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    04-06-2013

    Sem revalidação, não

    Médicos e estudantes protestam contra importação de médicos estrangeiros sem teste de avaliação de conhecimentos

    Entidades médicas e de saúde durante manifestação em repúdio à importação de médicos sem revalidação de diploma   


    Um ato público de repúdio à proposta do Governo Federal de importar 6 mil médicos formados em escolas estrangeiras para atender no Brasil, sem revalidação obrigatória de diploma, aconteceu neste sábado, 25 de maio. O Conselho Regional de Medicina doEstado de São Paulo (Cremesp), Associação Paulista de Medicina (APM), Sindicatos dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas, Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), Força Sindical, Proteste - Associação Brasileira de Consumidores, sociedades de especialidades médicas e Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, entre outras entidades, fizeram um protesto às 10 horas, na sede da APM, e divulgaram à imprensa a Carta Aberta aos Brasileiros, assinada por mais de 100 instituições da sociedade civil, posicionando-se contra a proposta do governo e alertando para os riscos à saúde da população.

    O presidente do Cremesp, ao microfone, durante coletiva na APM, minutos antes do ato público a favor do Revalida

     

    Presente à manifestação, Renato Azevedo, presidente do Cremesp, ressaltou que os Conselhos de Medicina não são contra a vinda de médicos ao Brasil, mas consideram que o Revalida é um exame bem elaborado pelo Ministério da Educação e do qual apenas 10% dos profissionais conseguem aprovação. Por isso, os CRMs defendem que não pode haver "flexibilização" nesse processo, que proporcione a entrada de mais médicos no país sem capacidade técnica para atender à população.  "Na cidade de São Paulo, há quatro médicos por 1 mil habitantes, média acima dos padrões europeus, o que comprova que o problema da Saúde não está na falta de médicos. O que precisamos é de políticas públicas de Saúde com financiamento adequado ao setor, além de condições de trabalho e Carreira de Estado para o médico", afirmou. Ele destacou que, sem elas, "o que há são medidas demagógicas, paliativas e eleitoreiras, que podem agravar ainda mais o problema da Saúde no país". Pelo Cremesp, também participaram do protesto o vice-presidente, Mauro Aranha; os diretores João Ladislau, Marco Tadeu Moreira de Moraes e Sílvia Mateus; e os conselheiros Akira Ishida, Renato Françoso e Silvana Morandini.

    Renato Azevedo: "os problemas encontrados na saúde nada tem a ver com a falta de médicos, mas sim com a falta de investimentos no setor"


    Além da necessidade do conhecimento ético-profissional, José Erivalter de Oliveira, diretor da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), lembrou que muitos desses médicos formados em outros países desconhecem a língua portuguesa, fator indispensável para exercer a Medicina. "Até porque para nós, médicos, firmarmos o diagnóstico, precisamos interagir com o paciente", afirmou. Ele informou, ainda, que entidades médicas de nove países, reunidas no VI Fórum Ibero-Americano de Entidades Médicas, aprovaram moção de apoio condenando a iniciativa do governo brasileiro. Elas advertem que "a flexibilização de critérios de acesso de portadores de diplomas médicos obtidos em outros países coloca a qualidade da assistência à população em situação de risco e não garante a ampliação definitiva de acesso ao atendimento nas áreas de difícil provimento".

    Subfinanciamento da Saúde

    Florisval Meinão, presidente da Associção Paulista de Medicina (APM), lembrou que embora o governo Dilma seja bem avaliado, a população tem a clara percepção de que a área da Saúde deixa a desejar. "E o que temos visto é que a culpa recai sobre os profissionais médicos, o que não é verdade", comentou. Em resposta a isso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) encaminhou ao governo federal, no dia 24 de maio, um pacote de ações para estimular a presença e a fixação dos médicos nas áreas distantes e de dificil provimento, supostas regiões em que os profissionais estrangeiros viriam atuar.
     
    Dados do Tribunal de Contas da União, fornecidos à Comissão Especial de Financiamento da Saúde Pública da Câmara dos Deputados dão conta de que o crédito disponível para o orçamento para a Saúde em 2012 era de R$ 93 bilhões, dos quais foram empenhados R$ 84 bilhões, ou seja, houve perda de R$ 9 bilhões. E que, além disso, do total empenhado, R$ 8,5 bilhões não foram destinados à Saúde. "Perdemos um total de R$ 17,5 bilhões e, ao mesmo tempo, o governo monta uma 'cortina de fumaça' com a questão de que precisamos importar médicos para resolver o problema da Saúde no país quando, na verdade, há uma situação de subfinanciamento", disse o médico e deputado federal Eleuses Paiva (PSD/SP), membro da Comissão.

    Caras-pintadas

    Falando pelos estudantes de 23 escolas de Medicina do Estado de São Paulo, Marjorie Arruda, presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, afirmou que os acadêmicos decidiram se mobilizar contra a vinda de médicos ao Brasil sem revalidação de diploma e divulgaram um manifesto contra a proposta do governo. "Queremos que o governo se posicione claramente sobre a Saúde e crie uma política de urbanização no interior. E que isso seja feito com a contribuição das entidades médicas que trabalham pela Saúde pública no país", disse. Ela enfatizou que, após o ato público, os acadêmicos sairiam em passeata da sede da APM até o Largo São Francisco e que manifestações semelhantes estavam sendo feitas por estudantes de escolas de Medicina de todo o país.

    A partir das 12h, os médicos acompanharam a passeata de 1,4 mil acadêmicos, que pintaram seus rostos de verde e amarelo (numa alusão aos "caras-pintadas", estudantes que lutaram pelo impeachment do então presidente da República Fernando Collor de Mello, em 1992) e trouxeram cartazes, faixas, apitos e baterias para dar visibilidade à manifestação nas ruas do centro da cidade.

     

    Cartas de repúdio e apoio de entidades estrageiras

    O movimento contra a entrada de médicos estrangeiros no Brasil sem revalidação de diplomas vem ganhando cada vez mais força. Veja a seguir as cartas de repúdio que foram divulgadas  durante a manifestação e o apoio das entidades estrangeiras.

     

    Movimento nacional

    Estudantes de medicina e entidades de todo país organizaram, para 25/05, atos de protestos contra a intenção do governo federal de importar médicos estrangeiros para atuar em regiões remotas, sem a necessidade de revalidar os diplomas. Na sexta-feira, 24/05, 16 estados havia, confirmado a realização de manifestações.  Veja a seguir a repercussão do movimento dos médicos na imprensa nacional.

    Folha de São Paulo 

    G1 – Paraná                                                    

    Estado de Minas – Belo Horizonte

    G1 – Maranhão

    R7 – Rio Grande do Norte

    G1 – Cuiabá

    G1 – Roraima

     

    Texto: Nara Damante
    Fotos: Osmar Bustos e Louise Amendola

    Tags: revalidaçãodiplomasmédicos estrangeirosestudantesacadêmicosmedicina.

    Veja os comentários desta matéria


    Continuem e lutem se preciso for pelo Brasil. Hoje são os médicos e a saúde tratada com desrespeito. Amanhã pode ser um golpe ainda maior. SEM VALIDAR O DIPLOMA NÃO!
    saude nao e brincadeira
    Não entendo o porque de tanta revolta por parte do médicos, estudantes de Medicina e entidades, que se dizem revoltados pela importação de profissionais sem revalidação, agora sou eu quem pergunta, será que os médicos formados no Brasil passariam em uma prova de revalidação? Sendo que uma grande parte dos recém formados em escolas médicas brasileiras não passam na prova do CRM,que contém conteúdos básicos do curso de medicina, alguns nem se quer sabem sinais e sintomas de doenças simples. Um advogado que trabalha com leis tem obrigatoriamente que passar por um exame para exercer a advocacia. Então, porque não existe essa obrigatoriedade também para os médicos? Acredito que a sociedade tem que parar e refletir, temos que parar e pensar, nas mãos de quem está a saúde.
    Luan dos santos
    Minha maior indignação com esta proposta de importação de médicos é o fato da mesma ser liderada por um médico, Sr Alexandre Padilha. Qual deverá ser a atitude de nossas instituições, representativas de nossa classe, frente a esta situação? Com a palavra os srs. diretores do CFM e Conselhos Regionais.
    Eduardo Carneiro Martins
    A realização da prova é muito importante, mas acho muita hipocrisia cobrarem que os médicos estrangeiros façam, e passem, na prova para atuar aqui, quando os médicos formados aqui não são obrigados nem a fazer nem a passar na prova para conseguir o CRM deles e atuar cuidando de nossas vidas (lembrando que a prova só é obrigatória no Estado de São Paulo, onde também não é necessário ter boa pontuação para conseguir exercer a Medicina). Se um advogado, para exercer sua profissão, precisar passar no exame da OAB, por que os médicos, que lidam com vidas, não precisam passar na prova? Que todos os médicos prestem o exame e obrigatoriamente passem para poder trabalhar e não só os estrangeiros.
    Carina Souza
    Hoje tenho orgulho de trabalhar no Brasil, com CRM definitivo. Sou estrangeiro boliviano. Inclusive no meu país, quando importaram médicos estrangeiros para áreas de dificil provimento e infraestrutura deficiente, os médicos (cubanos), o governo boliviano jamais estendeu o número de registro médico, sendo este fator uma dificuldade porque eles não tinham compromisso legal. Por isso, assinei certificados médicos, incluindo atestados de óbito. Esses médicos trabalhavam supervisionados por um médico boliviano que tinha o número da matrícula profissional da classe (equivalente ao CRM). Até hoje o governo boliviano não estendeu a matrícula profissional: eles trabalhavan com seu número MGI (estendido em Cuba, que quer dizer Médico General Integral). De qualquer forma, algum médico vai ter que ser responsável por esses médicos sem registro profissional, se esses profissionais forem importados. Hoje estou com os médicos brasileiros e acredito ser necessária a revalidação obrigatória.
    edgar g
    Prova justa para todos, formados no Brasil e em outros países. A mesma prova, uma prova de REVALIDAÇÃO e não de REPROVAÇÃO. Vamos ver se essa briga continua....Vamos ver quantos estudantes que cursam Medicina no Brasil são aprovados....
    Cristina
    Prova Justa para todos! Formados no Brasil e formados no exterior, a mesma prova.
    Aldo
    O Brasil está cheio de médicos estrangeiros formados em outros país.Trabalham e são bem acolhidos por todos aqui. Não sou contra estrangeiros! Sou defensora de brasileiros formados em outros países! Por favor! nos deixem trabalhar! Nós temos conhecimento! grata
    Aparecida
    Gostaria de lembrar aos colegas médicos e população usuários do SUS,que os mesmos que defendem a importação indiscriminada de médicos, são os que defendem ardorosamente os companheiros do mensalão condenados por formação de quadrilha. A preocupação desta turma é estritamente eleitoral, é a manutenção do poder a qualquer custo. Basta compararmos o discurso da ética e moralidade antes de chegarem ao poder e o do momento atual, onde ética e moralidade passam longe. Deixo aqui um alerta:temos que ter postura firme e com união de toda a classe, senão seremos atropelados por estes pseudo-defensores da ética. E que o sr ministro da Saúde se lembre: antes de ser ministro é médico, e sujeito às normas do Código de Ética Médica, sendo solidário com os movimentos de defesa de nossa classe.
    Eduardo Carneiro Martins
    Fazem muitos anos que o Brasil importa médicos. Trabalho numa central de regulação que funciona com contatos telefônicos e é muito frequente encontrar colegas revalidados que não fazem o mínimo esforço para falar português (que ainda é a língua oficial do Brasil). Mas o ponto crucial de toda esta discussão é a estratégia subliminar de jogar um balde de água fria no movimento médico por melhor remuneração e condições de trabalho. Nosso governo de origem sindicalista está usando o mesmo remédio que qualquer dono de “buteco” usa contra reivindicações salariais de seus empregados: se você não está satisfeito, eu te mando embora e contrato outro pela metade do seu salário. Tenho certeza que estes médicos cubanos vão ficar felizes em ganhar um salário mínimo e ainda vai sobrar para mandar dinheiro para a família em Cuba. Médicos, acordem! Nossa profissão sequer é regulamentada no Brasil!!!!
    rubens
    A manifestação foi linda demais! Parabéns a nós que participamos! O movimento continua!
    Stefania Roman

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