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    02-07-2013

    Carta aberta

    Entidades médicas nacionais repudiam medida anunciada pela presidente sobre importação de médicos estrangeiros

    As entidades médicas nacionais divulgaram neste sábado, 22 de junho, nota de repúdio ao anúncio de importação de médicos estrangeiros feito pela presidente Dilma Rousseff, durante pronunciamento em cadeia nacional no dia 21. "O caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde a falta os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS) ", ressalta o texto.

    Acompanhe, a seguir, a íntegra da Carta aberta aos médicos e à população brasileira:
     

    A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL

     
    Há alguns anos, a presidente Dilma Rousseff foi vítima de grave problema de saúde. O tratamento aconteceu em centros de excelência do país e sob a supervisão de homens e mulheres capacitados em escolas médicas brasileiras. O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e em instalações precárias.

    Por isso, a Associação Médica Brasileira (AMB),a Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) manifestam publicamente seu repúdio e extrema preocupação com o anúncio de "trazer de imediato milhares de médicos do exterior", feito nesta sexta-feira (21), durante pronunciamento em cadeia de rádio e TV.

    O caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de Sade (SUS).

    Será que os "médicos importados" - sem qualquer critério de avaliação ou com diplomas validados com regras duvidosas - compensarão a falta de leitos, de medicamentos, as ambulâncias paradas por falta de combustível, as infiltrações nas paredes e as goteiras nos hospitais? Onde estão as medidas para dotar os serviços de infraestrutura e de recursos humanos valorizados? Qual o destino dos R$ 17 bilhões do orçamento do Governo Federal para a saúde que não foram aplicados como deveriam, em 2012? Porque vetaram artigos da Emenda Constitucional 29, que se tivesse colocada em prática teria permitido uma revolução na saúde?

    Os protestos não pedem "médicos estrangeiros", mas um SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. É preciso reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse sistema que afastam os médicos brasileiros do interior e da rede pública, agravando o caos na assistência.

    Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os Governos de países com economias mais frágeis investem mais que o Brasil no setor. Na Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No Brasil, esbarra em 47%. O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em saúde. É assim que o Brasil terá a saúde e os "hospitais padrão Fifa", exigidos pela população, e não com a "importação de médicos".

    A AMB, a ANMR, o CFM e a Fenam - assim como outras entidades e instituições, os 400 mil médicos brasileiros e a população conscientes da fragilidade da proposta de "importação" - não admitirão que se coloque em risco o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e a vida de nossos cidadãos. Para tanto, tomarão todas as medidas possíveis, inclusive jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de Direito no país, com base na dignidade humana.


    ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB)
    ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS RESIDENTES (ANMR)
    CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)
    FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM)


     

    Tags: médicos estrangeirosimportaçãopresidenteDilmaentidades médicasnota públicacarta.

    Veja os comentários desta matéria


    A classe médica deve se manifestar o quanto antes. A proposta agora é abater dívida de hospital do SUS com o trabalho médico. Sem remuneração. Por que devemos pagar dívida que não é nossa?
    renata
    Ao contrário do que disse o ministro Padilha, não é a falta de médico que afeta a saúde, mas sim a falta de investimentos e estrutura. Agora, temos que achar meios de informar a população desse fato, já que a mídia, em geral, tem veiculado que há uma grande defasagem no número de profissionais. Se fosse esse o problema, Cuba teria um dos melhores sistemas de saúde do mundo.
    Denis
    Serviços de emergência sem respiradores, sem oxímetros, sem medicação, aparelhos de RX medievais, sem USG, sem TC. Ressonância? Nem pensar! UTIs e enfermarias sem vagas. Mas isso tudo dá muito trabalho pra resolver...É mais fácil importar médicos cubanos...
    hernani moreira
    Sonho até hoje em tornar-me médico, profissão, na minha ótica, de altíssima importância na sociedade e de grande valor para a vida. Mas essas medidas de importação (de profissionais) somente envergonha a classe médica brasileira e, tecnicamente, diz que somos mal preparados, ou até incapazes, mas a culpa não é nossa. Tudo falta e a culpa é dos médicos, pois tem muita coisa errada aí.
    Fernando Katsuio Takagi
    Importante a tomada de posição das entidades médicas, pois nossa profissão está em desvalorizaçao ímpar. Chega de aceitarmos trabalhar em condições de campo de concentraçao: falta de condições/recursos mínimos no atendimento do excesso de doentes. Chega de acomodação: somos tarjados como omissos por governantes e população. Vamos retomar a dignidade médica e lutar juntos para a saúde neste país. Juntos somos fortes.
    heloisa
    Concordo que temos que resolver o problema de saúde aqui mesmo em casa. Trazer médicos estrangeiros é um absurdo. Acredito que o CRM deve se mobilizar mas não fazendo greve e sim propondo outras sugestões mais viáveis. Deixo como sugestão a possibilidade de médicos que estudaram em faculdades públicas atenderem as regiões mais carentes da população, revertendo assim à população os custos que a própria população arcou. Acredito que outras sugestões podem ser propostas. A presidente está desorientada e atirando pra todos os lados.
    IARANITA
    Acho que nós, médicos, devemos nos manifestar também em favor de uma saúde de qualidade e de nossos pacientes, alertando-os quanto a mais uma política enganosa e de superficialidade. Vamos nos unir e vamos para as ruas!!!
    IDEZINHA
    Essa atitude da nossa presidenta é vergonhosa! Concordo 100% com a carta! Médicos brasileiros: vamos nos unir e combater essa ideia absurda e perigosa!
    Daielli
    Por favor, alguém sabe em qual link eu assisto algum tipo de pronunciamento do Ministro da Saúde ou de Relações Externas ou da Presidenta falando que vai trazer médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil sem a necessidade de revalidar o diploma ou com revalidação automática dos diplomas? Tenho procurado alguma entrevista pelo Ytube ou em jornais e revistas, mas não encontro essas frases como tendo sendo ditas por eles. O que achei foram entrevistas dizendo que os tais médicos passariam por período de experiência por 2 a 3 anos e daí seriam submetidos à prova de revalidação. Outra coisa: alguém sabe o que aconteceu há 2 anos com a prova de revalidação do diploma médico? Depois dessa data caiu abruptamente o número de aprovados no exame (coisa de 400 passou para 200 aprovados). Quem souber de um link sobre isso também comente por favor. Obrigada.
    Francesca
    Excelente a Carta Aberta à população. Que fique bem claro que não somos contra os médicos estrangeiros virem para cá, desde que passem no exame Revalida no seu modelo atual (sem distorções) e que trabalhem em comunidades desprovidas de nós, médicos, sob supervisão do governo e de nossas entidades.Já nos grandes centros urbanos, não há falta de médicos e, sim, condições de trabalho inapropriadas para o atendimento da população e salários baixíssimos para um profissional que estudou muito e precisa continuar a se atualizar diariamente. Agora é o momento de todos os médicos do país se unirem pela defesa do bom e correto exercício profissional.
    Luciana Araujo
    Aprovo a carta aberta em 100%.
    Armando
    É oportuno que as entidades médicas convoquem urgentemente manifestações públicas em todo o país contra a importação de médicos estrangeiros e a falta de comprometimento do governo com os investimentos necessários à saúde. Nós, médicos, não podemos nos omitir. Até o momento temos conseguido barrar o ingresso de médicos despreparados e não podemos aceitar que, de forma oportunista, a presidente do país coloque em prática seu plano, cujo objetivo é mais político-ideológico do que melhorar o atendimento no SUS das populações mais carentes.
    Jose Medeiros
    Oportuna e adequada a resposta das entidades médicas a um discurso tão bege da Presidente Dilma e tão distante da voz das ruas. Contem comigo nesta linha de atuação.
    Aurea
    O CRM e o CFM não podem aceitar esta medida absurda que essa mulher tomou. Isso é uma verdadeira palhaçada. O conselho tem que nos defender.
    marco
    Prezados doutores: fiquei muito satisfeita com a posição das nossas entidades médicas. Compartilhei no facebook a Carta Aberta aos médicos e à população brasileira, na sua íntegra, não só aos meus amigos médicos e aos amigos não médicos. Parabéns! Vamos, juntos, lutar pela saúde do Brasil! Valéria M.S. Framil
    Valéria Maria de Souza Framil
    É absurda a ideia de trazer médicos sem validação de diplomas, quando temos excelentes universidades. Necessitamos de investimentos. Basta não haver corrupção e desvio das verbas da saúde. Não podemos permitir isso.
    ANGELA APARECIDA DA SILVA

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