tellerman

     

     

    Tags: exame do Cremespcoletivaresultadosegressos.

    Veja os comentários desta matéria


    Acessei o site da CREMESP hoje, pois ontem, aqui na minha cidade, me chegou às mãos o jornal O Mirante, de Igaraçu do Tietê, onde li um espetacular artigo do dr. João Ladislau Rosa, falando sobre a deficiente formação de bons médicos em nossas faculdades, e cita a luta da SEMESP, claro, para derrubar a resolução 239, que obriga o recém-formado a prestar exame para o registro... Ora, a OAB faz isso. Por que uma entidade que lida com vidas, não poderia fazê-lo? Bem, de parabéns o CREMESP e seu presidente regional, dr. Ladislau Rosa e demais componentes do Conselho, pois até que enfim pude ver que nem tudo está perdido. Ainda há homens, profissionais e instituições dignas neste país!
    Sergio Ferraz
    Estamos colocando em risco o maior bem do ser humano: sua vida, sua saúde. Cremesp: não tenha receio de criar uma prova como a OAB, onde os formados fazem quantas vezes for necessário para provar que tem o mínimo de capacidade para exercer a função. Se o MEC não faz nada, vocês são responsáveis por habilitar a profissão nesse país. Muitos estudantes de Direito só estudam na hora de fazer a OAB. É um começo. Na Medicina, muitos estudantes saem das faculdades sem base e atuam como querem sem qualquer supervisão. No Direito ainda há um juiz e o Advogado da outra parte argumentando para evitar graves deslizes. Não tenham medo. Se a OAB consegue segurar as possíveis revoltas de estudantes, vcs. também conseguirão. Vamos mudar a imagem da Medicina neste País. Vamos construir um País sadio!
    Roberto S
    Noto um grande equívoco do presidente do Cremesp ao afirmar que os resultados do Revalida e do Exame do Cremesp provam a deficiência do ensino de Medicina no Brasil e no mundo. Primeiramente são provas diferentes. Enquanto a prova do Cremesp desenvolve somente questões de múltipla escolha, o Revalida vai mais além, testando seus candidatos por intermédio de provas discursivas e práticas. Logo, o Revalida é muito mais difícil. Caso fosse replicado pelo Cremesp, o resultado não seria muito diverso do que vemos com a prova nacional. Segundo, a amostragem por país no Revalida não autoriza a conclusão de que o ensino da Medicina no exterior é ruim. Contrariamente, concordo que prova que o ensino médico no Brasil é terrível. Nesse ponto, gostaria de aplaudir a ideia de submeter médicos brasileiros e estrangeiros a um exame único e todos valendo como pré-requisito para o exercício da Medicina no país. Assim seria dada seriedade ao assunto.
    Patrícia
    O que se pode fazer? Processar o MEC por negligência? Ao invés de sindicâncias e processos abertos contra o médico, acionar o Governo Federal que não cumpre com seu papel? Processar as faculdades deficitárias por estelionato? Ou, simplesmente, como faz nosso Congresso: ignorar?
    carlos alberto pessoa rosa
    Acredito que este índice de reprovação tão alto deva-se a baixa qualidade da educação básica brasileira. Até poucos anos atrás tínhamos poucas escolas médicas com um número de vagas condizente para o aprendizado adequado. Assim era necessário a realização de vestibulares super concorridos em que os mais bem preparados entravam. Todos que venciam esta primeira etapa estavam habituados a estudar com afinco e dedicação. Discordo cada dia mais com a postura adotada pelos nossos governantes. A saúde deve ser tratada com responsabilidade em todos os níveis entendendo-se assim o nível assistencial, acadêmico e preventivo. A socialização acadêmica, sem a devida meritocracia, não funciona pelo simples fato de nivelar por baixo todo o aprendizado. Acredito que a única saída seja a realização de um exame nacional realizado pelo CFM e AMB. André, Blumenau-SC.
    André Marcelo Colvara Mattana
    É absurdo haver provas para habilitar o exercício da função de profissionais de determinadas áreas como OAB, CRC, e não haver para uma profissão tão importante como medicina. Sabemos que muitas instituições privadas são sérias, contudo, dependem das mensalidades mais expressivas para se manterem, como do curso de medicina. Logo, dificilmente alunos que não estão aptos para o exercício da função serão reprovados por falta de conhecimento.
    Felipe Arantes
    O CREMESP agregaria mais valor ao seu Exame se divulgasse a prova aplicada aos estudantes para as entidades médicas e demais escolas médicas avaliarem a mesma. Mas isso não ocorre, pois a banca dificulta o acesso das questões da prova, não divulgando a mesma no site do CREMESP ou da FCC.
    Felipe Costa

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